A Síndrome de Pfeiffer é uma doença rara também denominada comosíndrome cardiocranial.
Trata-se de uma desordem extremamente rara reconhecido em menos de dez pacientes no mundo inteiro e caracterizada por um defeito cardíaco congênito e anomalias nos genitais
Pacientes com esta síndrome apresenta craniosinostose sagital e atraso grave de desenvolvimento (retardo no crescimento e déficit intelectual).
Ocorre ainda Anomalias genitais e renais, e várias características dismórficas como hipertelorismo, orelhas de inserção baixa, orelhas displásicas, micrognatia, anquilose mandibular, sindactilia. Ocorre um Misto de anomalias inclusive com anomalias das pálpebras .
A etiologia permanece desconhecida.
A ocorrência da síndrome em irmãos suporta a hipótese de herança autossômica recessiva. Herança autossômica dominante e supressões submicroscópicas também têm sido propostas como possíveis causas.
A Gestão e tratamento depende das manifestações cardinais e inclui a cirurgia para descompressão craniana. Medidas de suporte devem ser oferecidas.
Morreu na manhã deste domingo 19-12 em Londrina, o Garotinho que estava sendo ajudado pelo AN Notícias, Felipe Oliveira. A criança de Apucarana, residente na Rua Clóvis da Fonseca 1414, tinha a Síndrome de Pfeiffer, tida como raríssima na medicina mundial.
A criança que foi operada nesta manhã de domingo em Londrina, faleceu após não resistir a uma medicação. Os pais de Felipe de 1 ano e dois meses falaram ao AN que provavelmente seria erro médico na hora de aplicar a medicação no bebê.
Ouça a matéria ao portal AN Notícias com Victor Hugo Magalhães há duas semanas atrás, antes da cirurgia de Felipe, ao qual a família estava arrecando dinheiro para uma cirurgia de alto risco em torno de R$ 15 mil. Na foto da matéria o diretor do portal AN Notícias, Victor Hugo Magalhães com Felipe no colo.
Saiba como é a Síndrome de Pfeiffer
A síndrome de Pfeiffer é caracterizada pela associação de craniossinostoses, má formação crânio, amplo desvio dos dedos polegares, polegares grandes e parcial sindactilia dos dedos das mãos e dos pés.
Nesta síndrome a Hidrocefalia pode ser encontrada ocasionalmente, juntamente com proptose ocular grave, anomalias dos membros e dos cotovelos, vísceras anormais e desenvolvimento lento.
A síndrome é uma doença rara, afetando cerca de 1 em 100.000 indivíduos.
A síndrome de Pfeiffer está dividido em três subtipos clínico baseado na gravidade do fenótipo.
Síndrome de Pfeiffer Tipo 1 ou clássica envolve indivíduos com síndrome leve e com manifestações incluindo braquicefalia, hipoplasia dos dedos e anormalidades nos membros. Está associada com inteligência normal e geralmente com bom prognóstico.
Síndrome de Pfeiffer Tipo 2 envolve má formação craniana, proptose extremas, anomalias dos membros, anomalias nos dedos do pé, anomalias nos cotovelos, anquilose ou sinostose, atraso no desenvolvimento e complicações neurológicas.
Síndrome de Pfeiffer Tipo 3 é semelhante ao tipo 2, mas não envolve anomalia no crânio. A sobreposição entre os três tipos podem ocorrer.
Síntese das Evidências
Craniossinostoses Sindrômicas: síndromes de Apert, Crouzon, Pfeiffer e Saethre-Chotzen,
seqüenciamento de éxons dos genes FGFR1, FGFR2, FGFR3, e TWIST
Craniossinostoses são malformações congênitas dos ossos do crânio causadas pela fusão
prematura das articulações fibrosas que unem os ossos do crânio (suturas cranianas). Isto resulta
em um crescimento craniano assimétrico ou reduzido, ocasionando uma alteração do formato do
crânio, que pode estar associada a sintomas como deficiência mental, obstrução das vias aéreas,
problemas de alimentação e distúrbios da visão (Arduino-Meirelles, Lacerda, Gil-da-Silva-Lopes,
2006).
As craniossinostoses podem ser resultantes de uma alteração intrínseca na(s) sutura(s)
craniana(s), denominadas craniossinostoses primárias ou de deficiência de crescimento do
cérebro que pode resultar em uma cabeça reduzida de tamanho (microcefalia), quando então são
denominadas craniossinostoses secundárias. Estas últimas também podem ser causadas, mais
raramente, por condições sistêmicas hematológicas ou metabólicas, incluindo transtornos do
metabolismo ósseo (Flores-Sarnat, 2002).
As craniossinostoses primárias podem ocorrer isoladamente, sem associação com outras
anomalias, sendo então denominadas de craniossinostoses não-sindrômicas ou isoladas. As
craniossinostoses não-sindrômicas afetam na maioria das vezes uma única sutura, ocorrendo de
forma esporádica
1
, em decorrência de fatores pouco esclarecidos; embora fatores genéticos
possam contribuir, não há geralmente uma evidente história familiar (Flores-Sarnat, 2002).
Por outro lado, as craniossinostoses primárias podem estar associadas a anomalias em membros
superiores e inferiores, orelhas e no sistema cardiovascular, e com freqüência à deficiência
mental. Estas craniossinostoses são designadas como craniossinostoses sindrômicas. Foram
descritas mais de 100 formas de craniossinostose sindrômica de origem genética (Aviv, Rodger,
Hall, 2002; Flores-Sarnat, 2002; Kimonis, Gold, Hoffman et al., 2007).
Dentre as craniossinostoses sindrômicas, destacam-se aquelas que apresentam deformidades
faciais, incluindo olhos saltados (exoftalmia) e anormalmente afastados (hipertelorismo ocular) e
1. A ocorrência de uma doença é dita esporádica quando não pode ser atribuída a uma causa hereditária, não sendo evidente uma história
familiar (King, Stansfield, Mulligan, 2006). Informe ATS - Avaliação de Tecnologia em Saúde Nº 04
7
nariz em forma de “bico de papagaio”, e anomalias dos dedos das mãos ou dos pés, que podem
estar unidos de forma completa ou incompleta (sindactilia). As condições mais comuns incluídas
neste grupo são as síndromes de Apert, Crouzon e Pfeiffer, decorrentes de mutações dos genes
dos receptores de fator de crescimento de fibroblasto (FGFR, “fibroblast growth factor receptor”),
e a síndrome de Saethre-Chotzen, determinada por mutações do gene TWIST1 (Ratisoontorn e
Cunningham, 2005; Robin e Falk, 2006).
Embora as craniossinostoses estejam entre as malformações congênitas mais comuns, com uma
incidência de 1 em 2.000 a 1 em 2.500 nascidos vivos, apenas 15% dos casos correspondem às
craniossinostoses sindrômicas (Flores-Sarnat, 2002; Wilkie, Bochukova, Hansen et al., 2007). É
desconhecida a contribuição das mutações nos genes FGFR e TWIST1 para a incidência das
craniossinostoses sindrômicas, no entanto, as síndromes de Saethre-Chotzen e de Crouzon são
doenças raras com uma incidência estimada de 1 em 25.000 a 1 em 50.000 nascidos vivos,
enquanto as síndromes de Apert e de Pfeiffer são doenças muito raras com uma incidência por
volta de 1 em 100.000 nascidos vivos (Arduino-Meirelles, Lacerda, Gil-da-Silva-Lopes, 2006;
Robin e Falk, 2006).
Equipe Técnica
Elaboração:
Eduardo Vieira Neto
Médico Geneticista Clínico
Mestre em Ciências Médicas – UFRJ
Especialista em Regulação de Saúde Suplementar – ANS
Supervisão:
Rosimary Terezinha de Almeida
Professora Adjunta do Programa de Engenharia Biomédica da COPPE – UFRJ
Gerente da Gerência de Avaliação de Tecnologias em Saúde - ANS
Revisão:
Fernando Kok
Médico Assistente do Serviço de Neurologia Infantil do Hospital das Clínicas
– USP
Pós-doutorado em Neurologia pelo Instituto Kennedy-Krieger da
Universidade Johns Hopkins, Baltimore, Estados Unidos da América
Livre-Docente em Neurologia Infantil – USP
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