AVISO IMPORTANTE
"As informações fornecidas são baseadas em artigos científicos publicados. Os resumos das doenças são criados por especialistas e submetidos a um processo de avaliação científica. Estes textos gerais podem não se aplicar a casos específicos, devido à grande variabilidade de expressão da doença. Algumas das informações podem parecer chocantes. É fundamental verificar se a informação fornecida é relevante ou não para um caso em concreto. "A informação no Blog Estudandoraras é atualizada regularmente. Pode acontecer que novas descobertas feitas entre atualizações não apareçam ainda no resumo da doença. A data da última atualização é sempre indicada. Os profissionais são sempre incentivados a consultar as publicações mais recentes antes de tomarem alguma decisão baseada na informação fornecida. "O Blog estudandoraras não pode ser responsabilizada pelo uso nocivo, incompleto ou errado da informação encontrada na base de dados da Orphanet. O blog estudandoraras tem como objetivo disponibilizar informação a profissionais de cuidados de saúde, doentes e seus familiares, de forma a contribuir para o melhoramento do diagnóstico, cuidados e tratamento de doenças. A informação no blog Estudandoraras não está destinada a substituir os cuidados de saúde prestados por profissionais. |
segunda-feira, 29 de junho de 2009
PORFIRIA AGUDA INTERMITENTE
Porfiria aguda intermitente
A porfiria aguda intermitente, que provoca sintomas neurológicos, é a porfiria aguda mais frequente.
A porfiria intermitente, uma porfiria hepática, é provocada por uma deficiência do enzima desaminase do porfobilinogénio, também conhecida como sintetase do uroporfirinogénio. A deficiência do enzima herda-se de um dos pais, mas a maioria dos que herdam a característica nunca desenvolvem sintomas.
A porfiria aguda intermitente ocorre em pessoas de todas as raças, mas é um pouco mais frequente entre os europeus do Norte.
São necessários outros factores, medicamentos, hormonas ou a alimentação, para activar a perturbação e causar sintomas. Muitos medicamentos, como os barbitúricos, os antiepilépticos e os antibióticos do grupo das sulfamidas, podem desencadear um ataque.
As hormonas, como a progesterona e esteróides semelhantes, podem precipitar os sintomas, assim como também a alimentação pobre em calorias e em hidratos de carbono ou as grandes quantidades de álcool.
O stress como resultado de uma infecção, outra doença, a cirurgia ou uma perturbação psicológica também estão por vezes implicados.
Em geral trata-se de uma combinação de factores. Por vezes não se podem identificar os factores que causam um ataque.
Sintomas
Os sintomas manifestam-se em ataques que duram vários dias ou mesmo mais tempo. Os ataques aparecem depois da puberdade e são mais frequentes nas mulheres do que nos homens.
Em algumas mulheres, os ataques produzem-se durante a segunda metade do ciclo menstrual. A dor abdominal é o sintoma mais frequente. A dor pode ser tão forte que o médico pode incorrectamente pensar que se trata de um processo que precisa de cirurgia abdominal.
Os sintomas gastrointestinais compreendem náuseas, vómitos, prisão de ventre ou diarreia e distensão abdominal. A bexiga pode ver-se afectada, o que faz com que a micção seja difícil. Também são frequentes, nas crises, uma frequência cardíaca rápida, hipertensão arterial, transpiração e intranquilidade.
Todos estes sintomas, incluindo os gastrointestinais, são resultado dos efeitos sobre o sistema nervoso. Os nervos que controlam os músculos podem ser lesados, provocando fraqueza, que começa geralmente nos ombros e nos braços.A fraqueza pode estender-se virtualmente a todos os músculos, incluindo os implicados na respiração. Podem produzir-se tremores e convulsões.
A hipertensão arterial pode manter-se depois da crise. A recuperação pode dar-se ao fim de alguns dias, embora a cura completa de uma fraqueza muscular grave possa requerer vários meses ou anos.
Diagnóstico
Os graves sintomas gastrointestinais e neurológicos parecem-se com os de muitas outras situações. Contudo, os exames laboratoriais que medem as concentrações de dois precursores do heme (o ácido delta-aminolevulínico e o porfobilinogénio) na urina permitem ao médico chegar ao diagnóstico de porfiria aguda intermitente. Os valores destes precursores são muito elevados durante os ataques de porfiria aguda intermitente e estão permanentemente elevados nas pessoas que sofrem ataques repetidos.
Os precursores podem formar porfirinas, que são de cor avermelhada, e outras substâncias de cor pardacenta.
Por conseguinte, a urina pode mudar de cor, especialmente depois de ser exposta à luz. Essas alterações na cor da urina podem ajudar o médico a suspeitar de uma porfiria.
Tratamento e prevenção
Os ataques graves de porfiria aguda intermitente tratam-se com o heme, o qual se deve administrar por via endovenosa. Outro produto, o arginato de heme, tem menos efeitos secundários, mas está ainda em fase de investigação.
O heme é fixado pelo fígado, onde compensa a síntese reduzida do mesmo. Os valores no sangue e na urina do ácido delta-aminolevulínico e do porfobilinogénio descem rapidamente e os sintomas melhoram, em geral, em vários dias. Se o tratamento for atrasado, a recuperação leva mais tempo e algumas lesões nervosas podem ser permanentes.
Também é útil administrar glicose por via endovenosa ou uma dieta com alto conteúdo de hidratos de carbono, mas estas medidas são menos eficazes do que a administração do heme. Pode-se controlar a dor com medicamentos até que a pessoa responda ao heme ou à glicose. O médico suspenderá a tomada de qualquer medicamento que possa ser nocivo e, se for possível, estudará os outros factores que podem ter contribuído para a crise.
Podem prevenir-se os ataques de porfiria aguda intermitente mantendo uma boa nutrição e evitando os medicamentos que podem provocá-los. Devem-se evitar as dietas forçadas para perder peso rapidamente.
O heme pode ser utilizado para prevenir ataques, mas não há um regime normalizado estabelecido. Os ataques pré-menstruais nas mulheres podem ser prevenidos com um dos análogos dos libertadores da hormona gonadotropina que são utilizados para tratar a endometriose, embora este tratamento ainda esteja em investigação.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Sou portadora.
Interessados em trocar idéias, acesse meu blog.
Abraços
http://ferssss.blogspot.com/
Postar um comentário