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segunda-feira, 12 de março de 2012

Crioglobulinemia


CRIOGLOBULINEMIA – SINTOMA, CAUSAS E CARACTERISTICAS DO DIAGNOSTICO
Refere-se a qualquer globulina que se precipite em temperaturas mais baixas que a corporal.
Pode haver associação de qualquer elevação das globulinas.
Gamopatias monoclonais, hipergamaglobulinemia reativa e imunocomplexos crioprecipitaveis estão associados a sintomas nas
extremidades decorrentes do frio, em virtude dos altos títulos de crioproteínas.
Crioglobulinemia mista essencial ocorre em pacientes com teste sorológico positivo para hepatite C.
Os sinais e sintomas dependem do tipo; púrpura palpável, artralgias e nefrite são mais comuns.
Baixa velocidade de hemossedimentação.
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
. Mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenstrom
. Doenças inflamatórias crônicas, como endocardite, sarcoidose,artrite reumatóide, síndrome de Sjogren
CRIOGLOBULINEMIA TRATAMENTODepende totalmente da causa
Dica
Em paciente com dor no dorso, cujo sangue “coagula” no laboratório, a despeito da heparinização da amostra, o diagnóstico é de mieloma com pico M crioprecipitável.
Referência
Ferri C, Zignego
Crioglobulinas são proteínas que se precipitam quando resfriadas (abaixo de 370C), e dissolvem-se quando são aquecidas. São denominadas idiopáticas ou essenciais quando não estão associadas a qualquer doença reconhecível. As crioglobulinas são classificadas em 3 tipos: tipo I (monoclonal), tipo II (mista) e tipo III (policlonal).
   A crioglobulinemia do tipo I (monoclonal) é, mais amiúde, da classe IgG ou IgM, mas já foram descritas crioglobulinas IgA e de Bence Jones. A maioria dos pacientes, mesmo com concentrações elevadas de crioglobulina do tipo I, não apresenta quaisquer sintomas que possam ser atribuídos a esse achado. Outros com crioglobulinas monoclonais na faixa de 1 a 2 g/dL podem apresentar dor, púrpura, fenômeno de Raynaud, cianose e mesmo ulcerações e necrose da pele e do tecido subcutâneo, quando expostos ao frio, porque suas crioglobulinas precipitam-se a temperaturas relativamente altas. As crioglobulinas do tipo I estão associadas a macroglobulinemia, mieloma múltiplo ou GMII.
   A crioglobulinemia do tipo III (policlonal) não está associada a um componente monoclonal. As crioglobulinas do tipo III são encontradas em muitos pacientes com infecções ou doenças inflamatórias e não têm qualquer importância clínica.
   A crioglobulinemia do tipo II (mista) consiste, de maneira típica, em uma proteína IgM monoclonal e em IgG policlonal, embora IgG monoclonal ou IgA monoclonal também possam ser observadas em associação com a IgM policlonal. a eletroforese das proteínas séricas geralmente mostra um padrão normal ou de hipergamaglobulinemia policlonal difusa. Usualmente, a concentração de crioglobulina mista é inferior a 0,2 g/dL.
Sintomas clínicos:
  • Pele: púrpura, úlceras, urticária, livedo reticular, nódulos, bolhas e pústulas;
  • Sistema nervoso: parestesias, paresias, vertigens;
  • Rins: hipertensão, glomerulonefrite ou sd. nefrótica;
  • Fígado: hepatomegalia, aumento de transaminases, hepatite crônica e cirrose.
   A variante mais freqüentemente diagnosticada é a crioglobulinemia essencial mista, geralmente caracterizada por imunocomplexos compostos de IgM monoclonais específicos para IgG policlonais. Esses imunocomplexos circulantes podem promover processo de vasculite que envolve o intestino em 20% dos pacientes. Clinicamente apresenta-se como uma tríade: púrpura, fraqueza e artralgias. Outros sintomas incluem fenômeno de Raynaud, parestesias e dor abdominal.
HEPATITE C
   A infecção por vírus da hepatite C (HCV) tem demonstrado associação com a crioglobulinemia essencial mista. De 36 a 54% dos pacientes com infecção crônica pelo HCV têm crioglobulinas detectáveis no soro, mas de 60 a 80% dos pacientes com CEM são positivos para HCV. HCV RNA e antígenos HCV estão 100 a 1.000 vezes aumentados e a CEM é curada com o tratamento efetivo da infecção pelo HCV.
   O mecanismo exato pelo qual a infecção crônica pelo HCV leve a MEC é desconhecida. As hipóteses incluem:
   O HCV leva a estimulação imunológica e, ocasionalmente, do fator reumatóide policlonal e monoclonal;
   Há uma reação cruzada entre algum antígeno do HCV e o FR.
   O segundo é mais provável uma vez que o FR é freqüentemente monoclonal e idêntico na maioria dos pacientes.
As manifestações clínicas do CEM em 257 pacientes com HCV:
Manifestação Clínica
Incidência
Púrpura
88 – 100%
Artralgia
51 – 70%
Fraqueza
61 – 100%
Neuropatia periférica
25 – 69%
Envolvimento renal
8 – 54%
Fenômeno de Raynaud
10 – 35%
   Achados laboratoriais:
  • Elevação mais significativa das crioglobulinas;
  • Hipocomplementemia, principalmente C1 e C4;
  • Fator reumatóide positivo, monoclonal tipo II e policlonal tipo III;
  • Não associado a qualquer subtipo específico do HCV, grau de comprometimento hepático ou tipo HLA.
MEC, HCV E LINFOMA NÃO-HODGKIN
   Vários estudos sugerem uma associação entre a infecção pelo HCV e o linfoma não-Hodgkin, especialmente de baixo grau. A vasta maioria desses pacientes apresentaram CEM primeiro e a hipótese é a de que com a estimulação crônica das células B, uma linhagem eventualmente sofre mutação e ativa oncogenes.
TRATAMENTO
   A resposta ao interferon é similar àquela observada em pacientes sem CEM. Algum cuidado deve ser tomado em relação à possível exacerbação da CEM durante o tratamento. Alguns estudos descrevem o efeito benéfico da ribavirina.

GEDR PARTICIPA DA REUNIÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PROFISSIONAIS DE PESQUISA CLINICA EM SAO PAULO


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SEMINÁRIO DISCUTE MUDANÇA EM NORMA DE tESTES COM HUMANOS


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As alterações na norma federal sobre pesquisas com seres humanos, regulamentada pela resolução 196 de 1996, têm sido alvo de críticas pela Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica (SBPPC). Em evento realizado nesta segunda-feira na Câmara Municipal, com apoio do GEDR membros da SBPPC discutiram sobre a maneira como a União tem conduzido os debates relacionados à participação de seres humanos em pesquisas.
A presidente executiva da SBPPC, Greice Lousana, criticou o Ministério da Saúde ao afirmar que, até agora, não foi feito um debate amplo sobre questões fundamentais da resolução 196. Ela teme que “conceitos impraticáveis” possam ser aprovados, comprometendo a pesquisa clínica. A presidente da instituição, Conceição Accetturi, lembrou que a decisão afetará não apenas a indústria de medicamentos, mas também de cosméticos e a realização de testes comportamentais.
“É importante destacar também que as pessoas que participam de testes são voluntárias, que sabem dos riscos e devem estar de acordo com eles. Não podemos chamá-las de cobaias”, destacou Conceição.

Para Regina Próspero, da Associação Paulista de Mucopolissacaridose (uma doença degenerativa e rara), a aprovação do texto integral da resolução 196 “vai acabar com a pesquisa clínica no Brasil”. Segundo ela, o fato de a proposta criar um vínculo vitalício entre o participante e o médico, hospital ou laboratório estabelece um ônus muito grande para os realizadores da pesquisa, o que desestimula sua realização no país.
Já o frei Anacleto Gapski, do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Paulista de Medicina, teme que as alterações afastem o meio acadêmico das decisões. “Se a norma foi construída sobre a multidisciplinaridade, deve levá-la em conta agora”, criticou, afirmando que a atual proposta é “simplista” e pode transformar o Conselho Nacional de Pesquisa Clínica em “matéria de barganha de cargos”.
(12/3/2012 - 16h20)