A hidropisia fetal não-imune (HFNI), ou anasarca feto-placentária como é chamada em seu estágio mais avançado, é definida como síndrome fetal caracterizada pela presença de um ou mais derrames serosos (ascite, derrame pleural e/ou derrame pericárdico), podendo estar associada a polidramnia e/ou edema celular subcutâneo generalizado; sem contudo ter algum fator imunológico como agente causal.
Apesar de sua baixa prevalência, em torno de 1:3000 gestações, trata-se de síndrome de
grande importância, visto que pode atingir altíssimas taxas de mortalidade fetal, alcançando
em alguns estudos valores superiores a 98%.
Trata-se de síndrome de etiologia múltipla e variada (Tabela 1), cuja pesquisa etiológica não é tarefa das mais fáceis, tendo em vista que em cerca de 40% são rotuladas de idiopáticas, devido à impossibilidade de se isolar um fator causal específico.
Fisiopatologia
A fisiopatologia da HFNI apresenta mecanismos múltiplos e interdependentes, estando
fundamentada principalmente na presença isolada ou em conjunto dos seguintes fatores:
anemia fetal, hipoproteinemia e insuficiência cardíaca
Principais aspectos fisiopatológicos da hidropisia fetal não-imune
Diagnóstico Sindrômico e Etiológico da HFNI
O diagnóstico da HFNI deve ser feito de forma ordenada, uma vez que a etiologia é variada,levando-se em conta a necessidade de serem realizados inicialmente os métodos não invasivos (ultra-sonografia, ecocardiografia fetal, análise do sangue materno, propedêutica biofísica), e a seguir de maneira imprescindível, os métodos invasivos (biopsia de vilo corial, amniocentese, cordocentese, análise dos derrames)
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