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quarta-feira, 22 de maio de 2013

ESCLEROSE MULTIPLA


O que é Esclerose múltipla?

Sinônimos: EM, Esclerose disseminada
A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o cérebro e a medula espinhal (sistema nervoso central).
AdamEsquema do sistema nervoso central no corpo humano

Causas

A esclerose múltipla (EM) afeta mais mulheres do que homens. A doença geralmente é diagnosticada entre 20 e 40 anos, mas pode desenvolver-se em qualquer idade.
Esclerose múltipla: entenda a doença autoimune
A esclerose múltipla é causada por dano à bainha de mielina, cobertura protetora que envolve as células nervosas. Quando esse revestimento protetor é danificado, os impulsos nervosos diminuem ou são interrompidos.
O dano ao nervo é causado pela inflamação. A inflamação ocorre quando as células autoimunes do corpo atacam o sistema nervoso. Episódios repetidos de inflamação podem ocorrer em qualquer área do cérebro, nervo óptico ou da medula espinhal.
AdamEsquema do sistema nervoso central com detalhe para a mielina
Os pesquisadores não sabem com certeza o que desencadeia a inflamação. As teorias mais comuns apontam para um vírus ou defeito genético, ou para uma combinação de ambos. Os estudos geográficos indicam que pode haver um fator ambiental envolvido.
As pessoas com um histórico familiar de esclerose múltipla e aqueles que vivem em zonas geográficas onde a esclerose múltipla é mais comum têm um risco maior de desenvolver a doença.

Exames

Os sintomas da esclerose múltipla podem imitar os de muitas doenças do sistema nervoso central. A doença é diagnosticada com a exclusão de outras doenças.
As pessoas com uma forma de esclerose múltipla chamada surto-remissão podem ter um histórico de pelo menos dois ataques separados por um período de sintomas reduzidos ou assintomáticos.
O médico pode suspeitar de esclerose múltipla se houver diminuição na função de duas partes diferentes do sistema nervoso central (como reflexos anormais) em dois momentos diferentes.
O exame neurológico pode mostrar uma função nervosa reduzida em uma ou em várias partes do corpo. Isso pode ser:
  • Reflexos nervosos anormais
  • Capacidade diminuída de movimentar uma parte do corpo
  • Sensação diminuída ou anormal
  • Outra perda de funções do sistema nervoso
Um exame dos olhos pode mostrar:
  • Respostas anormais das pupilas
  • Alterações do campo visual ou dos movimentos dos olhos
  • Menor acuidade visual
  • Problemas com as partes internas do olho
  • Movimentos rápidos dos olhos desencadeados ao mover os olhos
Os exames para diagnosticar a esclerose múltipla incluem:
  • Punção lombar para exames do líquido cefalorraquidiano, incluindo bandagens oligoclonais no LCR
  • Ressonância magnética do cérebro e da coluna são importantes para ajudar a diagnosticar e seguir a esclerose múltipla
  • Estudo da função nervosa (exames de potencial evocado)

Sintomas de Esclerose múltipla

Os sintomas podem variar porque a localização e a gravidade de cada ataque podem ser diferentes. Os episódios podem durar dias, semanas ou meses. Esses episódios se alternam com períodos de sintomas reduzidos ou assintomáticos (remissão).
Febre, banhos quentes, exposição ao sol e estresse podem desencadear ou piorar os ataques.
É comum que a doença retorne (recaída). Contudo, a doença pode continuar a piorar sem períodos de remissão.
Como os nervos de qualquer parte do cérebro ou da medula espinhal podem ser danificados, os pacientes com esclerose múltipla podem ter sintomas em muitas partes do corpo.
Sintomas musculares:
  • Perda de equilíbrio
  • Espasmos musculares
  • Dormência ou sensação anormal na zona
  • Problemas para movimentar braços e pernas
  • Dificuldade para andar
  • Problemas de coordenação e para fazer pequenos movimentos
  • Tremor em um ou mais membros
  • Fraqueza em um ou mais membros
Sintomas da bexiga e do intestino:
  • Constipação e incontinência fecal
  • Dificuldade para começar a urinar
  • Necessidade frequente de urinar
  • Forte vontade de urinar
  • Incontinência urinária
Sintomas nos olhos:
  • Visão dupla
  • Incômodo nos olhos
  • Movimentos rápidos dos olhos incontroláveis
  • Perda de visão (geralmente afeta um olho de cada vez)
Dormência, formigamento ou dor
  • Dor facial
  • Espasmos musculares dolorosos
  • Formigamento ou ardência de braços e pernas
Outros sintomas nervosos ou do cérebro:
  • Atenção e capacidade de julgamento diminuídas, perda de memória
  • Dificuldade para raciocinar e resolver problemas
  • Depressão ou sentimentos de tristeza
  • Tontura e problemas de equilíbrio
  • Perda de audição
Sintomas sexuais:
  • Problemas de ereção
  • Problemas com a lubrificação vaginal
Sintomas da fala e de deglutição:
  • Fala arrastada ou difícil de entender
  • Dificuldade para mastigar e engolir
A fadiga é um sintoma comum e incômodo à medida que a esclerose múltipla progride. Muitas vezes piora no fim da tarde.

Buscando ajuda médica

Ligue para seu médico se:
  • Você desenvolver sintomas da esclerose múltipla
  • Os sintomas piorarem, mesmo com o tratamento
  • A doença piorar na medida em que o cuidado doméstico deixe de ser factível

Tratamento de Esclerose múltipla

Atualmente, não existe cura conhecida para a esclerose múltipla. Porém, existem terapias que podem diminuir a velocidade de progressão da doença. O objetivo do tratamento é controlar os sintomas e ajudar a manter uma qualidade de vida normal.
Os medicamentos usados para diminuir a progressão da esclerose múltipla devem ser tomados a longo prazo e incluem:
  • Interferons (Avonex, Betaseron ou Rebif), acetato de glatirâmero (Copaxone), mitoxantrona (Novantrone) e natalizumab (Tysabri)
  • Fingolimode (Gilenya)
  • Metotrexato, azatioprina (Imuran), imunoglobulina intravenosa (IVIg) e ciclofosfamida (Cytoxan) também podem ser utilizados caso as drogas acima não sejam eficazes
Os esteroides podem ser usados para diminuir a gravidade dos ataques.
Os medicamentos para controlar os sintomas podem incluir:
  • Medicamentos para reduzir os espasmos musculares, como baclofeno (Lioresal), tizanidina (Zanaflex) ou uma benzodiazepina
  • Medicamentos colinérgicos para reduzir os problemas urinários
  • Antidepressivos para sintomas de humor e comportamento
  • Amantadina para fadiga
Para obter mais informações, consulte:
  • Bexiga neurogênica
  • Reeducação intestinal
Também podem ser úteis para pessoas com EM:
  • Fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e grupos de apoio
  • Aparatos de assistência, como cadeiras de rodas, levantadores de cama, cadeiras para o banho, andadores e corrimãos
  • Um programa planejado de exercícios no início do curso da doença
  • Um estilo de vida saudável, com boa alimentação e repouso e relaxamento suficientes
  • Evitar fadiga, estresse, temperaturas extremas e outras doenças
  • Mudanças na alimentação se existem problemas de deglutição
  • Fazer mudanças em casa para evitar quedas
Adaptações domésticas para garantir a segurança e a facilidade de movimento na casa são muitas vezes necessárias.

Expectativas

O prognóstico varia e é difícil de prever. Embora a doença seja crônica e incurável, a expectativa de vida pode ser normal ou quase normal. A maior parte das pessoas com esclerose múltipla continua andando e trabalhando com uma deficiência mínima durante 20 anos ou mais.
Normalmente, as pessoas com melhores prognósticos são:
  • Mulheres
  • Pessoas que eram jovens (menos de 30 anos) no início da doença
  • Pessoas com ataques pouco frequentes
  • Pessoas com um padrão de surto-remissão
  • Pessoas nas quais a doença se mostra limitada nos exames de imagem
O grau de deficiência e desconforto dependem:
  • Da frequência dos ataques
  • De sua gravidade
  • Da parte do sistema nervoso central afetada em cada ataque
A maior parte das pessoas volta à função normal ou praticamente normal entre os ataques. Lentamente, há uma perda maior de função com menos melhoras entre os ataques. Com o tempo, muitos precisam de uma cadeira de rodas para se movimentar e têm mais dificuldade para serem transferidos da cadeira.
As pessoas que contam com um sistema de apoio, muitas vezes, conseguem permanecer em suas casas.

Complicações possíveis

  • Depressão
  • Dificuldade de deglutição
  • Dificuldade de raciocinar
  • Capacidade cada vez menor de cuidar de si mesmo
  • Necessidade de um catéter permanente
  • Osteoporose ou afinamento dos ossos
  • Escaras (úlceras de pressão)
  • Efeitos colaterais dos medicamentos usados para tratar a doença
  • Infecções do trato urinário
Fontes e referências:
  • Calabresi P. Multiple sclerosis and demyelinating conditions of the central nervous system. In: Goldman L, Ausiello D, eds. Cecil Medicine. 23rd ed. Philadelphia, Pa: Saunders Elsevier;2007:cap. 436.
  • Carroll WM. Oral therapy for multiple sclerosis--sea change or incremental step? N Engl J Med. 2010 Feb 4;362(5):456-8. Epub 2010 Jan 20.
  • Goodin DS, Cohen BA, O'Connor P, et al. Therapeutics and Technology Assessment Subcommittee of the American Academy of Neurology. Assessment: the use of natalizumab (Tysabri) for the treatment of multiple sclerosis (an evidence-based review): report of the Therapeutics and Technology Assessment Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2008:71(10):766-73.
  • Farinotti M, Simi S, Di Pietrantonj C, McDowell N, Brait L, Lupo D, Filippini G. Dietary interventions for multiple sclerosis. Cochrane Database Syst Rev. 2007 Jan 24;(1):CD004192.
  • Kappos L, Freedman MS, Polman CH, et al. Effect of early versus delayed interferon beta-1b treatment on disability after a first clinical event suggestive of multiple sclerosis: a 3-year follow-up analysis of the BENEFIT study. Lancet. 2007:370(9585):389-97.
  • Miller DH, Leary SM. Primary-progressive multiple sclerosis. Lancet Neurol. 2007;6:903-912.
  • Marriott JJ, Miyasaki JM, Gronseth G, O'Connor PW; Therapeutics and Technology Assessment Subcommittee of the American Academy of Neurology. Evidence Report: The efficacy and safety of mitoxantrone (Novantrone) in the treatment of multiple sclerosis: Report of the Therapeutics and Technology Assessment Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2010 May 4;74(18):1463-70.

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