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terça-feira, 4 de maio de 2010
Fator V de Leiden
São freqüentes as solicitações para que se avaliem pacientes com tromboses periódicas ou em locais incomuns nos sistemas arterial ou venoso. Podem-se detectar fatores desencadeantes óbvios, mas em muitos destes casos há possibilidade da presença de um estado de hipercoagulabilidade não diagnosticado.1 Contudo, as dificuldades e limitações adversas encontradas diariamente fazem com que se busque identificar as mais prevalentes numa fase inicial até chegar ao diagnóstico. O fator V de Leiden, descoberto em 1994, é o mais importante fator de risco genético da trombose venosa e trata-se de uma alteração hereditária, autossômica dominante, que interfere na atuação da proteína C, na sua forma ativada, que é um dos fatores reguladores do sistema de coagulação e que atua na inativação proteolítica do fator Va e do fator VIIIa. Esta alteração é decorrente da troca da arginina 506 do fator V por uma glutamina (R506Q) induzindo à resistência da proteína C ativada, na qual a clivagem e inativação do fator Va é feita de forma insatisfatória, levando-o ao acúmulo e conseqüentemente aumentando o risco de trombose.2,3
O fator V de Leiden, além de afetar os vasos comuns nos eventos trombóticos, pode atingir locais incomuns do sistema arterial e venoso, associando-se à restrição de crescimento intra-uterino4 e o aborto.5
Embora o risco de trombose venosa em pessoas homozigotas para a mutação possa aumentar de cinqüenta a cem vezes em relação aos indivíduos normais, muitas delas não desenvolverão a doença. Por outro lado, a associação com outros fatores de risco, como antecedentes hereditários, ou exposição a fatores de risco, especialmente os traumas, cirurgia e gravidez, pode expor ao risco maior de evento trombótico. Portanto, além do tratamento, devem-se avaliar as situações que exigem a prevenção. Os familiares dos portadores devem ser avaliados sobre a presença ou não da trombofilia quando expostos a fatores de riscos.
O diagnóstico do fator V de Leiden pode ser realizado de forma indireta por ensaios funcionais da resistência da proteína C ativada ou de forma direta analisando-se o DNA, porém é importante que se determine a forma homozigota ou heterozigota; neste caso, a análise do DNA é obrigatória.
Referências Bibliográficas
1. Johnson CM, Mureebe L, Silver D. Hypercoagulable states: a review. Vasc Endovascular Surg 2005 Mar-Apr;39(2):123-33.
2. Arruda VR, Von Zuben PM, Chiaparini LC, et al. The mutation Ala677®Val in the methylene tetrahydrofolate reductase gene: a risk factor for arterial disease and venous thrombosis. Thromb Haemost 1997;77:812-21.
3. Poort SR, Rosendaal FR, Reitsma PH, Bertina RM. A common genetic variation in the 3'-untranslated region of the prothrombin gene is associated with elevated plasma prothrombin levels and an increase in venous thrombosis. Blood 1996;88:3698-703.
4. Haywood S, Liesner R, Pindora S, Ganesan V. Thrombophilia and first arterial ischaemic stroke: a systematic review. Arch Dis Child. 2005 Apr;90(4):402-5.
5. Krabbendam I, Franx A, Bots ML, et al. Thrombophilias and recurrent pregnancy loss: a critical appraisal of the literature. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol 2005 Feb 1;118(2):143-53.
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