AVISO IMPORTANTE

"As informações fornecidas são baseadas em artigos científicos publicados. Os resumos das doenças são criados por especialistas e submetidos a um processo de avaliação científica. Estes textos gerais podem não se aplicar a casos específicos, devido à grande variabilidade de expressão da doença. Algumas das informações podem parecer chocantes. É fundamental verificar se a informação fornecida é relevante ou não para um caso em concreto.

"A informação no Blog Estudandoraras é atualizada regularmente. Pode acontecer que novas descobertas feitas entre atualizações não apareçam ainda no resumo da doença. A data da última atualização é sempre indicada. Os profissionais são sempre incentivados a consultar as publicações mais recentes antes de tomarem alguma decisão baseada na informação fornecida.

"O Blog estudandoraras não pode ser responsabilizada pelo uso nocivo, incompleto ou errado da informação encontrada na base de dados da Orphanet.

O blog estudandoraras tem como objetivo disponibilizar informação a profissionais de cuidados de saúde, doentes e seus familiares, de forma a contribuir para o melhoramento do diagnóstico, cuidados e tratamento de doenças.

A informação no blog Estudandoraras não está destinada a substituir os cuidados de saúde prestados por profissionais.

domingo, 6 de maio de 2012

Gastrosquisis

A gastrosquisis é marcada por vísceras protudentes, sem um saco de cobertura, do abdómen fetal na base lateral direita do umbigo. É devido a crescimento deficiente do embrião e outras malformações são apenas excecionalmente associadas.

Na Europa, a prevalência média registada de gastrosquisis é de 1/5,000 nascimentos.

As lesões intestinais associadas estão ligadas à qualidade da vascularização mesentérica e ao contacto entre as ansas intestinais e o líquido amniótico. Quando o anel da hérnia é apertado ou diminui de tamanho, pode ser observada necrose ou isquemia progressiva dos intestinos protudentes, resultando em alguns casos num prognóstico reservado.

A etiologia permanece desconhecida.

O diagnóstico é normalmente feito antes do nascimento, durante a ecografia pré-natal, permitindo que o nascimento decorra numa unidade especializada onde a cirurgia possa ser realizada imediatamente.

Os diagnósticos diferenciais incluem onfalocelo (ver este termo), que é mais frequente e associado com outras malformações.

O tratamento é cirúrgico e consiste no encerramento da parede abdominal. Isto não é sempre possível imediatamente, podendo recorrer-se a diferentes técnicas de encerramento tardio. Recentemente, em casos com uma diminuição do líquido amniótico, a possibilidade de realizar amnio-infusões no período pré-natal tem limitado o número de lesões intestinais.

O prognóstico está ligado à qualidade funcional das ansas intestinais, mas é excelente em mais de 90% dos casos. 

Poliendocrinopatia auto-imune tipo 1

A poliendocrinopatia auto-imune tipo 1, ou o síndrome de APECED, é uma doença genética que se manifesta na infância ou no início da adolescência com uma combinação de candidíase mucocutânea crónica, hipoparatiroidismo e insuficiência suprarrenal autoimune.

É uma doença rara que é mais comum nas populações com taxas elevadas de casamentos consanguíneos e, por causa de um efeito fundador, na Finlândia onde a prevalência está estimada em 1/25,000. No noroeste da França a prevalência está estimada em 1/500,000.

A primeira manifestação da doença (habitualmente candidíase) ocorre na infância, com as outras manifestações surgindo progressivamente. A candidíase afeta particularmente a mucosa da boca, unhas e, mais raramente, os genitais, e raramente causa efeitos cutâneos. O envolvimento endócrino auto-imune mais comum é o hipoparatiroidismo (79-96% dos casos). A insuficiência da supra-renal manifesta-se na maioria das vezes com deficiência mineralocorticóide e glucocorticóide concomitante (78% dos casos). A insuficiência ovárica é possível. A diabetes tipo 1, tiroidite auto-imune e hipofisite linfocítica são mais raras. São comuns outras manifestações auto-imunes: má-absorção intestinal, gastrite atrófica, hepatite auto-imune, alopécia, vitiligo, hipoplasia do esmalte dentário, distrofia ungueal, queratoconjutivite e compromisso reumatológico, ósseo, muscular, renal, brônquico e hematológico. A atrofia esplénica aumenta a probabilidade de infeções graves. Existe elevada variabilidade fenotípica, por vezes dentro a mesma família, e o número de manifestações é variável, variando desde 1 a 10.

A doença é causada por mutações no gene AIRE (21q22.3) que codifica para o fator de transcrição do AIRE, que está envolvido em mecanismo de tolerância imune e contribui para a seleção negativa de linfócitos T autorreativos no timo, nódulos linfáticos e baço. A transmissão é autossómica recessiva.

O diagnóstico é baseado na presença de pelo menos duas das três seguintes patologias: candidíase mucocutânea, hipoparatiroidismo e insuficiência supra-renal. Em casos onde haja um irmão do doente afetado, um dos três critérios é suficiente para o diagnóstico inicial, que pode depois ser confirmado por análise molecular. A presença de grande número de anticorpos, especialmente anticorpos de órgãos (por vezes prevendo um ataque visceral) ou anticorpos mais gerais (anti-interferão AC) podem apoiar o diagnóstico.

O diagnóstico diferencial inclui síndrome IPEX e, principalmente, poliendocrinopatia auto-imune tipo 2 (ver estes termos).

Apesar de não ser recomendado o diagnóstico pré-natal, deve ser oferecido aconselhamento genético.

O tratamento é essencialmente sintomático. A substituição hormonal é usada para tratar as patologias endócrinas. Um longo curso de tratamento antifúngico sistémico oral é eficaz para tratar a candidíase, apesar de alguns doentes permanecerem resistentes. O tratamento imunossupressor é recomendado para os casos com hepatite auto-imune ou com má-absorção grave.

O prognóstico é variável. Quanto mais cedo surgirem as manifestações, maior o número de órgãos envolvidos. O prognóstico pode ser agravado por: carcinoma espinocelular oral ou esofágico, sépsis, hepatite fulminante, insuficiência renal por nefrite intersticial ou envolvimento brônquico. Em média os doentes vivem até à quarta década, mas isto varia consideravelmente entre doentes dependendo da gravidade das manifestações.

Mielite Transversa



O que é a Associação de Mielite Transversa?

A Associação de Mielite Transversa (TMA) é uma organização internacional e sem fins lucrativos fundada em 1994 por pessoas com o diagnóstico de Mielite Transversa e seus familiares. Atualmente, a TMA tem mais de 6000 membros de mais de 80 países.

Nossa missão

A missão da TMA é oferecer apoio e informação educacional às pessoas que foram diagnosticadas com Mielite Transversa e outras doenças neuroimunológicas raras do sistema nervoso central, e apoiar melhoras em tratamentos e os esforços de pesquisadores.

O que é Mielite Transversa (MT)?

MT é uma doença neurológica rara, que faz parte de um conjunto de doenças neuroimunológicas do sistema nervoso central. Outras doenças nesse conjunto incluem: Encefalomielite Disseminada Aguda (ADEM), Neurite Óptica, e Neuromielite Óptica (doença de Devic).

Todas essas desordens envolvem ataques inflamatórios no sistema nervoso central. Elas são diferenciadas principalmente pelo local do ataque, e por elas serem ou monofásicas (ocorrência única) ou muiltifásicas (de múltiplos episódios). Essas desordens têm muitos sintomas em comum, e as estratégias de tratamento delas são similares.

Há uma grande variedade na apresentação de sintomas, que são baseados na parte da medula espinhal que foi afetada e na gravidade dos danos na mielina e nos neurônios na medula espinhal. Os sintomas da MT incluem: fraqueza muscular, paralisia, parestesia ou sensações desconfortáveis nos nervos, dor neuropática, espasticidade, fatiga, depressão, e disfunção sexual, intestinal, e vesical. A MT pode ser aguda ou também pode se desenvolver lentamente. Além disso, existem várias variações no diagnóstico da MT.

Causas da Mielite Transversa

A MT pode ocorrer isoladamente ou em conjunto com outras doenças. Quando ocorre sem causa subjacente aparente, ela é referida como idiopática. Supõe-se que ela seja um resultado da ativação anormal do sistema imunológico contra a medula espinhal. A MT freqüentemente se desenvolve no ambiente de infecções virais e bacterianas.

Aproximadamente um terço dos pacientes com MT apresentam uma doença febril (como gripe com febre) pouco antes do início de sintomas neurológicos. Sabe-se que vacinas carregam riscos de desenvolvimento da encefalomielite disseminada aguda (ADEM), que é uma inflamação do cérebro e da medula espinhal.

Que tratamentos estão disponíveis?

Corticosteróides são drogas usadas tipicamente como tratamento para a inflamação da medula espinhal em pacientes com MT. A plasmaférese também é usada como um tratamento para suprimir o sistema imunológico. A reabilitação, especialmente a fisioterapia, é uma parte essencial do tratamento. Os pacientes seguem um regime de reabilitação típico para lesões da medula espinhal. O tratamento de longo prazo para a MT se concentra no manejo de sintomas.
Quem contrai MT e quais são as possibilidades para a recuperação?
Essa doença pode aparecer em qualquer idade (desde os 5 meses até os 80 anos). O maior número de casos de MT parece estar entre 10 a 19 anos e após 40 anos de idade. Pessoas de ambos os sexos parecem ser diagnosticadas igüalmente. A literatura sugere que a taxa anual da incidência de um diagnóstico de MT é 1,34 casos por milhão de pessoas.
A recuperação pode ser ausente, parcial ou completa e geralmente inicia-se entre um a três meses. Uma recuperação significante é improvável se nenhuma melhora ocorrer por três meses. A maioria dos pacientes com MT demonstram uma recuperação boa ou moderada . Um terço daqueles diagnosticados têm uma recuperação boa, um terço têm somente uma recuperação moderada e um terço não demonstram recuperação após o período inicial.
MT é geralmente uma doença monofásica (ocorre uma só vez); entretanto, uma porcentagem pequena dos pacientes pode sofrer uma recorrência, especialmente se há uma doença subjacente que predispõe.

Você pode obter mais informações no nosso website, http://www.myelitis.org/abouttm.htm
Por favor, leia o website com atenção, pois lá você encontrará muitas informações sobre a MT. Todos os nossos boletins informativos podem ser acessados através do nosso website; é neles onde você provavelmente encontrará a maior quantidade de informações sobre a MT. É só clicar no link “Newsletters.” Você também encontrará muitas informações clicando no link “Symposia and Workshops” (Congressos e Seminários), incluindo vídeos de apresentações de médicos.

Entre em contato com a Associação de Mielite Transversa
Se você estiver interessado em ser membro da Associação de Mielite Transversa (TMA), e em receber informações sobre a Mielite Transversa (MT), favor preencher o formulário no nosso website, http://www.myelitis.org/memberform_pt.htm
Se você estiver interessado em contribuir aos projetos da TMA, favor contactar o Sandy Siegel, Presidente da TMA:
The Transverse Myelitis Association
Sanford J. Siegel, President
1787 Sutter Parkway
Powell, OH 43065
Telefone: (614)766-1806 (somente em inglês)
Email: ssiegel@myelitis.org
Nós agradecemos muito se você puder fazer uma doação (que pode ser abatida no imposto de renda). Por favor, mande contribuições para:
The Transverse Myelitis Association 1787 Sutter Parkway Powell OH 43065-8806
A TMA é uma organização sem fins lucrativos e isenta de impostos (registrada sob a seção 501(c) (3) do código de imposto do IRS/EUA).
Para mais informações, visite o website da Associação de Mielite Transversa: http://www.myelitis.org