A elevação congênita da escápula é uma condição rara e de etiologia desconhecida que resulta da interrup-
ção anormal da migração caudal da escápula no período embrionário
(1-4)
. Eulenberg fez a primeira descrição em 1863 e, a partir da publicação do trabalho de Kolliker,em 1891, creditando a Sprengel esse achado, passou-se a utilizar o termo deformidade de Sprengel
(1,2,5,6)
.
As alterações clínicas principais são o posicionamento anormal e a hipoplasia da escápula, podendo acarretar
não só problemas estéticos como também limitação dos movimentos da cintura escapular
(1,2,7,8)
(Figura 1). Chinn relata a possibilidade de o diagnóstico ser feito ainda no período pré-natal por meio de ultrassonografia
(9)
.
necessária a tração esquelética. Aydinli et al (18) acrescentam a essa modificação a osteotomia da clavícula como primeiro tempo cirúrgico e a fixação do polo inferior da escápula a uma costela adjacente por meio de sutura absorvível. Monterrubio e Cázares (19) propõem como modificação à técnica original de Green a osteotomia da base do processo coracoide e a fixação da escápula a uma costela inferior com sutura absorvível.
O objetivo deste trabalho é demonstrar os resultados estéticos e funcionais de pacientes submetidos à corre-
ção cirúrgica de escápula alta congênita – deformidade de Sprengel – por uma modificação da técnica de Green, bem como avaliar o grau de satisfação dos pacientes e/ou familiares e as complicações da técnica utilizada.
MéTODOS
No período de setembro de 1993 a abril de 2008, foram tratados, pelo Grupo de Ombro e Cotovelo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, 14 pacientes com diagnóstico de deformidade de Sprengel, porém cinco não tiveram acompanhamento mínimo de seis meses, restando nove pacientes, que são o objeto deste estudo.
A idade dos pacientes variou de quatro anos e 10 meses a 10 anos (média de sete anos e três meses). Sete eram do sexo masculino e dois, do feminino. Em relação ao ombro acometido, oito eram do lado esquerdo e um, do direito. Dentre os casos avaliados, apenas dois pacientes não apresentavam deformidades associadas. Entre as deformidades encontradas, as mais freqüentes foram: KlippelFeil (quatro casos), escoliose (três casos) e deformidades de costelas (três casos). Também observamos presença de lábio leporino, hérnia umbilical, dedo em gatilho e malformação renal. Em apenas um paciente (caso 6) foi diagnosticada presença de osso omovertebral (Figura 2).Todos os pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico. Além dos aspectos estéticos, a indicação para tratamento cirúrgico também objetivou melhora funcional do
ombro, principalmente por meio do ganho de elevação.DEFORMIDADE DE SPRENGEL: TRATAMENTO CIRÚRGICO PELA TÉCNICA DE GREEN MODIFICADA
Rev Bras Ortop. 2009;44(3):208-13 Rev Bras Ortop. 2009;44(3):208-13
A B
Figura 1 - Alterações clínicas na Deformidade de Sprengel. Escápula esquerda hipoplásica e elevada (a) e limitação da elevação (b) (caso 9).
A presença do osso omovertebral, que une a escápula à coluna vertebral, é uma alteração característica citada por vários autores
(1,7,10-12)
. Mooney et al relatam um caso em que foi identificada uma estrutura óssea que se estendia da borda medial da escápula em direção à clavícula e à região occipital, diferente do padrão habitual do osso omovertebral
(13)
.
O tratamento cirúrgico da deformidade visa à melhora estética e, em alguns casos, a funcional, podendo
consistir de osteotomias, ressecções ósseas, liberações musculares com reposicionamento da escápula ou uma
associação destas
(4,6,8,10,11,14-16)
. A técnica cirúrgica descrita por Green em 1957 é uma das mais utilizadas e envolve ressecção óssea da porção supraclavicular da escápula, além do rebaixamento da mesma, que é mantido por meio de tração esquelética
(17)
. Leibovic et al
(4)
descrevem uma modificação dessa técnica, em que a escápula é mantida rebaixada por meio de uma sutura com
uma bolsa feita no músculo grande dorsal, não sendo Figura 2 - Osso omovertebral (OV). Aspecto radiográfico (a) e intra-operatório (b) (caso 6)
Nossa muito interessante,eu tenho um bebe em minha casa que tem esse problema,ele tem 2 aninhos,gostaria muito de mas informação e no caso como deveria agir pra providencia essa cirurgia pra ele.
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