Leucemia mielóide aguda (LMA), também conhecida como leucemia mielogênica aguda, é um câncer/cancro da linha mielóide dos glóbulos brancos que se caracteriza pela rápida proliferação de células anormais e malignas osblastos que não amadurecem e não desempenham sua função que se acumula na medula óssea, interferindo naprodução normal de células sanguíneas. É o tipo mais comum de leucemia aguda que afeta adultos, e sua incidência aumenta com o envelhecimento. Embora a LMA seja uma doença relativamente rara, representando cerca de 1,2% dos óbitos causados por doenças oncológicas nos Estados Unidos,[1] espera-se um aumento da sua incidência devido ao envelhecimento da população.
Os sintomas são causados pela substituição das células normais da medula óssea, resultando em uma queda na contagem de glóbulos vermelhos, plaquetas e de leucócitos normais. Estes sintomas incluem fadiga, falta de ar,hemorragia e aumento do risco de infecções. Embora vários fatores de risco para a LMA sejam conhecidos, a causa específica permanece incerta. Uma característica da doença é sua rápida progressão, podendo ser fatal em um curto espaço de tempo (semanas ou meses) se deixada sem tratamento adequado.
A leucemia mielóide aguda é uma doença potencialmente curável, mas apenas uma pequena parcela dos doentes são curados com a terapia utilizada atualmente. Usualmente o tratamento inicia com quimioterapia, visando a induzir à remissão, embora grande parte dos doentes necessitem de um transplante de medula óssea para alcançar a cura.
É também chamada de leucemia não linfocítica aguda (em inglês Acute nonlymphocytic l, abreviada como ANLL)
A primeira descrição de um caso de leucemia na literatura médica data de 1827, quando o médico francês Alfred-Armand-Louis-Marie Velpeau descreveu o caso de uma senhora de 63 anos, que desenvolveu uma doença caracterizada por febre, fraqueza, cálculos renais, hepatomegalia (aumento do volume do fígado) eesplenomegalia (aumento do volume do baço). Velpeau notou também que o sangue da paciente tinha uma consistência diferente do "normal", especulando que a causa seria o que chamou de aparecimento de "corpúsculos brancos".[3] Em 1845, uma série de pacientes que morreram com aumento do baço e mudanças nas "cores e consistência do sangue" foi relatado pelo patologista JH Bennett, que usou o termo "leucocythemia" para descrever esta condição patológica.[4]
A criação do termo "leucemia" data de 1856, e é de autoria de Rudolf Virchow, renomado patologista alemão. Como um pioneiro no uso do microscópio ótico em patologia, Virchow foi o primeiro a descrever o excesso de glóbulos brancos nos doentes com a síndrome clínica descrita por Velpeau e Bennett. Como Virchow não tinha certeza sobre a causa dos glóbulos brancos no sangue estarem elevados, usou então o termo meramente descritivo "leucemia" (do grego: "glóbulos brancos") para referir-se à condição.[5]
Outros avanços que levaram a uma melhor compreensão da leucemia mielóide aguda ocorreram rapidamente com o desenvolvimento de novas tecnologias. Em1877, Paul Ehrlich desenvolveu uma técnica de coloração que lhe permitiu descrever em detalhes leucócitos normais e anormais. Wilhelm Ebstein introduziu o termo "leucemia aguda" em 1889 para diferenciar os tipos de progressão rápida dos da leucemia crônica.[6] O termo "mielóide" foi criado por Neumann em 1869, o primeiro a reconhecer que os glóbulos brancos eram produzidos na medula óssea. O exame da medula óssea com a finalidade de diagnosticar leucemia foi primeiramente descrito em 1879 por Mosler.[7] Finalmente, em 1900, o mieloblasto, que é uma célula com potencial carcinogênico, foi caracterizado por Naegeli, que divide a leucemia em: mielóide e linfocitária (ou linfocítica).[8][9]A maioria dos sinais e sintomas da LMA devem-se a um aumento do número de glóbulos brancos malignos desalojando ou interferindo de alguma forma com aprodução normal de glóbulos na medula óssea. A falta de glóbulos brancos normais torna o paciente suscetível a infecções. Já a falta de glóbulos vermelhos (anemia) pode causar fadiga, palidez e falta de ar. A falta de plaquetas pode levar à ocorrência de grandes hematomas ou hemorragias ao mínimo trauma.
Os primeiros sintomas da LMA são, na maioria das vezes, inespecíficos e podem ser semelhantes aos da gripe ou de outras doenças comuns. Alguns possíveis sintomas generalizados, incluem febre, fadiga, perda de peso corporal ou perda de apetite, falta de ar, anemia, hematomas, hemorragias, petéquias, dor óssea, dor nas articulações e infecções frequentes e/ou persistentes. Pode ocorrer esplenomegalia, mas geralmente é transitória e assintomática. A linfadenopatia é rara na LMA, em contraste com a leucemia linfoblástica aguda.
Alguns doentes podem apresentar edema gengival devido à infiltração de leucócitos no tecido. Em alguns casos raros, o primeiro sinal clínico da doença é o desenvolvimento de uma massa tumoral fora da medula óssea, chamada de sarcoma granulocítico ou cloroma. Muitas vezes o paciente pode não apresentar sintoma algum, bem como a leucemia pode ser descoberta durante exames sanguíneos de rotina.[1
Principais fatores de risco:
- Alterações sangüíneas pré-leucêmicas, tais como síndrome mielodisplásica ou síndrome mieloproliferativa podem evoluir para LMA; o risco exato depende do tipo de MDS/MPS.[11]
- Exposição à quimioterapia, especialmente quando utilizados agentes antineoplásicos anquilantes, podem aumentar o risco para o desenvolvimento futuro da LMA. Outros citostáticos, especialmente podophyllotoxin e antraciclina também foram associados com a leucemia. Estas substâncias são freqüentemente associadas a anomalias cromossômicas específicas em leucócitos.[12]
- A exposição à radiações ionizantes pode aumentar o risco de LMA. Sobreviventes do ataque nuclear norte-americano às cidades japonesas de Hiroshima eNagasaki tiveram um aumento na incidência deste tipo de leucemia,[13] assim como profissionais de radiologia expostos a níveis elevados de raios-x, antes da adoção de práticas modernas de segurança radiológica.[14]
- Exposição a produtos químicos como o benzeno e outros solventes orgânicos podem estar relacionados ao desenvolvimento da doença, embora ainda haja muita controvérsia a este respeito. O benzeno e muitos dos seus derivados são conhecidos por serem substâncias carcinogênicas in vitro. Enquanto alguns estudos sugerem uma relação entre a exposição ao benzeno e aumento do risco de LMA,[15] outros têm sugerido que o risco é muito pequeno.[16]
- Inúmeras síndromes congênitas podem contribuir para aumentar o risco de leucemia; a mais comum é provavelmente a Síndrome de Down, que está associada a um aumento de 10 a 18 vezes do risco de desenvolvimento da LMA.[17]
Diagnóstico
O primeiro indício, importante para o estabelecimento do diagnóstico da LMA, é geralmente um resultado anormal em um hemograma. Já o diagnóstico definitivo geralmente requer uma biópsia por aspiração da medula óssea. O exame da medula óssea é freqüentemente realizado com a finalidade de identificar o tipo de células sanguíneas anormais. Porém, caso existam muitos glóbulos brancos na circulação sanguínea, a biopsia de medula óssea pode não ser necessária. A medula ou o sangue é analisado através de microscopia ótica, assim como citometria de fluxo, para diagnosticar a presença de leucemia e diferenciar entre seus subtipos.
O diagnóstico e classificação da LMA pode ser complexo, e deve ser executado por um médico com experiência na área de hematologia ou patologia. Em casos simples, a presença de certas características morfológicas (como Auer varas) ou resultados específicos de fluxo citométrico podem distinguir esta, de outros tipos de leucemias. No entanto, na ausência de tais características, o diagnóstico pode ser mais difícil.[25]
Segundo os critérios adotados pela Organização Mundial da Saúde, o diagnóstico da LMA é estabelecido pela demonstração do comprometimento de mais de 20% do sangue e/ou medula óssea por mieloblastos.[26] A doença deve ser cuidadosamente diferenciada de condições "pré-leucêmicas" como a síndrome mielodisplásica ou síndrome mieloproliferativa, que são tratados de forma diferente.
Devido ao melhor prognóstico (e maior facilidade de tratamento) da leucemia promielocítica aguda (LPA), é importante estabelecer rapidamente o diagnóstico definitivo. O método de hibridização por fluorescência in loco é freqüentemente utilizado para este fim, identificando facilmente a translocação cromossômica que caracteriza a LPA.[27]
Os sintomas são causados pela substituição das células normais da medula óssea, resultando em uma queda na contagem de glóbulos vermelhos, plaquetas e de leucócitos normais. Estes sintomas incluem fadiga, falta de ar,hemorragia e aumento do risco de infecções. Embora vários fatores de risco para a LMA sejam conhecidos, a causa específica permanece incerta. Uma característica da doença é sua rápida progressão, podendo ser fatal em um curto espaço de tempo (semanas ou meses) se deixada sem tratamento adequado.
A leucemia mielóide aguda é uma doença potencialmente curável, mas apenas uma pequena parcela dos doentes são curados com a terapia utilizada atualmente. Usualmente o tratamento inicia com quimioterapia, visando a induzir à remissão, embora grande parte dos doentes necessitem de um transplante de medula óssea para alcançar a cura.
É também chamada de leucemia não linfocítica aguda (em inglês Acute nonlymphocytic l, abreviada como ANLL)
A primeira descrição de um caso de leucemia na literatura médica data de 1827, quando o médico francês Alfred-Armand-Louis-Marie Velpeau descreveu o caso de uma senhora de 63 anos, que desenvolveu uma doença caracterizada por febre, fraqueza, cálculos renais, hepatomegalia (aumento do volume do fígado) eesplenomegalia (aumento do volume do baço). Velpeau notou também que o sangue da paciente tinha uma consistência diferente do "normal", especulando que a causa seria o que chamou de aparecimento de "corpúsculos brancos".[3] Em 1845, uma série de pacientes que morreram com aumento do baço e mudanças nas "cores e consistência do sangue" foi relatado pelo patologista JH Bennett, que usou o termo "leucocythemia" para descrever esta condição patológica.[4]
A criação do termo "leucemia" data de 1856, e é de autoria de Rudolf Virchow, renomado patologista alemão. Como um pioneiro no uso do microscópio ótico em patologia, Virchow foi o primeiro a descrever o excesso de glóbulos brancos nos doentes com a síndrome clínica descrita por Velpeau e Bennett. Como Virchow não tinha certeza sobre a causa dos glóbulos brancos no sangue estarem elevados, usou então o termo meramente descritivo "leucemia" (do grego: "glóbulos brancos") para referir-se à condição.[5]
Outros avanços que levaram a uma melhor compreensão da leucemia mielóide aguda ocorreram rapidamente com o desenvolvimento de novas tecnologias. Em1877, Paul Ehrlich desenvolveu uma técnica de coloração que lhe permitiu descrever em detalhes leucócitos normais e anormais. Wilhelm Ebstein introduziu o termo "leucemia aguda" em 1889 para diferenciar os tipos de progressão rápida dos da leucemia crônica.[6] O termo "mielóide" foi criado por Neumann em 1869, o primeiro a reconhecer que os glóbulos brancos eram produzidos na medula óssea. O exame da medula óssea com a finalidade de diagnosticar leucemia foi primeiramente descrito em 1879 por Mosler.[7] Finalmente, em 1900, o mieloblasto, que é uma célula com potencial carcinogênico, foi caracterizado por Naegeli, que divide a leucemia em: mielóide e linfocitária (ou linfocítica).[8][9]A maioria dos sinais e sintomas da LMA devem-se a um aumento do número de glóbulos brancos malignos desalojando ou interferindo de alguma forma com aprodução normal de glóbulos na medula óssea. A falta de glóbulos brancos normais torna o paciente suscetível a infecções. Já a falta de glóbulos vermelhos (anemia) pode causar fadiga, palidez e falta de ar. A falta de plaquetas pode levar à ocorrência de grandes hematomas ou hemorragias ao mínimo trauma.
Os primeiros sintomas da LMA são, na maioria das vezes, inespecíficos e podem ser semelhantes aos da gripe ou de outras doenças comuns. Alguns possíveis sintomas generalizados, incluem febre, fadiga, perda de peso corporal ou perda de apetite, falta de ar, anemia, hematomas, hemorragias, petéquias, dor óssea, dor nas articulações e infecções frequentes e/ou persistentes. Pode ocorrer esplenomegalia, mas geralmente é transitória e assintomática. A linfadenopatia é rara na LMA, em contraste com a leucemia linfoblástica aguda.
Alguns doentes podem apresentar edema gengival devido à infiltração de leucócitos no tecido. Em alguns casos raros, o primeiro sinal clínico da doença é o desenvolvimento de uma massa tumoral fora da medula óssea, chamada de sarcoma granulocítico ou cloroma. Muitas vezes o paciente pode não apresentar sintoma algum, bem como a leucemia pode ser descoberta durante exames sanguíneos de rotina.[1
Principais fatores de risco:
- Alterações sangüíneas pré-leucêmicas, tais como síndrome mielodisplásica ou síndrome mieloproliferativa podem evoluir para LMA; o risco exato depende do tipo de MDS/MPS.[11]
- Exposição à quimioterapia, especialmente quando utilizados agentes antineoplásicos anquilantes, podem aumentar o risco para o desenvolvimento futuro da LMA. Outros citostáticos, especialmente podophyllotoxin e antraciclina também foram associados com a leucemia. Estas substâncias são freqüentemente associadas a anomalias cromossômicas específicas em leucócitos.[12]
- A exposição à radiações ionizantes pode aumentar o risco de LMA. Sobreviventes do ataque nuclear norte-americano às cidades japonesas de Hiroshima eNagasaki tiveram um aumento na incidência deste tipo de leucemia,[13] assim como profissionais de radiologia expostos a níveis elevados de raios-x, antes da adoção de práticas modernas de segurança radiológica.[14]
- Exposição a produtos químicos como o benzeno e outros solventes orgânicos podem estar relacionados ao desenvolvimento da doença, embora ainda haja muita controvérsia a este respeito. O benzeno e muitos dos seus derivados são conhecidos por serem substâncias carcinogênicas in vitro. Enquanto alguns estudos sugerem uma relação entre a exposição ao benzeno e aumento do risco de LMA,[15] outros têm sugerido que o risco é muito pequeno.[16]
- Inúmeras síndromes congênitas podem contribuir para aumentar o risco de leucemia; a mais comum é provavelmente a Síndrome de Down, que está associada a um aumento de 10 a 18 vezes do risco de desenvolvimento da LMA.[17]
Diagnóstico
O primeiro indício, importante para o estabelecimento do diagnóstico da LMA, é geralmente um resultado anormal em um hemograma. Já o diagnóstico definitivo geralmente requer uma biópsia por aspiração da medula óssea. O exame da medula óssea é freqüentemente realizado com a finalidade de identificar o tipo de células sanguíneas anormais. Porém, caso existam muitos glóbulos brancos na circulação sanguínea, a biopsia de medula óssea pode não ser necessária. A medula ou o sangue é analisado através de microscopia ótica, assim como citometria de fluxo, para diagnosticar a presença de leucemia e diferenciar entre seus subtipos.
O diagnóstico e classificação da LMA pode ser complexo, e deve ser executado por um médico com experiência na área de hematologia ou patologia. Em casos simples, a presença de certas características morfológicas (como Auer varas) ou resultados específicos de fluxo citométrico podem distinguir esta, de outros tipos de leucemias. No entanto, na ausência de tais características, o diagnóstico pode ser mais difícil.[25]
Segundo os critérios adotados pela Organização Mundial da Saúde, o diagnóstico da LMA é estabelecido pela demonstração do comprometimento de mais de 20% do sangue e/ou medula óssea por mieloblastos.[26] A doença deve ser cuidadosamente diferenciada de condições "pré-leucêmicas" como a síndrome mielodisplásica ou síndrome mieloproliferativa, que são tratados de forma diferente.
Devido ao melhor prognóstico (e maior facilidade de tratamento) da leucemia promielocítica aguda (LPA), é importante estabelecer rapidamente o diagnóstico definitivo. O método de hibridização por fluorescência in loco é freqüentemente utilizado para este fim, identificando facilmente a translocação cromossômica que caracteriza a LPA.[27]