Hiperinsulinismo ou Hiperinsulinemismo é o excesso de produção de insulina pelo pâncreas. A insulina serve para transportar para as nossas células a glicose formada pela quebra dos açúcares e carboidratos contidos nos alimentos. Esta glicose será transformada pelas células em energia para os processos metabólicos necessários para o funcionamento do nosso organismo.
Geralmente ele é causado devido à resistência à insulina, que leva ao aumento de peso. Ela pode ser causada por diversos fatores.
Nas mulheres ela é comumente causada por um problema hormonal chamado Síndrome dos Ovários Policísticos. A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é doença endócrina complexa, que tem como elementos principais hiperandrogenismo e anovulação crônica. Caracteriza-se por irregularidade menstrual ou amenorréia e uma ampla gama de achados decorrentes do hiperandrogenismo: hirsutismo, acne, alopécia e seborréia. Representa uma das desordens endócrinas reprodutivas mais comuns em mulheres, acometendo em torno de 5% a 10% da população feminina em idade fértil.
Aproximadamente 50% a 70% das mulheres apresentam a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e muitas delas exibem resistência à insulina (RI).
A RI justifica a piora do quadro de hiperandrogenismo e, entre os mecanismos envolvidos, destacam-se o estímulo direto da síntese de androgênios pelos ovários e adrenais, a redução das concentrações séricas do hormônio SHBG e um possível efeito direto sobre o hipotálamo-hipófise, decorrente do aumento da secreção do hormônio LH.
Por isso, os cientistas alertam para a importância do diagnóstico da resistência insulínica, pois esta pode interferir em uma série de mecanismos importantes em nosso organismo.
Quando a pessoa engorda demais, as células criam um tipo de barreira de gordura em volta delas, o que faz com que a insulina ligada à glicose não consiga penetrar nelas, enviando o estímulo para o pâncreas produzir mais e mais insulina, criando-se desta forma um ciclo vicioso (pois, quanto mais açúcar e carboidratos circulando em nosso organismo, maior é a quantidade de glicose para ser passada para célula, aumentando consequentemente o estímulo para o pâncreas produzir mais insulina, aumentando a sua circulação no sangue). A glicose que não penetra na célula é metabolizada pelo fígado e depositada no mesmo em forma de glicogênio. Este, por sua vez, ao ser metabolizado, é armazenado em forma de gordura, aumentando assim o acúmulo desta na região central (cintura).
Pode também ocorrer uma disfunção onde o pâncreas começa a produzir insulina desordenadamente. Ela pode ocorrer devido a uma anormalidade nas células beta, ou até mesmo devido a uma neoplasia no pâncreas (câncer) chamado insulinoma.
Em todos estes casos, com a contínua produção exagerada de insulina, o pâncreas vai se desgastando pelo excesso de estímulo para a produção da mesma, podendo-se, desta forma, lesionar as células beta pancreáticas, assim cessando de uma vez a produção de insulina. Neste caso, o paciente se tornará diabético insulino-dependente, necessitando da aplicação diária de insulina.
Uma boa maneira de se diminuir a resistência à insulina é adotar-se hábitos de vida saudáveis, que incluem uma dieta balanceada e um programa de exercícios físicos regulares, pois estes aumentam a sensibilidade das células ao efeito da insulina, além de realizarem a queima das calorias, diminuírem o peso corpóreo e baixarem as taxas sanguíneas de colesterol e triglicerídeos. Existem medicamentos, como o Cloridrato de Metformina, que melhoram o aproveitamento da insulina produzida pelo pâncreas, sendo bastante eficaz contra a resistência à insulina.