A hiperecplexia hereditária é uma doença neurológica hereditária caracterizada por respostas de sobressalto excessivo.
Até ao momento foram descritos na literatura cerca de 150 casos.
A hiperecplexia hereditária manifesta-se logo após o nascimento com espasmos violentos ao ruído e ao toque, e contração maciça e sustentada do tronco e membros, cerrando os punhos, e uma elevada frequência de tremores. Os recém-nascidos estão em risco de morte súbita devido a laringoespasmo e a insuficiência cardiorrespiratória. Os ataques de rigidez podem assemelhar-se a crises epilépticas, embora o sono possa reduzir ou mesmo abolir a rigidez e os espasmos e o EEG é normal. Meses após o nascimento, a rigidez muscular diminui, mas persistem espasmos excessivos em resposta a estímulos externos ou excitação. O desenvolvimento motor está, muitas vezes, ligeiramente atrasado, mas o desenvolvimento intelectual é geralmente normal. As crianças afetadas têm uma marcha instável e muitas vezes procuram ajuda ou um apoio. As alterações da marcha aumentam quando apressada, entre a multidão, ou se forçada. O tropeçar ou um solavanco inesperado pode induzir quedas descontroladas ("como um barrote"), com o risco de ferimentos graves.
Em cerca de 30% dos doentes com hiperecplexia hereditária (e um número considerável de doentes em que nenhum dos pais é afectado de forma obvia) são encontradas mutações no gene GLRA1 (5q32). Estas mutações são transmitidas de forma autossómica dominante ou recessiva. O gene GLRA1codifica a subunidade alfa1 do receptor neuronal juvenil para o neurotransmissor inibitório, a glicina. As mutações nesta subunidade causam uma variedade de disfunções no canal de cloreto neuronal (Cl-), e, portanto, a hiperecplexia hereditária é considerada uma canalopatia. Também foram descritas mutações nos genes GLRB , GPHN e SLC6A5 (4q31.3, 14q24 e 11p15.2-p15.1).
O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos, testes de genética molecular e de eletrofisiologia.
Os diagnósticos diferenciais incluem hiperecplexia sintomática e espasticidade, e epilepsia associada a lesão cerebral perinatal ou a doenças cerebrais metabólicas, as quais podem ser excluídas pela presença de EEG normal e redução ou abolição da rigidez e espasmos durante o sono.
O tratamento sintomático dos adultos envolve clonazepam (1mg por dia). A vigabatrina é ineficiente. Nas crianças são necessárias doses menores. As crianças beneficiam com repetição de blocos de exercício físico em vez de fisioterapias tradicionais ou de treino tenaz ou exigente. Atividades abrangentes em pavimento macio ou arenoso são particularmente eficazes. Pode ser necessário intervir para minimizar a incompreensão, escárnio, ou a pressão de professores desinformados, parentes e amigos. Na maioria dos doentes, o medo de cair e a marcha instável normalizam na adolescência. No entanto, sobressaltos e espasmos à estimulação inesperada persistem ao longo da vida, e uma minoria dos doentes sofrem de ansiedade fóbica de atravessar espaços abertos e de marcha insegura e hesitante.
Até ao momento foram descritos na literatura cerca de 150 casos.
A hiperecplexia hereditária manifesta-se logo após o nascimento com espasmos violentos ao ruído e ao toque, e contração maciça e sustentada do tronco e membros, cerrando os punhos, e uma elevada frequência de tremores. Os recém-nascidos estão em risco de morte súbita devido a laringoespasmo e a insuficiência cardiorrespiratória. Os ataques de rigidez podem assemelhar-se a crises epilépticas, embora o sono possa reduzir ou mesmo abolir a rigidez e os espasmos e o EEG é normal. Meses após o nascimento, a rigidez muscular diminui, mas persistem espasmos excessivos em resposta a estímulos externos ou excitação. O desenvolvimento motor está, muitas vezes, ligeiramente atrasado, mas o desenvolvimento intelectual é geralmente normal. As crianças afetadas têm uma marcha instável e muitas vezes procuram ajuda ou um apoio. As alterações da marcha aumentam quando apressada, entre a multidão, ou se forçada. O tropeçar ou um solavanco inesperado pode induzir quedas descontroladas ("como um barrote"), com o risco de ferimentos graves.
Em cerca de 30% dos doentes com hiperecplexia hereditária (e um número considerável de doentes em que nenhum dos pais é afectado de forma obvia) são encontradas mutações no gene GLRA1 (5q32). Estas mutações são transmitidas de forma autossómica dominante ou recessiva. O gene GLRA1codifica a subunidade alfa1 do receptor neuronal juvenil para o neurotransmissor inibitório, a glicina. As mutações nesta subunidade causam uma variedade de disfunções no canal de cloreto neuronal (Cl-), e, portanto, a hiperecplexia hereditária é considerada uma canalopatia. Também foram descritas mutações nos genes GLRB , GPHN e SLC6A5 (4q31.3, 14q24 e 11p15.2-p15.1).
O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos, testes de genética molecular e de eletrofisiologia.
Os diagnósticos diferenciais incluem hiperecplexia sintomática e espasticidade, e epilepsia associada a lesão cerebral perinatal ou a doenças cerebrais metabólicas, as quais podem ser excluídas pela presença de EEG normal e redução ou abolição da rigidez e espasmos durante o sono.
O tratamento sintomático dos adultos envolve clonazepam (1mg por dia). A vigabatrina é ineficiente. Nas crianças são necessárias doses menores. As crianças beneficiam com repetição de blocos de exercício físico em vez de fisioterapias tradicionais ou de treino tenaz ou exigente. Atividades abrangentes em pavimento macio ou arenoso são particularmente eficazes. Pode ser necessário intervir para minimizar a incompreensão, escárnio, ou a pressão de professores desinformados, parentes e amigos. Na maioria dos doentes, o medo de cair e a marcha instável normalizam na adolescência. No entanto, sobressaltos e espasmos à estimulação inesperada persistem ao longo da vida, e uma minoria dos doentes sofrem de ansiedade fóbica de atravessar espaços abertos e de marcha insegura e hesitante.
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