DEFICIÊNCIA neuraminidase |
Títulos alternativos; símbolos |
Sialidose, TIPO II mucolipidose I ML I LIPOMUCOPOLYSACCHARIDOSIS sialidase DEFICIÊNCIA GLICOPROTEÍNA neuraminidase DEFICIÊNCIA NEUG DEFICIÊNCIA neuraminidase 1 DEFICIÊNCIA NEU DEFICIÊNCIA Neu1 DEFICIÊNCIA |
Outras entidades representadas nesta reportagem: |
Sialidose, Tipo I, INCLUÍDO |
CHERRY RED SPOT - mioclonus, INCLUÍDO MYOCLONUS - CHERRY SÍNDROME mancha vermelha, INCLUÍDO |
A sialidose é uma doença de armazenamento lisossomal do grupo das oligossacaridoses ou glicoproteinose. Estão dois tipos de sialidose definidos, tipo 2 (também conhecido como forma infantil e dismórfica de sialinose) e tipo 1 (uma forma de apresentação tardia sem as principais características dismórficas). A incidência de todos os tipos de sialidose está estimada em 1/ 4 200 000 de nados vivos. Foram descritas duas formas de sialidose tipo 2: uma forma congénita ou de apresentação neonatal, e uma forma infantil. A forma congénita pode manifestar-se in utero com hidropsia fetal ou ascite fetal. A forma neonatal é caracterizada por edema, hepatosplenomegalia e ascite, assim como outras manifestações clínicas similares às que observam na doença de Hürler (Mucopolissacaridose tipo 1, ver este termo) com um continuun de gravavidade: dismorfia da face, disostose múltipla, tronco curto com externo proeminente, cifose e hérnias umbilicais e inguinais. As crianças sobreviventes apresentam baixa estatura (com abrandamento do crescimento até aos 18 meses de idade), problemas auditivos, uma mancha vermelho cereja na retina (uma característica constante depois do 3 anos de idade), opacidades na córnea, convulsões mioclónicas e atraso do desenvolvimento (atraso da fala e do andar), seguida por regressão psicomotora. Em alguns doentes está presente doença renal (nefrosialidose). Formas de apresentação juvenil mais progressivas, com menos dismorfologia pronunciada, angioquerastomas e a mancha vermelha na retina foram descritas mas parecem ser formas de galactosialidose. As anomalias cerebelares manifestam-se na adolescência e são acompanhadas por um síndrome piramidal ou neuropatia periférica. A sialidose tipo 2 é causada por uma mutação no gene NEU1 (6p21) resultando numa deficiência da N-acetil-alfa-neuraminidase (sialidase 1) e levando à acumulação de sialiloligossacaridos. A doença é transmitida de forma autossómica recessiva. O diagnóstico é suspeito pela deteção de sialiloligossacaridos na excreção urinária e pode ser confirmada pela demonstração de deficiência na enzima neuraminidase (na presença de atividade normal de beta-galactosidase) nos leucócitos ou, preferencialmente, em fibroblastos cultivados. Os principais diagnósticos diferenciais incluem galactosidase (caracterizada por deficiências em ambas galactosidase beta e neuraminidase) mucopolissacaridose tipo 1 e mucopolissacaridose tipo 2 (ver estes termos). Para famílias em risco, a identificação de heterozigóticos é segura se as duas mutações forem conhecidas. O diagnóstico correto da forma da doença manifestada in utero é essencial para permitir a prevenção de gravidezes resultantes em morte uterina ou abortos durante os últimos meses da gravidez. Como atualmente não existem tratamentos eficazes, deve ser oferecido aos pais que já possuem crianças afetadas o diagnóstico pré-natal (por medição da atividade enzimática ou por análise molecular se a mutação for conhecida). O seguimento deve ser multidisciplinar para permitir tratamento sintomático adaptado que é essencial para a melhoria da qualidade de vida dos doentes afetados. As convulsões mioclónicas frequentemente respondem pouco ao tratamento. Em caso raros, foram realizados transplantes alogénicos de medula óssea mas não preveniram a progressão da insuficiência renal ou o agravamento das manifestações ósseas. A forma congénita leva nado morto ou morte nos primeiros dois anos de vida. Para outras formas, a esperança de vida geralmente não excede duas décadas.
Editor(es)
- Dr Roseline FROISSART
- Dr Irène MAIRE
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