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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Hiperplasia Adrenal Congênita


Portaria SAS/MS no

 16, de 15 de janeiro de 2010.

Hiperplasia Adrenal Congênita

1             METODOLOGIA DE BUSCA DA LITERATURA

                Utilizando-se como estratégia de busca no Medline/Pubmed os termos “Adrenal Hyperplasia,

Congenital”[Mesh] e “Diagnosis”[Mesh]) e “Therapeutics”[Mesh] e restringindo-se para artigos em humanos

publicados nos últimos 10 anos, resultaram 50 artigos. Na mesma base de dados, utilizando-se a estratégia

de busca “Adrenal Hyperplasia, Congenital”[Mesh] e Clinical Trials e restringindo-se para artigos em humanos

publicados nos últimos 10 anos, foram encontrados outros 50 artigos. Todos os trabalhos foram revisados, e

os 22 identificados como de interesse foram incluídos no protocolo. Também foram consultados livros-texto

de Endocrinologia.

2             INTRODUÇÃO

Adenominação hiperplasia adrenal congênita (HAC) engloba um conjunto de síndromes transmitidas

de forma autossômica recessiva1,2 que se caracterizam por diferentes deficiências enzimáticas na síntese

dos esteroides adrenais. A incidência de HAC é variável entre diferentes populações, com incidência da

forma perdedora de sal variando de 1:2803

a 1:42.000 nascidos vivos4

. No Brasil, a incidência desta forma

parece oscilar de 1:7.5005

a 1:10.000 nascidos vivos6

.As deficiências enzimáticas mais comuns em HAC são:

21-hidroxilase (CYP21A2), que responde por cerca de 95% dos casos2

, e 11-beta-hidroxilase (CYP11B1),

encontrada em aproximadamente 5% dos casos.Ambas estão envolvidas na rota de síntese do cortisol e da

aldosterona. Casos muito raros de HAC por deficiência nas enzimas 20,22-desmolase (CYP11A1), 17-alfahidroxilase (CYP17), 3-beta-hidroxiesteroide-desidrogenase (HSD3B2), aldosterona sintase (CYP11B2) e

hiperplasia lipoide (StAR) podem ocorrer.

As manifestações clínicas das HACs dependem da enzima envolvida e do grau de deficiência

enzimática (total ou parcial). A apresentação clínica pode se expressar por insuficiência glicocorticoide

(deficiência na síntese de cortisol), insuficiência mineralocorticoide (deficiência na síntese da aldosterona) ou

por excesso de andrógenos (desvio da rota de síntese hormonal, com aumento de síntese dos precursores

androgênicos). Em casos de HAC por deficiência das enzimas 11-beta-hidroxilase e 17-alfa-hidroxilase, o

acúmulo dos precursores pregnenolona e progesterona pode ocasionar desvio na rota e aumento na síntese

do mineralocorticoide desoxicorticosterona, com consequente hipertensão e hipopotassemia. As síndromes

clínicas mais frequentes de HAC podem ser divididas em 3 formas: forma clássica perdedora de sal, forma

clássica não perdedora de sal e forma não clássica.

                Forma clássica perdedora de sal

                Constitui a forma mais comum de HAC clássica (60% dos casos). Nos recém-nascidos do sexo

feminino, há virilização da genitália externa (aumento de clitóris, fusão labial e formação de seio urogenital),

decorrente do excesso de andrógenos durante a vida intrauterina. Nos recém-nascidos do sexo masculino

e nos do sexo feminino nos quais a virilização da genitália externa não foi identificada, como há deficiência

mineralocorticoide, a apresentação ocorre nos primeiros dias de vida com crise adrenal: depleção de volume,

desidratação, hipotensão, hiponatremia e hiperpotassemia.

Consultores: José Miguel Dora, Regina Helena Elnecave, Bárbara Corrêa Krug e Karine MedeirosAmaral

Editores: Paulo Dornelles Picon, Maria Inez Pordeus Gadelha eAlberto Beltrame

Os autores declararam ausência de conflito de interesses.