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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ULCERA DE BURULI

A úlcera de Buruli De Wikipedia, a enciclopedia livre A úlcera de Buruli -conhecida como a lepra do século XXI- é uma doença que produz lesões graves no corpo humano -principalmente nos meninos- que podem inclusive causar a morte da pessoa que a padece. É uma doença recente e praticamente desconhecida, já que a extrema lentidão com a que se desenvolve a bactéria nos cultivos de laboratório ralentiza as investigações que possam se realizar com vistas a encontrar um tratamento preventivo ou curativo adequado. A denominada lepra do século XXI parece transmitir-se principalmente através da água e afecta principalmente aos meninos menores de 15 anos. Os primeiros sintomas manifestam-se como pequenas úlceras e llagas que não são dolorosas mas que com o passo do tempo vão sendo mais extensas, e que posteriormente devora literalmente os músculos e ossos afectados, provocando amputações e, em ocasiões, a morte. Descreveram-se casos de úlcera de Buruli em 30 países da África, as Américas, Ásia e Pacífico Ocidental, sobretudo nas regiões tropicais e subtropicales. A maioria dos casos recentes registaram-se no Estado de Vitória e na cidade de Point Lonsdale. Em vários países (Camerún, Congo, Gabón, Sudão, Togo e Uganda) estão-se notificando a cada vez mais casos. Após 30 anos nos que não tem tido notificações oficiais, um estudo levado a cabo na região sudoriental da Nigéria em 2006 confirmou alguns casos. Relatórios recentes indicam pela primeira vez que a doença pode ser endémica na zona do Brasil fronteiriça com a Guyana Francesa. Estas cifras assinalam a presença da doença, mas é possível que não reflitam a magnitude real do problema. A UB costuma começar como uma tumefacción cutánea, telefonema nódulo. A doença pode apresentar-se como uma grande zona de tumefacción difusa das pernas ou braços. As cepas de M. ulcerans isoladas nas diferentes formas clínicas da doença em uma determinada região geográfica parecem ser idênticas, o qual indica que os factores do hóspede podem desempenhar um importante papel como determinantes das diferentes apresentações clínicas. Devido às propriedades inmunosupresoras locais da micolactona, ou quiçá a outros mecanismos desconhecidos, a doença progride sem dor nem febre, e isso pode explicar que os pacientes não procurem tratamento rapidamente. De qualquer modo, em ausência de tratamento aparecem úlceras em massa, com os clássicos bordes socavados. A ocasional afectación óssea associa-se a grandes deformidades. Quando as lesões se curam, a fibrosis pode produzir limitação da mobilidade dos membros e outras discapacidades permanentes em aproximadamente um quarto dos pacientes. Nas zonas endémicas, os profissionais sanitários com experiência costumam estabelecer o diagnóstico da UB baseando nos achados clínicos. Devido a problemas logísticos e operativos, as provas de laboratório raramente utilizam-se para tomar decisões terapêuticas. As quatro provas de laboratório que mais se utilizam para confirmar o diagnóstico são: • O exame directo das extensões. Nos serviços de saúde locais onde se possam realizar baciloscopias para a tuberculose também se pode efectuar rapidamente um exame das extensões de material procedente das úlceras ou de biopsias. No entanto, a sensibilidade deste método é baixa (aproximadamente 40%). • Cultivo de M. ulcerans. É um procedimento que se realiza com as mostras das úlceras ou as biopsias e que demora 6 a 8 semanas ou mais. • Reacção em corrente da polimerasa (RCP). É uma técnica que proporciona resultados em dois dias e na que se utilizam mostras de biopsias ou extensões de material procedente das úlceras. • Histopatología. É um método que requer biopsias e é útil para estabelecer o diagnóstico diferencial quando os resultados dos três métodos anteriores são negativos. Recentemente desenvolveu-se uma prova de RCP inovadora, baseada em reactivos secos, que se pode utilizar nos laboratórios dos hospitais distritales. As recomendações terapêuticas actuais consistem em: • A combinação de rifampicina e estreptomicina/amikacina durante 8 semanas como tratamento de primeira linha contra todas as formas activas da doença. Os casos nodulares e os não complicados podem se tratar sem necessidade dos hospitalizar. • Intervenção quirúrgica para eliminar o tecido necrosado, cobrir os defeitos cutáneos e corrigir as deformidades. • Intervenções para evitar ou minimizar as discapacidades. A experiência terapêutica adquirida tem revelado que a administração de rifampicina e estreptomicina durante 8 semanas, produz a cura completa de cerca de um 50% das lesões. Ademais, é possível tratar a alguns pacientes em regime ambulatorio. As recidivas depois do tratamento antibiótico são de menos de 2%, em comparação com um 16-30% depois do tratamento exclusivamente quirúrgico. Estes dados alentadores estão a mudar a estratégia de controle e tratamento da úlcera. Em fevereiro de 2007 publicou-se a sequência genómica completa de M. ulcerans, que contribuirá ao avanço das investigações sobre o desenvolvimento de provas diagnósticas simples e rápidas e de novos tratamentos farmacológicos e vacinas. Esta informação está a ajudar aos cientistas a encontrar a forma de bloquear sua produção, que poderia se converter em uma nova opção terapêutica. A resolução adoptada pela Assembleia da Saúde em 2004 está a contribuir a gerar o interesse e o apoio necessários, alentando a todos os Estados Membros da OMS «a que intensifiquem as investigações tendo em vista desenvolver meios de diagnóstico, tratamento e prevenção da doença, bem como [a] integrar a úlcera de Buruli no sistema nacional de vigilância das doenças». A actual onda de interesse pelas doenças tropicais desatendidas contribuirá sem dúvida a dar maior notoriedad à úlcera de Buruli e a atrair recursos necessários para acelerar as investigações relacionadas com o desenvolvimento de novos instrumentos diagnósticos, terapêuticos e profilácticos. Investigação sobre toxinas produzidas por Mycobacterium ulcerans, coordenada por Yoshito Kishi (Department of Chemistry and Chemical Biology, Harvard University), levou os autores a verificarem que ocorre variação na produção de estereoisômeros da toxina de acordo com a origem da micobactéria: se de água doce ou de água salgada. Mycobacterium ulcerans é responsável por uma doença que causa necrose na pele, a úlcera de Buruli. (veja aqui e aqui) Dentre as micobactérias patogênicas, Mycobacterium ulcerans só é menos perigosa do que Mycobacterium tuberculosis (que causa a tuberculose) e Mycobacterium leprae (que causa hanseníase). As substâncias tóxicas de Mycobacterium ulcerans foram descobertas em 1999, e foram denominadas micolactonas A/B, uma mistura de duas substâncias em equilíbrio. Depois da descoberta inicial destas substâncias, substâncias parecidas foram descobertas a partir de Mycobacterium ulcerans isoladas de peixes e de sapos. Vários destes compostos tiveram suas estruturas confirmadas por sua síntese completa. Os estudos de Kishi levaram à descoberta de que a estereoquímica da cadeia ligada ao grande sistema cíclico pode variar entre as substâncias isoladas; no entanto, a estereoquímica das micolactonas A/B é sempre a mesma. No caso da micolactona F, os autores decidiram investigar se a estereoquímica da cadeia lateral apresentava variação de acordo com sua origem: se isolada de fonte marinha ou de água doce. Assim, analisaram a micolactona F isolada de Mycobacterium marinum obtida de peixes de água salgada e de água doce. Os autores primeiro prepararam as duas substâncias por síntese completa, e desenvolveram um método para conseguir analisar as duas substâncias, utilizando cromatografia com coluna quiral (HPLC quiral). Como os dois estereoisômeros da micolactona F, designados micolactona F e dia-micolactona F, também sofrem isomerização em suas ligações duplas, os autores do estudo tiveram que induzir a isomerização sob ação da luz. Desta maneira, as duas toxinas produziram 3 substâncias diferentes cada uma, sendo que todas puderam ser analisadas por HPLC quiral. Após as análises das duas toxinas de origem marinha e de água doce, os autores observaram que aquela de origem marinha era somente a micolactona F e a de água doce somente a dia-micolactona F. Os autores assinalam que a origem da variação da estereoquímica das micolactonas

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