PARCERIAS

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

POLIANGIITE MICROSCÓPICA


POLIANGIITE MICROSCÓPICA – 
Vasculite necrosante comprometendo as arteríolas, capilares e vênulas.
Apresenta-se com glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP), muitas vezes com púrpura palpável; hemorragia alveolar
difusa em alguns casos.
80% dos casos associados à ANCA, mais frequentemente no padrão ANCA-P, com anticorpos antimieloperoxidase; a exemplo
de todas as vasculites associadas à ANCA, afeta ambos os sexos igualmente, com predileção mais por brancos do que negros.
Diagnóstico definido mais comumente na biopsia renal, que mostra GNRP pauciimune.
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL. Poliarterite nodosa
. Granulomatose de Wegener
. Vasculite de Churg-Strauss
. Síndrome de Goodpasture
. Vasculite crioglobulinêmica
POLIANGIITE MICROSCÓPICA TRATAMENTOInstituir esteróides intravenosos na crise aguda, com citotóxicos, como a ciclofosfamida.
A terapia de manutenção pode incluir esteróides, como a ciclofosfamida ou a azatioprina.
Dica
A presença isolada de ANCA anormais não é suficiente para definir este diagnóstico; tecido é tecido.
Referência
Seo P, Stone JH: The antineutrophil cytoplasmic antibody-associated vasculitides

DESVIO TONICO PAROXISTICO BENIGNO DOS OLHOS

Upgaze tónico paroxística da infância tem sido descrita como uma síndrome benigna distintiva de movimento ocular anormal, com ou sem ataxia concomitante. Após a primeira observação de quatro filhos, outros 29 pacientes foram relatados com um amplo espectro de anormalidades neurológicas como ataxia, instabilidade da marcha, dificuldades de aprendizagem e retardo mental no follow-up. Os eletroencefalogramas eram normais em todos os assuntos e ressonância magnética mostraram mielinização deficiente em apenas um paciente. Recentemente, tem sido sugerido que upgaze tónico paroxística poderia ser uma síndrome heterogénea, variando simplesmente a partir de uma manifestação dependente da idade para uma aparência clínica de uma variedade de desordens que afectam o laço corticomesencephalic do movimento do olho vertical. Além disso, também poderia ser um sinal precoce de disfunção neurológica mais generalizada. Descrevemos três pacientes que apresentaram upgaze tônica paroxística: em um, ataxia estava presente e, no segundo filho, ataxia e distúrbio de linguagem também foram observados, e no terceiro paciente upgaze tônico paroxístico foi associada à perda do tônus ​​muscular (drop-ataque- gosto de eventos). De imagens por ressonância magnética, um pinealoma comprimindo a região dorsal mesencefálico foi detectado. Com base em nossas observações, sugerimos que qualquer insulto com periaquedutal envolvimento massa cinzenta-mesencefálica poderia ser considerada a condição básica para esta manifestação clínica peculiar. (J Criança Neurol 2000; 15:15-18).

Falta tratamento para doenças genéticas ( Folha de S.Paulo )


Falta tratamento para doenças genéticas ( Folha de S.Paulo )
Jornalista: Cláudia Colucci
20/02/2012 - Três anos depois de anunciado, um programa do Ministério da Saúde que prometia prevenir, diagnosticar e tratar doenças genéticas no SUS ainda não saiu do papel.

A portaria que instituiu a Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica no SUS foi publicada no "Diário Oficial" e tinha previsão de vigorar a partir de 2009.

À época, o governo federal garantiu que haveria recursos para o programa. "Ficamos quatro anos elaborando a portaria. Depois disso, nada aconteceu", afirma o geneticista Salmo Raskin, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica.

No próximo dia 29, haverá uma audiência pública na Câmara dos Deputados para debater o assunto.

A questão é complexa e esbarra no alto custo dos remédios para algumas dessas doenças, como a de Gaucher e a mucopolissacaridose tipo 1, cujo tratamento chega a R$ 30 mil mensais por paciente.

"O Ministério da Saúde se apavorou com a ideia de mais pacientes pedindo remédios", analisa Raskin.

A síndrome de Williams-Beuren é um bom exemplo. Causado pela perda de alguns genes no cromossomo 7, o problema afeta um a cada 20 mil nascidos vivos.

SEM ASSISTÊNCIA

A garota Jéssica Nunes só teve a síndrome diagnosticada quando tinha sete anos, embora desde bebê já apresentasse sinais, como dificuldade de alimentação e atrasos de desenvolvimento.

"O pediatra me dava bronca porque ela não crescia. Os médicos diziam que ela não tinha nada", conta a mãe, Jô.

Por conta da síndrome, Jéssica desenvolveu um problema cardíaco grave que demandou um transplante de coração. Morreu 19 dias depois da cirurgia. A mãe fundou uma associação para ajudar outras famílias com o mesmo problema. Mais de mil crianças estão cadastradas -só um terço delas já teve acesso a exames genéticos.

Embora não exista uma medicação específica, a identificação é fundamental para que as complicações da síndrome sejam tratadas.

"Muitas crianças desenvolvem hipertensão precocemente, problemas renais, alterações de comportamento e estão totalmente desassistidas", afirma a geneticista Chong Ae-Kim, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Segundo ela, os serviços de genética do SUS estão em hospitais-escolas, e a verba para os atendimentos vêm de linhas de pesquisa.

O geneticista Marcial Francis Galera, presidente da SBGM, confirma o drama. "Os pacientes do SUS estão perdidos, desesperados, sem ter para onde ir."

A estimativa da OMS é que 5% das gestações resultam no nascimento de uma criança com anomalias genéticas.

MATÉRIA ISTO É 25/02


A difícil vida de quem tem doença rara no Brasil

O drama das pessoas que podem até ter recursos financeiros, mas não despertam o interesse da pesquisa médica

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O estudante carioca Thiago Arede, 23 anos, sempre gostou de praticar esportes. Nas horas de folga seu lazer preferido era jogar futebol, vôlei ou basquete.Também curtia sair com amigos e paquerar nas baladas. Mas nos últimos anos ele vem sendo impedido de fazer tudo isso. Não frequenta mais as quadras nem o campo de futebol. Não sai mais com amigos e perdeu a namorada. Toda a mudança aconteceu depois que ele descobriu ser portador de homocistinuria, enfermidade que impede o metabolismo de uma proteína por causa da falta de uma enzima específica. A proteína se acumula, causando complicações como formação de coágulos sanguíneos, alterações musco-esqueléticas e danos à visão.
A doença, que não tem cura, acomete um a cada 200 mil nascidos. No Brasil há apenas 32 casos diagnosticados, incluindo o de Arede. O jovem, portanto, é um dos portadores brasileiros de uma enfermidade rara. Trata-se de uma população que vive um drama silencioso, marcada por barreiras que a mantêm quase esquecida. Alguns podem até ter boa situação financeira, mas vivem à margem das pesquisas médicas e das políticas de saúde. Também dificilmente despertam o interesse da indústria farmacêutica para produzir drogas que tratem suas dores.
É uma angústia que começa na dificuldade para fazer o diagnóstico. Arede, por exemplo, só soube o que tinha após peregrinar por quase 20 anos de consultório em consultório. E, agora, a luta é para conseguir se tratar. Para repor a enzima que lhe falta, o rapaz ingere um suplemento alimentar três vezes por dia. Cada lata custa R$ 1 mil. Ele consome sete por mês. O jeito é recorrer à Justiça cada vez que precisa do remédio.
O mesmo recurso é usado pelo vendedor Wanderlei Fante, 42 anos, portador da doença de Fabry. O mal também está relacionado à ausência de uma enzima, nesse caso uma que remove gorduras do organismo.
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Por causa disso, elas se depositam nos rins, coração e cérebro, interferindo no funcionamento desses órgãos. Só quando tinha 34 anos Fante começou a entender os motivos das terríveis dores que sentia, que o impediam de fazer qualquer atividade. "Cansei de ouvir que meu problema era preguiça de ir à escola ou trabalhar. Nunca consegui ter uma vida normal", conta. Hoje, após entrar na Justiça, ele tem acesso à droga criada contra a enfermidade. "Isso me devolveu a esperança", diz Fante, criador da Associação Brasileira de Portadores da Doença de Fabry.
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Esse tipo de batalha - a luta pelo acesso a alguma forma de alívio - também é conhecido da família da estudante Carolina Ferreira, 11 anos. A menina tem síndrome de Williams, doença causada por um defeito no gene responsável pela produção da elastina, proteína que dá elasticidade aos vasos sanguíneos, órgãos e à pele. Ela atinge uma em cada 20 mil pessoas e provoca anormalidades físicas e de desenvolvimento, além de comprometimentos neurológicos e cardiovasculares. Não tem tratamento, mas os pacientes precisam de cuidados de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, além de cardiologistas. Algo difícil no Brasil."Há três anos esperamos uma vaga para a fisioterapia", lamenta Débora, mãe da menina. "Fazemos exercícios com ela em casa. Mas não é suficiente."
Apesar de desconhecidas pela maioria dos médicos, a ciência já catalogou cerca de oito mil tipos de doenças raras. Dessas, pelo menos 550 são causadas por erros inatos do metabolismo. Ou seja, por distúrbios hereditários que levam a alterações no funcionamento de enzimas responsáveis pela quebra de estruturas complexas do organismo. "A ausência ou falta de atividade dessas enzimas levam ao acúmulo de moléculas, comprometendo o funcionamento do corpo", explica a pediatra e geneticista Ana Maria Martins, coordenadora do Instituto de Genética e Erros Inatos do Metabolismo da Universidade Federal de São Paulo.
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A médica é uma das poucas especialistas que entendem de doenças raras no País. Na verdade, além do centro da Unifesp, há um serviço na Universidade Estadual Paulista, onde são conduzidas pesquisas, entre elas sobre a síndrome de Wiliams."Essa doença não tem cura, mas queremos conhecê-la melhor para oferecer um pouco de qualidade de vida aos pacientes", afirma a biomédica Deise Helena de Souza, da instituição paulista.
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Essas são iniciativas isoladas, que estão longe de atender às necessidades das vítimas de doenças raras no Brasil. Na verdade, um passo que poderia ajudar muito ainda não saiu do papel: a criação de 200 centros de referência em genética médica (a maior parte das doenças tem origem em erros no DNA).
Entre outras atribuições, caberia a esses serviços treinar profissionais de postos de saúde para reconhecer crianças com sinais de doenças deste gênero e encaminhálas a um centro especializado.
O Ministério da Saúde garante que até o final do ano dará início à implantação do serviço. No começo serão feitos exames diagnósticos. Já para o tratamento, os pacientes deverão preencher protocolos para saber como cada um poderá ser tratado. "Há casos em que os remédios não surtiriam mais efeitos, por isso as pessoas terão de ser avaliadas individualmente", explica a médica Helena Maria Pimentel, consultora técnica do Ministério da Saúde.
ESPERA Carolina sofre com problemas neurológicos. Ela não consegue vaga para fazer fisioterapia há três anos

CONVITE DIA MUNDIAL DOENÇAS RARAS RIO DE JANEIRO 29/02


O inimigo particular dos portadores de doenças raras

Além de dores e transtornos comuns a outros males, pacientes sofrem com falta de conhecimento dos médicos e longa espera por uma terapia de cura

Natalia Cuminale
Carolina, com a filha Maria Carolina, portadora da doença CDKL5: só 200 casos documentados no mundo
Carolina, com a filha Maria Carolina, portadora da doença CDKL5: só 200 casos documentados no mundo (Arquivo pessoal)
Segundo o Instituto Nacional da Saúde dos Estados Unidos (NIH) , existem entre 6.000 e 7.000 doenças raras
Há quatro meses, Maria Carolina Porto Boff, de 4 anos, foi diagnosticada com uma doença genética rara conhecida como CDKL5. Com cerca de duzentos casos documentados no mundo inteiro, o mal, que acomete principalmente meninas, é caracterizado por convulsões frequentes e atraso no desenvolvimento cognitivo. “Aos três meses, percebi que ela não nos seguia com o olhar e não firmava o pescoço", diz Carolina Dewes Porto, mãe de Maria Carolina. "Aos quatro, começaram as crises convulsivas fortes e generalizadas. Foi quando procuramos um neurologista e um geneticista." Desde então, a família não mede esforços para descobrir mais sobre a doença da filha. "Ela fez todos os exames possíveis e imagináveis existentes no Brasil. Enviamos também amostra do sangue dela para Bélgica, Portugal e Itália", explica. Foram mais de três anos de agonia em busca de um diagnóstico – e uma vida completamente reformulada. "Larguei minha carreira de advogada para ficar com ela: sou mãe 24 horas e o meu dia é só a Maria Carolina", conta a mãe, que acompanha a filha em atividades como fisioterapia e hidroterapia.
Apesar de afetar poucas pessoas separadamente, em conjunto as doenças raras como a de Maria Carolina atingem muitos. Só nos Estados Unidos, segundo o Instituto Nacional da Saúde dos Estados Unidos (NIH), algo entre 25 milhões e 30 milhões de americanos são vítimas de mais de 6.000 enfermidades raras catalogadas. O contingente é similar ao de portadores de diabetes no país: 25,8 milhões. A Eurordis (European Organisation for Rare Diseases), organização de associações de portadores de doenças raras, avalia que 30 milhões de europeus são acometidos por esses males. Há quatro anos, a entidade começou a promover o Dia Internacional das Doenças Raras, lembrado nesta segunda-feira, para chamar a atenção para o problema. No Brasil, a medida ainda não surtiu o desejado efeito. O Ministério da Saúde, por exemplo, afirma que não há nenhum mapeamento.
Doença rara, especialista raro — Entre o nascimento de um bebê com uma doença rara e o diagnóstico do problema podem se passar muitos anos. Um problema que especialistas e pais chamam de "odisséia diagnóstica". Muitos passam a vida pulando de especialista em especialista para conseguir uma resposta, que nem sempre chega ou só chega quando é tarde demais. "O diagnóstico é difícil porque falta suspeita clínica", explica a médica geneticista Dafne Horovitz, presidente do comitê científico do Congresso Latinoamericano de Doenças Lisossômicas, um grupo de doenças raras.
A maioria dos males raros ainda é um mistério para a ciência. Sabe-se que mais que 80% deles têm origem genética e que 75% atingem crianças. Para diagnosticar essas doenças, os geneticistas são os especialistas mais indicados. Porém, são apenas cerca de 200 no país, distribuídos só nos grandes centros. Segundo Salmo Raskin, da Sociedade Brasileira de Genética Médica, falta incentivo para a formação de novos médicos dessa especialidade. “Só quem tem convênio médico ou muito dinheiro tem acesso a atendimento genético. Ou seja, poucos estudantes de medicina optam pela área porque o mercado de trabalho é muito pequeno”, diz Raskin. 
Depois da obtenção do diagnóstico, as famílias de portadores de doenças raras enfrentam um novo desafio: o tratamento. Raskin explica que há poucas terapias desenvolvidas para doenças como a CDKL5, e que em geral o que se faz é oferecer ao paciente cuidados paliativos, que tratam os sintomas. Segundo o Ministério da Saúde, o governo oferece 149 medicamentos para o tratamento de 79 doenças raras. Em janeiro de 2009, o então ministro da Saúde, José Gomes Temporão, publicou portaria que instituiu a Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica, projeto que melhoraria a assistência a pacientes com doenças raras.
O plano, segundo Raskin, não saiu da gaveta porque a Secretaria de Atenção à Saúde não adotou as medidas necessárias para estruturar a política. O ministério transfere a responsabilidade para estados e municípios. "O Ministério da Saúde é o responsável pela definição das diretrizes da assistência, mas a execução propriamente dita da política e prestação dos serviços e do atendimento à população é responsabilidade direta dos gestores locais de saúde, constituídos por estados e municípios."  Segundo a pasta, em 2009, foram gastos 130 milhões de reais para atender aos 610 portadores da doença de Gaucher, uma deficiência que causa aumento do fígado e do baço, anemia, hematomas e problemas nos ossos e articulações.
"Em saúde pública, um tratamento individual é muito caro. Se houvesse um programa de tratamento, dentro dos moldes do programa de Gaucher, seria possível economizar bastante e atender mais pacientes", diz Dafne. Já o Ministério justifica que "a elaboração de qualquer protocolo de atendimento pelo Sistema Único de Saúde(SUS) requer estudos científicos que os respaldem", e que a maioria das doenças raras, até o momento estudadas, "não possuem estudos que comprovem a eficácia e eficiência de métodos de diagnóstico ou tratamento".
Tratamento só na Justiça — Enquanto portadores de algumas doenças conseguem o tratamento oferecido pelo SUS, pacientes afetados por outras condições precisam recorrer à Justiça para obter direito a um tratamento. É o caso de doentes com mucopolissacaridoses, doenças hereditárias metabólicas causadas por erros inatos do metabolismo (quando o corpo deixa de produzir enzimas essenciais ao seu funcionamento), que atingem 515 brasileiros. “Hoje, um paciente com essa doença custa em média 50.000 reais por mês e o medicamento necessário ao tratamento só é obtido após ação judicial”, diz Regina Prospero, presidente da Associação Paulista dos Portadores de Mucopolissacaridoses e mãe de Eduardo, de 21 anos, portador da doença. Segundo ela, o processo até a liberação dos medicamentos pode consumir um ano. “Temos pacientes que morreram aguardando. É preciso saber que a doença avança enquanto ele espera”, afirma.
A raridade dessas doenças e a falta de assistência do governo fazem com que os familiares busquem informações e montem organizações para ajudar outros doentes. Nos Estados Unidos, a Organização Nacional de Doenças Raras (Nord) possui um banco de dados com mais de 1.200 males. No Brasil, são diversas associações de condições específicas e a rede social Orkut também costuma ser utilizada pelos familiares de portadores, em busca de ajuda. “É importante promover eventos e realizar movimentações. A única coisa que as doenças têm em comum é a raridade. Melhor do que fazer uma ação isolada para cada uma é nos unirmos e trabalharmos como um grupo”, diz Cecília Micheletti, representante da Fundação Geiser (Grupo de Enlace, Investigación y Suporte – Enfermedades Raras, uma organização não-governamental argentina) no Brasil.
No escuro — Para essas famílias, o simples fato de descobrir o nome da doença já é um grande avanço. "Mesmo que você não tenha um tratamento específico, é sempre possível melhorar a qualidade de vida do doente e da família. No caso das genéticas, é possível fazer aconselhamento genético para saber se a doença pode se repetir em outro filho. De qualquer jeito, quanto mais cedo houver o diagnóstico, menor a sequela que o paciente vai ter", diz Micheletti. 
Esse foi o caso de Arthur Pereira Paulo, diagnosticado com a Síndrome de Williams (SW), que atinge uma em cada 25.000 pessoas. Aos 10 anos, ele tem uma vida quase igual à de outros garotos de sua idade. Nasceu com baixo peso e aos poucos foi apresentando sintomas característicos da doença, como hipotonia (desenvolvimento muscular abaixo do normal), problemas cardiovasculares, dificuldade na alimentação e hiperacusia, uma hipersensibilidade a certas faixas de som. Aos três anos e sete meses, um cardiologista especializado em crianças sugeriu o diagnóstico de SW.
“Foi desesperador porque nunca tínhamos ouvido falar nessa síndrome. Foram semanas levando nosso filho a geneticistas, que nunca tinham ouvido falar da doença e ficavam revirando ele do avesso, com vários exames”, conta a Alexandra Paulo, mãe de Arthur. Hoje, o menino estuda em uma escola normal. Ele tem déficit de atenção, problemas para entender matemática e para amarrar o próprio tênis. "Mas que outro garoto nessa idade não tem?", indaga a mãe. Como dizem os médicos, a doença dele, atualmente, só existe no papel - algo que só foi possível por conta do diagnóstico precoce, que permitiu desde cedo oferecer os estímulos necessários a um desenvolvimento melhor da criança.

Noticia Brasilia


Na próxima 4a feira, 29/02, deputados e especialistas discutirão os avanços mais recentes das pesquisas e o uso de células-tronco, entre outros tópicos.
Seminário: Dia Mundial das Doenças Raras
29 de fevereiro, quarta-feira, das 14 às 18 horas | Auditório Nereu Ramos – Anexo II da Câmara dos Deputados 
Na data em que se celebra o Dia Mundial das Doenças Raras, a Câmara dos Deputados promoverá seminário a fim de discutir o tema.
Estão previstas quatro palestras sobre os seguintes assuntos: “O Brasil e as doenças raras”, “A Genética como atendimento básico e Portaria 81, do Ministério da Saúde”, “As pesquisas com células-tronco” e “Os avanços das pesquisas em saúde”.
O evento contará com a presença de parlamentares, do ministro da Saúde, de especialistas da área médica, de representantes de entidades ligadas ao tema e de portadores de doenças raras.
Confira a programação e participe!

Programação

Seminário: Dia Mundial das Doenças Raras
29 de fevereiro, quarta-feira, das 14 às 18 horas | Auditório Nereu Ramos – Anexo II da Câmara dos Deputados
Mesa de abertura
  • Deputado federal Romário (PSB/RJ);
  • Ministro da Saúde Alexandre Padilha;
  • Senador Eduardo Suplicy (PT/SP);
  • Deputado federal Maurício Quintela Lessa (PR/AL);
  • Deputada federal Erika Kokay (PT/DF);
  • Deputado federal Jean Wyllys (PSOL/RJ);
  • Deputado distrital Joe Valle (PSB/DF);
  • Isabel Fillardis, atriz e presidente da instituição Força do Bem;
  • Maílson Souza, ex-lateral do Esporte Clube Bahia e portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA);
  • Miguel Fontes, PhD em saúde Pública e associado fundador da Associação Maria Vitória (AMAVI).
O Brasil e as doenças raras
  • Dr. Roberto Giugliani, médico geneticista, professor titular do Departamento de Genética da UFRGS, coordenador do Instituto Nacional de Genética Médica Populacional e membro da Academia Brasileira de Ciências (Inagemp).
Genética como atendimento básico e Portaria 81, do Ministério da Saúde
  • Dr. João Gabriel Daher, médico do Centro Nacional de Neurofibromatose (CNNF).
Pesquisa com células-tronco
  • Deputada Federal Mara Gabrilli.
Os avanços das pesquisas em saúde
  • Dra. Greyce Lousada, presidente executiva da Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica (SBPPC).
A voz dos pacientes
  • Cristina Saliba, portadora de neurofibromatose;
  • Ieda Maria Scandelari Busmann, portadora de porfíria;
  • Maílson Souza, portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA);
  • Sra. Maria Martha Carvalho, portadora de X Frágil e presidente da Aliança Brasileira de Genética;
  • Rogério Lima Barbosa, presidente da Associação Maria Vitória (AMAVI).
Confirme sua presença ligando para  (61) 3215-9654 ou enviando mensagem para jonia.pompeu@camara.gov.br ou patricia.lemos@camara.gov.br .

Noticia Bandeirantes


Dia das Doenças Raras tem caminhada

Participantes irão do Parque Trianon até o Parque Mario Covas, onde haverá um ciclo de palestras



o                                   
Neste domingo, às 10h, o GEDR (Grupo de Estudos de Doenças Raras) e a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida promovem a 3ª Caminhada de Apoio ao Paciente de Doenças Raras. Parte da comemoração do Dia Mundial de Doenças Raras, a caminhada terá início no Parque Trianon e seguirá até o Parque Mario Covas.

A programação inclui um ciclo de palestras, no Parque Mario Covas,sobre diversas enfermidades, que atingem 14 milhões de pessoas no Brasil, entre elas a Doença de Pompe, MPS (Mucopolissacaridose), Doença de Fabry e Gaucher.

“Doenças raras acometem aproximadamente 8% da população mundial e são classificadas em 8 mil diferentes tipos. Por ainda serem pouco conhecidas pela sociedade e pela classe médica, o diagnóstico dessas doenças muitas vezes é demorado e, consequentemente, prejudica o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes. A desinformação é o principal obstáculo”, explica o neurologista Fernando Naylor.

A maior parte das doenças raras (80%) é de origem genética, mas existem ainda as de origem infecciosa, alérgica e ocupacional. O Dia Mundial das Doenças Raras é celebrado em mais de 25 países.  A cidades de a Mauá, Brasília, Rio de Janeiro, e Viçosa-MG também realizarão atividades com o tema nas próximas semanas.

Confira as palestras do dia 26 de fevereiro

Dr. Fernando Proença – médico pesquisador e Superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM) e ex-secretário municipal de Saúde de São Paulo, SP

Dr. Acari Souza Bulle Oliveira – médico pesquisador e diretor do setor de investigação de Doenças Neuromusculares da UNIFESP.

Dra. Juliana Sallum – médica oftalmologista, geneticista e pesquisadora da UNIFESP.

Dra. Cecília Micheletti – médica pediatra, geneticista e pesquisadora da UNIFESP – delegada brasileira da Fundação GEISER – Grupo de Enlace, Investigación y Soporte de Enfermidades Raras de Latinoamérica.

Prof. Dr. Rubens Belfort Jr. –  médico oftalmologista  e prof. da UNIFESP – Hospital São Paulo e presidente da SPDM.

Serviço:

Terceiro Dia Mundial de Doenças Raras

Data: Sábado, 25 de fevereiro a partir das 9h
Local: Câmara Municipal de Mauá – Avenida João Ramalho, 305

3ª Caminhada das Doenças Raras da Cidade de São Paulo


Data: Domingo, dia 26 de fevereiro das 10 às 16 horas
Local: Parque Mário Covas - Avenida Paulista, 1.853

Um dia raro

Data: Quarta-feira, 29 de fevereiro das 9h às 18h30
Local: Câmara dos Deputados – Brasília/DF

Seminário sobre Doenças Raras

Data: Quarta-feira, 29 de fevereiro das 18h às 21h30
Local: Auditório da Câmara Municipal do Rio de Janeiro/RJ

2ª Caminhada da Organização Um Minuto pela Vida

Data: Sábado, 03 de março das 9h às 18h
Local: Faculdade de Medicina de Viçosa - MG. 

Xeroderma Pigmentoso (XP)



Xeroderma pigmentoso, TIPO VARIANT; XPV

Títulos alternativos; símbolos
Xeroderma pigmentoso COM NORMAL DNA taxas de reparo 
Fotossensibilidade COM defeito na síntese de DNA

Gene Fenótipo Relacionamentos
LocalizaçãoFenótipoFenótipo 
número MIM
Gene / LocusGene / Locus 
número MIM
6p21.1Xeroderma pigmentoso, tipo de variante278750POLH603968


TEXTO
Um sinal de número (#) é usado com esta entrada por causa da evidência que a forma variante do xeroderma pigmentoso (XPV) é causada por mutações no DNA polimerase eta gene (POLH; 603.968 ).

Descrição
Xeroderma pigmentoso é uma doença autossômica recessiva caracterizada por aumento da sensibilidade à luz solar e defeitos de reparo do DNA. Para uma visão geral da doença, ver XPA ( 278.700 ). Alguns pacientes com xeroderma pigmentoso foram encontrados para ter reparo por excisão normal de DNA, mas com defeito reparação postreplication ( Lehman et al., 1975 ). Classe «variante» Este XP é caracterizada por um defeito na conversão de DNA recentemente sintetizado a partir de baixo para alto peso molecular após a irradiação UV ( Masutani et al., 1999 ). chamado «xerodermoid pigmentar 'é aparentemente idêntico ao da variante XP, que é caracterizada por perda de um produto de gene que permite que as células normais de se replicar de DNA sem interrupção a UV-danificadas sítios ( Cleaver et al., 1980 ).




Características Clínicas
Fujiwara et ai. (1981) relataram estudos de células cultivadas de um menino de 8 anos de idade, filho de primos de primeiro pais, que, eles sugeriram, tinha uma forma "nova" de fotodermatose com um defeito na recuperação do pós-UV síntese de DNA . Ele tinha dom da sensibilidade, mas não há retardo do crescimento, microcefalia, malformações congênitas, ou outras anormalidades. Células derivadas a partir do paciente mostrou reparação de excisão de nucleótidos normais após a irradiação UV, mas defeituoso recuperação da síntese de ADN. Os achados bioquímicos distinguido esta variante XP a partir dos 7 conhecidos grupos de complementação XP, que mostram defeitos no reparo por excisão de nucleotídeos.

Diagnóstico
Itoh et ai. (1996) relataram um método para o diagnóstico de XPV que utilizou a medição de 3 marcadores celulares de reparação do ADN por autorradiografia: marcação a síntese de ADN (SUO), a recuperação de ARN de síntese (RRS), e recuperação da síntese de ADN replicativo (RDS) após irradiação UV. Fibroblastos de pacientes exibiram XPV UDS normais e RRS mas RDS diminuída, o que foi exacerbado pela exposição a cafeína. Itoh et ai.(2000) usou este método para caracterizar as células de 2 pacientes XPV e seus pais heterozigotos. As células de pais heterozigotos mostraram níveis normais de UDS, RR, e RDS, mas RDS foi reduzido na presença de 1 mM de cafeína (53 + / - 8% em relação ao controlo normal). Além disso, as células mostraram sobrevivência UV normal sem cafeína, mas ligeiramente reduzida de sobrevivência de UV com um cafeína presente mM. Estes resultados sugerem que os heterozigotos variantes xeroderma pigmentosum podem ser identificados pela sua sensibilidade à radiação ultravioleta na presença de níveis não tóxicos de cafeína.

Patogênese
Apesar de ter as características clínicas de XP, incluindo aumento da frequência de cancro da pele, as células de pacientes com a variante de XP são apenas ligeiramente mais UV-sensível do que as células normais, mas são significativamente mais sensível ao seu efeito mutagénico. Wang et al. (1991) transfectadas uma linha de células de XP variante com um vector vaivém UV-irradiado portador de um gene como um alvo para a replicação mutação, permitiu do plasmídeo, e determinada a frequência e espectro de mutações induzidas. Os mutantes em células XPV aumentou linearmente com a dose, com uma inclinação de 5 vezes mais acentuada do que o observado com as células normais. A maior parte dos mutantes continham substituições de bases e substituições que envolvem um dipyrimidine; 28% das mutações envolvidas AT pares de bases, em comparação com 11% em células normais. Os resultados sugerem que as células XPV eram menos propensos a incorporar úmidos bases de timidina opostos envolvidos em fotoprodutos UV (dímeros TT) durante a replicação de DNA, o que contribuiria para hipermutabilidade com radiação UV. DNA polimerase eta (POLH; 603968 ) realiza a síntese translesion passado fotoprodutos UV e é deficiente em propensa ao câncer síndrome XPV. A sensibilidade de células ligeira XPV ao UV é dramaticamente aumentada por baixas concentrações de cafeína. Usando DNA pentear, Despras et al. (2010)mostraram que a síntese de defeito translesion conduziu a uma forte redução do número de forquilhas de replicação e activas uma elevada proporção de garfos paralisadas em células humanas. Extensas regiões de DNA de cadeia única-se formaram durante a replicação em células irradiadas XPV, levando a uma sobreativar ATR/CHK1 (601,215 / 603,078 ) via, com baixas doses UVC. A adição de uma baixa concentração de cafeína pós-irradiação diminuiu significativamente CHK1 activação e síntese de DNA em células revogados XPV. Embora a inibição da actividade CHK1 por 7 hydroxystaurosporine-(UCN-01) impedido UVC induzida por atraso de fase-S em células tipo selvagem, é agravada defeito de replicação em células XPV aumentando garfo estagnar. Consequentemente, UCN-01 células sensibilizadas XPV a UVC como cafeína fez. Os autores concluíram que os atos POLH em garfos paradas para retomar a sua progressão, impedindo a exigência de posto de controle de replicação eficiente, com baixas doses UVC. Na ausência de POLH, CHK1 quinase torna-se essencial para a replicação retomada por vias alternativas, por meio de estabilização garfo.


Genética Molecular
Masutani et al. (1999) identificou o gene POLH e determinou que é o homólogo humano de levedura Rad30. Os autores identificaram mutações no gene POLH ( 603968,0001 - 603968,0005 ) em linhas celulares derivadas de pacientes com XPV. Johnson et ai. (1999) de forma independente clonado o homólogo humano de S. cerevisiae Rad30 e mutações identificadas proteínas de truncamento ( 603968,0006 - 603968,0011 ) em pacientes com XPV.


Veja também:
Cutelo (1972) ; Robbins et ai. (1974)

Referências
1.Cleaver, JE Xeroderma pigmentoso: variantes com o reparo do DNA normal e sensibilidade normal à luz ultravioleta. J. Invest. Derm. 58:. 124-128, 1972 [PubMed: 5013606 , citações relacionadas ] [Texto Completo: Pubget ]

2.Cleaver, JE, Arutyunyan, RM, Sarkisian, T., Kaufmann, WK, Greene, AE, Coriell, L. defeitos similares em reparo de DNA e replicação no xerodermoid pigmentada e as variantes de xeroderma pigmentoso.Carcinogênese 1: 647-655, 1980 . [PubMed: 11272118 , citações relacionadas ] [Texto Completo: HighWire Press , Pubget ]

3.Despras, E., Daboussi, F., Hyrien, O., Marheineke, K., Kannouche, PL via ATR/Chk1 é essencial para a retomada da síntese de DNA e sobrevivência celular em células irradiadas UV-variantes XP. Hum.Moles. Genet. 19:. 1690-1701, 2010 [PubMed: 20123862 , citações relacionadas ] [Texto Completo: HighWire Press , Pubget ]

4.Fujiwara, Y., Ichihashi, M., Kano, Y., Goto, K., Shimizu, K. Um sujeito humano novo fotossensível com um defeito na recuperação da síntese de ADN após a irradiação com luz ultravioleta. J. Invest. Derm.77:. 256-263, 1981 [PubMed: 7264357 , citações relacionadas ] [Texto Completo: Pubget ]

5.Itoh, T., Linn, S., Kamide, R., Tokushige, H., Katori, N., Hosaka, Y., Yamaizumi, M. xeroderma pigmentosum heterozigotos variantes apresentam níveis reduzidos de recuperação da síntese de ADN replicativo na presença de cafeína após a irradiação ultravioleta. J. Invest. Derm. 115: 981-985, 2000. [PubMed: 11121129 , citações relacionadas ] [Texto Completo: Grupo Nature Publishing , Pubget ]

6.Itoh, T., Ono, T., Yamaizumi, M. Um método simples para o diagnóstico de variante xeroderma pigmentosum. J. Invest. Derm. 107: 349-353, 1996. [PubMed: 8751969 , citações relacionadas ] [Texto Completo: Pubget ]

7.Johnson, RE, Kondratick, CM, Prakash, S., Prakash, L. hRAD30 mutações na forma variante de xeroderma pigmentoso. Ciência: 285. 263-265, 1999 [PubMed: 10398605 e citações relacionados ] [Texto Completo: HighWire Press , Pubget ]

8.Lehman, AR, Kirk-Bell, S., Arlett, CF, Paterson, MC, Lohman, PHM, De Weerd-Kastelein, EA, Bootsma, D.células xeroderma pigmentoso com níveis normais de reparo por excisão de ter um defeito na síntese de DNA após UV-irradiação. Proc. Nat. Acad. Sci. 72:. 219-223, 1975 [PubMed: 1054497 , citações relacionadas ] [Texto Completo: Pubget ]

9.Masutani, C., Kusumoto, R., Yamada, A., Dohmae, N., Yokoi, M., Yuasa, M., Araki, M., Iwai, S., Takio, K., Hanaoka, F. A XPV gene (xeroderma pigmentoso variante) codifica a polimerase do ADN humano eta.Nature 399:. 700-704, 1999 [PubMed: 10385124 , citações relacionadas ] [Texto Completo: Grupo Nature Publishing , Pubget ]

10.Robbins, JH, Kraemer, KH, Lutzner, MA, Festoff, BW, Coon, HG Xeroderma pigmentoso: uma doença hereditária com sol sensibilidade, múltiplas neoplasias cutâneas, e reparo do DNA anormal. Ann.Intern. Med. 80:. 221-248, 1974 [PubMed: 4811796 , citações relacionadas ] [Texto Completo: Pubget ]

11.Wang, Y.-C., Maher, VM, McCormick, JJ xeroderma células variantes pigmentosum é menos provável que as células normais para incorporar úmidos fotoprodutos opostos durante a replicação de UV-irradiadas plasmídeos. Proc. Nat. Acad. Sci. 88:. 7810-7814, 1991 [PubMed: 1652764 , citações relacionadas ] [Texto Completo: HighWire Press , Pubget ]

 Colaboradores:George Tiller E. - actualização: 2011/12/01
Data de criação:Victor A. McKusick: 1986/06/04
 Editar História:alopez: 2011/12/05

O xeroderma pigmentoso (XP) é uma doença autossômica recessiva e rara, em que predomina a alta prevalência de neoplasias malignas de pele, foi descrita pela primeira vez em 1874 por Heber e Kaposi. 1
Esta síndrome apresenta grande heterogeneidade genética relacionada ao defeito na via de reparo do DNA aos efeitos da radiação ultravioleta e certos agentes carcinogênicos químicos. Ensaios de complementação celular indicaram a existência de sete genes envolvidos: XPA a XPG, além desses há um tipo XP Variante que apresenta reparo normal, porém deficiência na fita de DNA polimerase envolvido. 2,3,4
O XP afeta igualmente ambos os sexos, apresentando maior prevalência nas populações de elevada taxa de consangüinidade, como japoneses, árabes e judeus. Nos EUA e Europa sua freqüência é de cerca de 1 caso para cada 250.000 indivíduos e no Japão é de 1 caso para cada 40.000 indivíduos.1,3
Os pacientes portadores desta síndrome apresentam elevada fotossensibilidade nas regiões da pele expostas à luz solar, resultando em um aumento da incidência de câncer de pele e alterações oftalmológicas. Anormalidades neurológicas progressivas podem ocorrer em cerca de 20% dos casos e aumento da freqüência de neoplasias não-cutâneas são relatadas. 2

Alterações Cutâneas
As lesões cutâneas estão presentes nos primeiros anos de vida evoluindo de forma lenta e progressiva e estão diretamente relacionadas à exposição solar; aos 18 meses cerca de 50% dos indivíduos afetados apresentam lesões cutâneas nas áreas de exposição solar, aos quatro anos cerca de 75%, e aos 15 anos, 95%.
Apresentam elevada fotossensibilidade, cuja manifestação cutânea inicia-se em forma de eritema, descamação, hiperpigmentação difusa ou lesões efelidóides; evoluindo para despigmentação, telangiectasias, atrofia cutânea e ceratoses actínicas; e finalmente no aparecimento de neoplasias malignas cutâneas mais comumente baso e espino celulares, e em menor freqüência melanomas e sarcomas. 2,4

Alterações Oftalmológicas
Os indivíduos com XP podem apresentar: fotofobia, conjuntivite, opacidade corneana, ectrópio e entrópio. Também podem ocorrer papilomas nas conjuntivas e melanomas oculares foram relatados.

Alterações Neurológicas
Cerca de 20% dos indivíduos afetados apresentam alterações neurológicas: retardo mental, microcefalia, surdez neuro-sensorial, hiporeflexia, espasticidade e ataxia.

Outras Alterações
É descrito hipodesenvolvimento sexual, nanismo e aumento do risco de outras neoplasias como tumores cerebrais, gástricos, pulmonares e leucemia em pacientes com XP.

Genes Envolvidos
Os genes alterados no XP são os envolvidos no reparo por excisão de nucleotídeos, quando ocorre dano no DNA pela radiação ultravioleta. Participam desse sistema de reparo oito genes: sete genes estão envolvidos diretamente no reparo por excisão de nucleotídeos (XPA, XPB, XPC, XPD, XPE, XPF e XPG) e um gene está envolvido no reparo após a síntese (subtipo variante, XPV). Existe uma correlação genótipo-fenótipo, cerca de 90% dos casos possivelmente estão relacionados à mutação nos grupos A, C, D e V. Os grupos F e G apresentam alterações oculares e cutâneas leves, os grupos C, E, F, G e V raramente apresentam alterações neurológicas, o grupo A tem o quadro clínico mais grave, com tumores de aparecimento mais precoce e doença neurológica e o grupo C está associado com o aparecimento de melanoma. 4-6
Quadro 1 - Possível localização do gene, mecanismo de reparo alterado e fenótipo no XP.2
Gene
Cromossomo
Mecanismo alterado
Alterações cutâneas
Alterações oftalmológicas
Alterações neurológicas
XPA
9q22.3
Reconhecimento do dano no DNA
+
+
+
XPB
2q21
Fator de transcrição TFIIH
+
+
+
XPC
3p25.1
Endonuclease
+/melanoma
+
-
XPD
19q13.2
Fator de transcrição THIIH
+
+
tardias
XPE
11p12
Endonuclease
+
+
mínimas
XPF
16p13
Reconhecimento do dano no DNA
+
-
raras
XPG
13q33
Endonuclease
leves
-
-
XPV
6p21.1
DNA polimerase
+
+
-

Diagnóstico
O diagnóstico do XP é baseado nos achados clínicos da doença. Testes clínicos laboratoriais geralmente são normais. O diagnóstico pode ser confirmado por testes laboratoriais especiais através da análise do dano do reparo de DNA em células de culturas expostas à radiação ultravioleta obtido no pré-natal com material colhido na amniocentese.
O diagnóstico diferencial é necessário com porfiria, Síndrome de Cockayne, Síndrome de Bloom e Síndrome de Rothmund Thomson, Síndrome de Peutz Jeghers. 1,3

Tratamento
O XP é uma doença incurável, a abordagem mais importante é a proteção da pele e mucosas à exposição à radiação ultravioleta. O paciente deve evitar atividades externas durante o dia, utilizar barreiras de proteção como roupas especiais, bloqueador solar, óculos escuros e chapéu.
O exame dermatológico deve ser rotineiro a depender da expressão clínica, sendo que todos os familiares devem ser examinados e orientados a realizar auto-exame da pele para a detecção precoce de lesões. Na existência de lesões proceder conforme propedêutica preconizada, para lesões precoces: tratamentos cáusticos, medicamentos tópicos, cirúrgicos e ou crioterapia com nitrogênio liquido; para lesões tumorais: cirurgia, radioterapia, quimioterapia e ou laserterapia. Tem sido utilizado retinóides orais na tentativa de reduzir e prevenir lesões com resultados ainda difíceis de se quantificar. O uso da radioterapia deve ser reservado para tratamento paliativo, uma vez que pode induzir a formação de novas lesões. Está em estudo a utilização do denVT4 endonuclease tópico (terapia genética). Os pacientes devem ter acompanhamento semestral ou anual oftalmológico e neurológico. É imprescindível o aconselhamento genético e o suporte psicossocial destes indivíduos. 1-3

Referências
1 Vieira SC, Lara JRL, Lopes MMF, Teshirogi EY, Calvis LA. Xeroderma pigmentoso: Experiência do Hospital AC Camargo.Acta Oncol. Bras 1997; 17: 62-6.
2 Llereba Jr JC. Síndromes de predisposição ao câncer associado a defeitos de reparo do DNA. In: Louro ID. Genética molecular do câncer. São Paulo, MSG Produção Editorial, 2002:129-42.
3 Kraemer KH. Cellular hypersensitivity and DNA repair. In: Freedberg IM, Eisen AZ. Fitzpatrick’s dermatology in general medicine. New Yorl, McGraw-Hill, 2003:1791-811.
4 Tang LY. Xeroderma pigmentosum p48 gene entrances global genomic repair and supresses UVinduced mutagenesis. Molec Cel 2000; 5: 737-44.
5 Dubaele S, De Santis LP, Bienstock RT. Basal transcriptin defect discriminates between xeroderma pigmentosum and trichothiodystrophy in XPD patients. Mol Cell 2003;11:1635-46.
6 Ishibashi T, Kimura S, Yamamoto T. Rice UV - damaged DNA binding protein homologues are most abundant in proliferating tissues. Gene 2003; 308:79-87.



The Cancer Genome Anatomy Project (CGAP) - National Cancer Institute, USA





Cancer Genetics Web



Banco de Dados do Genoma Humano


OMIM – Online Mendelian Inheritance in Man
Catálogo dos genes humanos e alterações genéticas editado pelo dr Dr. Victor A. McKusick e seus colegas do Johns Hopkins



The Tumor Gene Database
Contém informações sobre genes que são alvos de mutação. O objetivo é fornecer fatores sobre genes relacionados ao desenvolvimento de tumores.



imagens forte
https://www.google.com.br/search?q=xeroderma+pigmentoso&hl=pt-BR&prmd=imvnsb&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=XKwEUMfmIcWq0AGjrvj3CA&ved=0CFwQsAQ&biw=1152&bih=706