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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ARTRITE REATIVA

Artrite reativa é uma doença reumática com tendência a cronicidade. Normalmente, causada por infecção por Clamidya ou Salmonella. Os sintomas mais freqüentes são: inflamação em várias articulações, principalmente a sacro-ilíaco e grandes articulações, conjuntivite e outras inflamações oftalmológicas e inflamações dosistema urinário. Conforme a severidade, é tratada com antiinflamatórios, imunossupressores (metratexate entre outros). A doença normalmente persiste após o fim da infecção. Atinge principalmente homens entre 20 e 40 anos.

Esta síndrome foi descrita pela primeira vez em 1916, a partir de prisioneiros de guerra da Primeira Grande Guerra.

Caracteriza-se pelo aparecimento abrupto de inflamações assimétricas reativas dos tecidos periarticulares e sinovia, acompanhados de envolvimento mucocutâneo, oftálmico e genitourinário.

A afecção é mais comum em adultos jovens. A artrite é assimétrica e afeta, principalmente, as articulações dos pés, joelhos e tornozelos. Conjuntivite e artrite aparecem, habitualmente, cerca de 3 semanas após um surto de uretrite ou enterite. A Clamydia trachomatis é provavelmente o mais importante agente infeccioso urogenital. As causas entéricas são Shigella, Salmonella e Campylobacter.

Geralmente, as lesões cutâneas apresentam o aspecto psoriasiforme e as plantas dos pés são especialmente comprometidas, onde recebem o nome de keratoma blennorhagica. Também podem ocorrer no pênis e escroto. Balanite circinada é o mais comum dos achados cutâneos. As unhas também podem ser afetadas, com o aparecimento de uma hiperceratose sub-unqueal e algumas vezes onicolise, lembrando o Psoriasis, no entanto as depressões características do Psoríase não são encontradas. Uretrite e prostatite podem ser freqüentemente encontrados. A lesão ocular dominante da Síndrome é a conjuntivite, de intensidade variável, que regride, habitualmente, com facilidade.

Não existe nenhum exame específico para a doença, porém a constatação do antígeno HLA-B27 em um homem jovem com alterações psoriasiformes, associadas a sintomas oculares e articulares, ajuda a estabelecer o diagnóstico.

Não existe nenhuma terapêutica específica para a doença. O uso de antibióticos é controvertido. Exercícios e fisioterapia associados ao uso de antiinflamatórios não-esteroidais são importantes adjuvantes. As lesões especialmente severas podem ser tratadas com imunossupressores, como metrotexato e ciclosporina.

SINDROME DE REITER

SÍNDROME DE REITER

O que é?

A síndrome de Reiter (SR) é a artrite mais comum no homem jovem e é também freqüente em mulheres.

Como se desenvolve?

O modo clássico de apresentação da síndrome ocorre cerca de duas semanas após uma infecção genitourinária ou intestinal. Como não se consegue cultura positiva do material articular, não se poderia chamar de artrite infecciosa e criou-se o nome de artrite reativa para estas situações em que há artrite ao mesmo tempo ou logo a seguir a infecção recente em um local que não seja articulação.

Em nosso meio, valendo para o hemisfério sul, a porta de entrada genital é muito mais freqüente.

Surge subitamente artrite com preferência de localização em membros inferiores e com distribuição assimétrica entre os pares de articulações assim como acometimento de algumas inserções tendinosas, sendo comum no tendão de Aquiles. Inflamação dos dedos dos pés é bastante característico, assumindo o aspecto de dedos em salsicha.

O que se sente?

Pode haver dor na coluna e em ligamentos ou articulações da bacia. Com menor freqüência, mas ajudando a estabelecer o diagnóstico, pode haver artrite entre esterno e costelas e nas articulações das clavículas com os ombros. Em geral não há febre e o estado geral é bom, mas há pacientes bastante comprometidos na fase inicial da doença.

Conjuntivite pode preceder ou acompanhar a crise articular. Outra inflamação ocular é uveíte. Ocorre em alguns pacientes com SR, podendo ser manifestação isolada tardia, sugerindo persistência de infecção. Quando a uveíte não é controlada adequadamente pode levar a distúrbio irreversível de visão.

Podem ocorrer lesões cutâneas semelhantes a psoríase nas regiões plantares e manchas eritematosas no céu da boca.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico. É necessário reunir os dados clínicos característicos com a presença de infecção recente. Deve-se procurar infecção: além de exames laboratoriais que pesquisam a presença da chlamydia trachomatis(CT) é importante que os pacientes sejam avaliados por urologista ou ginecologista.

Avaliação genital: na mulher, exame ginecológico confirmatório e acompanhamento são obrigatórios. No homem, na presença de secreção uretral facilmente percebida podemos dispensar o urologista. Entretanto, havendo suspeita de cronicidade nas primeiras consultas ou mais tarde, avaliação da próstata é indispensável, pois enquanto houver infecção o tratamento deve prosseguir.

O problema surge quando não se tem dados concretos para infecção recente.

Podemos estar frente a:

infecção recente sem sintomas;
infecção antiga e a Síndrome de Reiter foi desencadeada agora;
síndrome de Reiter crônica não diagnosticada.

Como se faz o tratamento?

Antibióticos

A infecção intestinal recente, na quase totalidade das vezes, já não estará mais provocando sintomas ou estes serão leves. Mesmo assim, é prudente usar-se antibióticos pois precisamos garantir a eliminação do agente que provocou a artrite. Já a evolução da infecção genital é variável. A bactéria envolvida é a chlamydia trachomatis(CT). Homens com discreta secreção uretral e/ou manchas na glande ou prepúcio ou suspeita clínica de prostatite confirmada por exame urológico, e mulheres com evidência clínica de cistite, cervicite (colo do útero) ou salpingite (trompas) têm o diagnóstico de SR estabelecido com facilidade desde que o médico relacione as manifestações reumáticas com a infecção.

O tratamento com antibiótico é iniciado imediatamente e o prognóstico é favorável, mesmo que a SR permaneça por pelo menos dois meses, como é habitual. É necessário receitar três meses de antibiótico nos casos bons. A eliminação da chlamydia trachomatis(CT) do aparelho genital deve ser completa.

Porém, uretrite no homem ou cervicite na mulher relacionadas com chlamydia trachomatis (CT) têm manifestações clínicas tardias em relação à data do contato sexual e os sintomas podem ser muito leves e não serem percebidos. Se presentes, o paciente pode não relacionar os fatos e omitir a história, não recebendo tratamento. Cabe ao médico orientar o interrogatório neste sentido. A evolução da infecção por chlamydia trachomatis (CT) pode ser bastante arrastada e sem sintomas havendo o risco do tratamento ser suspenso antes do tempo, colaborando para cronificação na forma de prostatite ou salpingite. Estes fatos levam, muitas vezes, à persistência da SR, tornando-se um problema de difícil solução em alguns pacientes os quais permanecem com dor e em tratamento por vários meses.

Analgésicos e anti-inflamatórios não-esteróides (AINES)

Se a dor não é intensa, analgésicos comuns como acetominofeno podem ser úteis. Os AINES mais utilizados em SR são indometacina e fenilbutazona. O uso é limitado devido aos efeitos colaterais, mas se o paciente se beneficia e tolera o medicamento este pode ser mantido.

Outras opções

É bastante freqüente crises com dor intensa e evolução prolongada. Nestas ocasiões o reumatologista deve utilizar medicamentos de exceção tais como corticóide por via oral ou intramuscular e infiltrações e, eventualmente, drogas imunomoduladoras e imuno-supressoras.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico

Qual a finalidade do tratamento?

Esta doença tem cura?

O tratamento é esta receita somente ou devo repetí-la?

Há interferência com outros remédios que estou usando?

Quais os efeitos colaterias? Devo fazer exames de controle?

Existem problemas com obesidade e dieta?

Qual a importância de exercícios e repouso?

Que cuidados devo ter com meus hábitos diários, profissionais e de lazer?

HLA B27

Nomes alternativos:

antígeno leucocitário humano B27

Como é realizado o exame:

Adultos e crianças: O sangue é colhido de uma veia (punção venosa),geralmente da prega do cotovelo ou dorso da mão. O local da punção é limpo com anti-séptico e um torniquete (uma tira elástica), ou um aparelho utilizado para medir a pressão sangüínea, é colocado ao redor do braço para comprimi-lo e restringir o fluxo de sangue através da veia. Isto faz com que a porção da veia abaixo do torniquete se distenda (se encha de sangue). Uma agulha é introduzida na veia e o sangue coletado em um tubo vedado ou seringa. Durante o procedimento o torniquete é removido para restaurar a circulação. Quando o sangue tiver sido coletado, a agulha é removida e o local da punção coberto para evitar qualquersangramento.

Bebês ou crianças pequenas: A área é lavada com anti-séptico e puncionada com uma agulha fina ou lanceta. O sangue pode ser coletado em uma pipeta (tubo de vidro pequeno), sobre uma lâmina, em uma tira de exame ou em um pequeno frasco. Será colocado algodão ou um curativo sobre o sítio de punção, se persistir o sangramento.

Como se preparar para o exame:

Adultos: Não é necessária nenhuma preparação especial.

Bebês e crianças: A preparação física e psicológica para este ou qualquer outro exame depende da idade da criança, seus interesses, experiência anterior e nível de confiança. Para obter informações específicas sobre como preparar a criança, consulte os tópicos abaixo, obedecendo aos critérios de idade correspondentes:

O que se sente durante o exame:

Quando a agulha é inserida para a obtenção de sangue, algumas pessoas sentem dor moderada, enquanto outras sentem apenas uma picada ou ferroada. Após a coleta, o local poderá latejar.

Motivos pelos quais o exame é realizado:

Os antígenos leucocitários humanos (HLA) são glicoproteínas presentes nas membranas de quase todas as células nucleadas e, em concentração especialmente elevada, nos leucócitos. Os antígenos HLA são os antígenos de histocompatibilidade utilizados na identificação dos tecidos, portanto são muito importantes em qualquer transplante de órgão ou tecido como, por exemplo, otransplante de rim e o transplante de medula óssea.

Dentre os vários antígenos HLA, alguns são de especial interesse por serem freqüentemente relacionados a certas doenças auto-imunes. Por exemplo, o antígeno HLA-B27 é encontrado em 80 a 90% das pessoas com espondilite anquilosante ou com síndrome de Reiter; contudo, 5 a 7% das pessoas brancas com os antígenos HLA-B27 não apresentam doenças auto-imunes.