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terça-feira, 14 de julho de 2009

PNEUMONITE POR HIPERSENSIBILIDADE(ALVEOLITE ALERGICA EXTRINSECA

A pneumonite de hipersensibilidade (alveolite alérgica extrínseca, pneumonite intersticial alérgica, pneumoconiose de poeira orgânica) é uma inflamação que atinge os diminutos sacos aéreos (alvéolos) pulmonares e também em volta dos mesmos. Ela é causada por uma reação alérgica a poeiras orgânicas inaladas ou, menos comumente, a substâncias químicas. Causas Muitos tipos de poeira podem causar reações alérgicas nos pulmões. As poeiras orgânicas que contêm microrganismos ou proteínas, assim como substâncias químicas (p.ex., isocianatos), podem causar pneumonite de hipersensibilidade. Um exemplo bem conhecido de pneumonite de hiperesensibilidade é o pulmão do fazendeiro, resultante da inalação repetida de bactérias presentes no feno mofado e que toleram temperaturas elevadas (termofílicas). Somente um pequeno número de indivíduos que inalam essas poeiras comuns apresenta reações alérgicas, e somente uma pequena porcentagem dos indivíduos com reações alérgicas apresentam uma lesão irreversível dos pulmões. Geralmente, um indivíduo deve ser exposto a esses antígenos de forma contínua ou freqüente durante um longo período antes de desenvolver sensibilidade e doença. Parece que a lesão pulmonar é resultado de uma combinação de reações alérgicas dos tipos III e IV. A exposição às poeiras produz sensibilização dos linfócitos e formação de anticorpos, acarretando a inflamação dos pulmões e um acúmulo de leucócitos nas paredes dos alvéolos. O tecido pulmonar funcionante pode ser substituído ou destruído, ocasionando a doença sintomática. Sintomas e Diagnóstico Se um indivíduo desenvolveu hipersensibilidade a uma poeira orgânica, normalmente ele apresenta febre, tosse, calafrios e dificuldade respiratória, sintomas esses que, tipicamente, ocorrem de quatro a oito horas após a reexposição à substância. Outros sintomas podem incluir a perda de apetite, náusea e vômito. A ocorrência de sibilos é incomum. Se o indivíduo não mais tiver contato com o antígeno, os sintomas normalmente diminuem em questão de horas, mas a recuperação completa poderá levar semanas. Em uma forma de reação alérgica mais lenta (forma subaguda), o indivíduo pode apresentar tosse e dificuldade respiratória durante dias ou semanas e, em alguns casos, o quadro pode ser tão grave a ponto de exigir a hospitalização. No caso de uma pneumonite de hipersensibilidade crônica, o indivíduo entra várias vezes em contato com o alérgeno em um período de meses ou mesmo anos e pode ocorrer a for mação de cicatrizes difusas nos pulmões, uma condição denominada fibrose pulmonar. A dificuldade respiratória durante a prática de exercícios, a tosse produtiva, o cansaço e a perda de peso pioram no decorrer de meses ou anos. Em última instância, a doença pode levar à insuficiência respiratória. O diagnóstico da pneumonite de hipersensibilidade depende da identificação do tipo de poeira ou de outra substância que esteja causando o problema, o que pode ser difícil. Os indivíduos expostos a esses produtos no ambiente de trabalho podem apresentar sintomas horas mais tarde, quando encontram-se no domicílio. Um bom indício de que o ambiente de trabalho pode ser a origem do problema é o indivíduo sentir-se mal durante os dias de trabalho e não durante os finais de semana e feriados. Freqüentemente, o diagnóstico é suspeitado por causa de uma radiografia torácica anormal. Neste caso, a realização de provas da função pulmonar – que medem a capacidade pulmonar de retenção de ar e as capacidades inspiratória e expiratória, assim como a troca de oxigênio e de dióxido de carbono – podem auxiliar o médico a estabelecer o diagnóstico de pneumonite de hipersensibilidade. A dosagem de anticorpos no sangue podem confirmar a exposição ao antígeno suspeito. Quando não é possível realizar a identificação do antígeno e o diagnóstico for duvidoso, pode ser realizada uma biópsia pulmonar (remoção de um pequeno fragmento de tecido pulmonar, que é submetido a um exame microscópico). O tecido pode ser removido durante uma broncoscopia (exame das vias aéreas com o auxílio de um tubo de visualização), uma toracoscopia (exame da superfície pulmonar e do espaço pleural com o auxílio de um tubo de visualização) ou uma toracotomia (cirurgia na qual a parede torácica é aberta). O Que Provoca Pneumonite de Hipersensibilidade? Doença Origem dasPartículas de Poeira Pulmão de fazendeiro Feno mofado Pulmão do criador depássaros, pulmão docriador de pombos,pulmão do avicultor Dejetos de periquitos,pombos, galinhas Pulmão docondicionador de ar Umidificadores,condicionadores de ar Bagaçose Resíduos dacana de açúcar Pulmão do cultivadorde cogumelos Compostos (adubos) decogumelos Pulmão do trabalhadorde cortiça (suberose) Cortiça mofada Doença da casca dobordo Casca de bordoinfectada Pulmão do trabalhadorde malte Cevada ou maltemofado Sequoiose Serragem mofada desequóia Pulmão de queijeiro Mofo de queijo Pulmão do moedor Farelo de trigo infectado Pulmão do cafeicultor Grãos de café Pulmão do trabalhadorde teto de palha Palha ou junco utilizadosna confecção de tetos Pulmão do trabalhadorquímico Agentes químicosutilizados na produçãode espuma depoliuretano, moldagem,isolamento, borrachasintética e materiais deembalagem MOFO CASEIRO EM ALGUNS ESTAGIOS MUITO RAROS Prevenção e Tratamento A melhor prevenção é evitar a exposição ao antígeno. Contudo, esse procedimento é impraticável se o indivíduo não puder mudar de ocupação. A eliminação ou a redução da poeira e o uso de máscaras protetoras ajuda a evitar as recorrências. O tratamento químico do feno ou dos restos da cana de açúcar e o uso de bons sistemas de ventilação ajudam a evitar que os trabalhadores sejam expostos e sensibilizados a esses materiais. Os indivíduos que apresentam um episódio agudo de pneumonite de hipersensibilidade geralmente se recuperam evitando novos contatos com a substância. Se o episódio for grave, os corticosteróides (p.ex., prednisona) reduzem os sintomas e auxiliam a diminuir a inflamação severa. Os episódios prolongados ou recorrentes podem levar a uma doença irreversível; a função pulmonar pode tornar-se tão comprometida que o indivíduo irá necessitar de suplementação de oxigênio.

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