Doenças detectadas pelos métodos convencionais
Deficiência de Biotinidase; Hiperplasia Adrenal Congênita; Hipotireoidismo Congênito; Toxoplasmose Congênita; Fibrose Cística; Galactosemia; Doença da Urina de Xarope de Bordo (MSUD); Fenilcetonúria (PKU) ; Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias; Tirosinemia Tipos I & II
Doenças detectadas pela Espectrometria de Massas em Tandem
(metodologia exclusiva do Teste do Pezinho Expandido DLE)
As doenças que são exclusivamente detectadas por métodos convencionais também estão incluídas no Teste do Pezinho Expandido DLE.
Aminoacidopatias Homocistinúria; Hipermetioninemia; Doença da Urina de Xarope de Bordo (MSUD); Hiperglicinemia não-cetótica; Fenilcetonúria (PKU); Tirosinemia Tipos I & II
Distúrbios do Ciclo da Uréia Deficiência de Arginase (Argininemia); Citrulinemia; Acidúria arginino-succínica; Síndrome de Hiperamonemia, Hiperornitinemia e Homocitrulinúria
Distúbios dos Ácidos Orgânicos
(Distúrbios das Acilcartinitas) Deficiência de 2-Metilbutiril-CoA Desidrogenase; Deficiência de 3-Cetotiolase; Deficiência de 3-Metilcrotonil-CoA Carboxilase; Deficiência de 3-Metilglutaril-CoA Hidratase - 5-Oxoprolinúria; Defeitos da Síntese de Adenosilcobalamina; Acidemia Glutárica Tipo I; Deficiência de Isobutiril-CoA Desidrogenase; Acidemia Isovalérica; Acidúria Malônica; Acidemia Metilmalônica; Deficiência de Metilmalonil-CoA Mutase; Deficiência de Acetoacetil-CoA Tiolase Mitocondrial; Deficiência de Múltiplas CoA Carboxilase; Acidemia Propiônica
Distúrbios da Oxidação dos Ácidos Graxos
(Distúrbios das Acilcarnitinas) Deficiência de 2,4-Dienoil-CoA Redutase; Deficiência de 3-Hidroxi-3-Metilglutaril-CoA Liase (HMG); Deficiência de Carnitina Palmitoil Transferase Tipo II (CPT-II); Deficiência de Carnitina/Acilcarnitina Translocase; Deficiência de 3-Hidroxi-Acil-CoA Desidrogenase de Cadeia Longa (LCHAD); Deficiência de Acil-CoA Desidrogenase de Cadeia Média (MCAD); Deficiência de Múltiplas Acil-CoA Desidrogenase (MADD)(= Acidemia Glutárica Tipo II); Deficiência de Acil-CoA Desidrogenase de Cadeia Curta (SCAD); Deficiência da Acil-CoA Desidrogenase de Cadeia Longa (LCAD); Deficiência da Proteína Trifuncional
CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE AS DOENÇAS DETECTADAS NO TESTE DO PEZINHO EXPANDIDO DLE
FENILCETONÚRIA
É uma doença genética de caráter autossômico recessivo decorrente da deficiência da enzima fenilalanina-hidroxilase. Em conseqüência, a fenilalanina acumula-se no sangue dos recém-nascidos, causando efeitos tóxicos ao sistema nervoso central, podendo causar até a deficiência mental severa. A incidência é de 1:12.000 nascidos vivos.
Se não tratada poderá levar ao retardo mental. O tratamento instituído a tempo com uma dieta restrita em fenilalanina permite um desenvolvimento normal.
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO
É uma doença causada pela deficiência total ou parcial de hormônios produzidos pela tireóide. A insuficiência da atividade hormonal da tireóide leva a uma diminuição do metabolismo energético dos tecidos, causando diferentes graus de deficiência física e mental.
A incidência é de 1:3.000 nascidos vivos. Se não tratado, o Hipotireoidismo Congênito pode levar ao retardo mental severo.
O tratamento é simples, constituído na administração oral do hormônio T4 e quando instituído a tempo, permite que crianças afetadas tenham um desenvolvimento normal.
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
A maioria dos recém-nascidos infectados é assintomática, podendo entretanto, apresentar sintomas neurológicos e oftalmológicos graves, anos mais tarde.
O diagnóstico precoce através de anticorpos da classe IgM e o tratamento da infecção, podem evitar ou minimizar complicações futuras.
A incidência é de 1:3.000 nascidos vivos levando-se em conta as diferenças entre áreas endêmicas e não endêmicas.
DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE
Doença genética, de caráter autossômico recessivo. A deficiência desta enzima, resulta na incapacidade de liberar biotina dos alimentos, com conseqüente deficiência secundária da atividade de várias enzimas mitocondriais. Indivíduos com deficiência severa podem apresentar convulsões, ataxia, hipotonia, dermatite, queda de cabelos e atraso no desenvolvimento.
O diagnóstico precoce e a suplementação diária de altas doses de biotina previne o desenvolvimento das manifestações clínicas.
A incidência é de 1:90.000 nascidos vivos.
HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA
Os níveis elevados de 17 OH-Progesterona no sangue do recém-nascido levam a suspeitar desta patologia. Seu diagnóstico precoce é importante para evitar a virilização progressiva, aceleração da idade óssea e, em alguns casos, severa crise de perda de sal que pode levar à morte nas primeiras semanas de vida.
A incidência é de 1:10.000. O tratamento consiste na administração oral de produtos que passem por cima do bloqueio metabólico e permitam ao organismo produzir quantidades adequadas de cortisol, normalizando os níveis de ACTH e a função da adrenal.
FIBROSE CÍSTICA
A Fibrose Cística é uma doença genética na qual ocorre um distúrbio no transporte dos cloretos pelas membranas epiteliais causando aumento de cloreto de sódio no suor, deficiência pancreática exócrina e doença pulmonar obstrutiva crônica. Nos recém-nascidos com Fibrose Cística, o nível de Tripsina Imunoreativa (IRT) eleva-se, e com o passar do tempo vai caindo, devido a disfunção pancreática na produção da tripsina. A sintomatologia decorre principalmente da excessiva viscosidade das secreções.
Atenção: Um teste positivo não faz o diagnóstico, mas indica que há grande possibilidade de Fibrose Cística.
A incidência é de 1:2.000 a 1:2.500 nascidos vivos em caucasianos. O tratamento até o momento consiste na ingestão de enzimas que facilitam a digestão e dieta rica em calorias, vitaminas e sais minerais. Também está indicado fisioterapia respiratória.
GALACTOSEMIA
É uma doença genética, autossômica recessiva, que se caracteriza por icterícia, convulsão, catarata, cirrose hepática, deficiência mental, podendo ocasionar a morte.
O defeito genético fundamenta-se na deficiência da enzima galactose-1-fosfato uridil transferase que torna o recém-nascido incapaz de metabolizar a galactose, um açúcar presente no leite e derivados.
A incidência é de aproximadamente 1:20.000 nascidos vivos. O tratamento consiste na eliminação da galactose através de dietas que não contenham lactose ou galactose.
HEMOGLOBINOPATIAS
As hemoglobinopatias são doenças relacionadas a uma alteração genética afetando a estrutura da molécula de hemoglobina (hemoglobinopatia estrutural) ou a sua produção (talassemia).
A anemia falciforme é a mais comum das hemoglobinopatias, causando um distúrbio hemolítico intenso caracterizado pela forma de foice que as hemácias adquirem em condições de baixa pressão e oxigênio.
No Brasil ela se encontra em quantidade elevada e não está presente somente na raça negra, devido a alta taxa de miscigenação.
Os pacientes afetados geralmente apresentam anemia já na infância, atraso de crescimento, esplenomegalia e infecções de repetição.
A incidência é de 1:400 a 1:1.000 nascidos vivos.
AMINOACIDOPATIAS E DISTÚRBIOS DO CICLO DA URÉIA
• DOENÇA DA URINA DE XAROPE DE BORDO (MSUD)
MSUD é causada por metabolismo anormal de três aminoácidos de cadeia ramificada. A incidência é de 1 em 200.000 nascidos vivos. Os sintomas incluem um odor de xarope de bordo na urina, recusa alimentar, letargia, coma e retardo mental. A morte comumente ocorre nos três primeiros meses de vida. O tratamento requer restrição dietética de aminoácidos de cadeia ramificada, necessitando de uma fórmula complexa e acompanhamento médico rigoroso da criança.
• HIPERGLICINEMIA NÃO-CETÓTICA (NKH)
É uma doença metabólica autossômica recessiva que se apresenta no período neonatal como um quadro neurológico grave, quase sempre fatal. Os sobreviventes apresentam déficit neurológico grave, retardo psicomotor e convulsões de difícil controle. A lesão metabólica da NKH deve-se à incapacidade do sistema de clivagem da glicina (GCS), em proceder a descarboxilação oxidativa da glicina, levando a um acúmulo deste aminoácido neurotransmissor, que resulta numa estimulação excessiva dos receptores N-metil-D-aspartato (NMDA) cerebrais. O tratamento inclui redução da sobrecarga de glicina e o uso de antagonistas dos efeitos neurotransmissores da glicina (antagonistas NMDA).
• HIPERMETIONINEMIA
Níveis sangüíneos elevados de metionina são encontrados na hipermetioninemia, na homocistinúria, e na tirosinemia tipo I. Na hipermetioninemia não é observado o aumento de tirosina encontrada na tirosinemia tipo I e nem o aumento de homocisteína observado na homocistinúria. A maior parte dos casos de hipermetioninemia é devida a uma deficiência de metionina-adenosiltransferase (MAT) I/III causada por mutações no gene MAT1A. Os efeitos clínicos e metabólicos destas mutações são muito variáveis. A maioria dos indivíduos são heterozigotos para uma mutação dominante, apresentando níveis plasmáticos moderadamente elevados de metionina e um quadro clínico benigno e assintomático. No entanto um pequeno grupo de indivíduos são homozigotos para mutações recessivas, apresentando uma redução significativa da atividade da MAT, níveis muito elevados de metionina plasmática e sintomas neurológicos, incluindo alterações da substância cinzenta e desmielinização cerebral.
• HOMOCISTINÚRIA
A causa mais comum de homocistinúria é uma deficiência da enzima cistationina sintetase. A incidência é de 1em 200.000 nascidos vivos. Entre os sintomas se encontram tromboembolismo, deslocamento do cristalino (que pode ocorrer mesmo com tratamento regular), escoliose, osteoporose, retardo mental, convulsões e distúrbios psiquiátricos. Aproximadamente 50 por cento dos indivíduos não tratados morrem antes de 25 anos de idade. O tratamento pode incluir uma dieta restrita de metionina, suplementada de cistina, assim como altas doses de Vitamina B6.
• TIROSINEMIA
É uma doença metabólica que causa elevação dos níveis sangüíneos de tirosina, um aminoácido presente na maioria das proteínas. A incidência é 1:100.000 nascidos vivos, com ambos os sexos igualmente afetados. Os sintomas incluem déficit ponderal, vômitos, diarréia, e um odor como de repolho. Outros sintomas incluem fígado aumentado, edema e risco de doença hemorrágica. Se não tratada, a tirosinemia é fatal dentro do primeiro ano de vida. O tratamento inclui restrições dietéticas.
• ACIDÚRIA ARGININO-SUCCÍNICA
Esta doença é extremamente rara. Os sintomas são hiperamonemia acompanhada por falta de apetite, vômitos, apatia, convulsões e coma. O início dos sintomas se dá normalmente no nascimento, mas podem não ser notados durante dias ou semanas. Sem tratamento, ocorrerá lesão cerebral, coma e morte. O tratamento inclui uma dieta de alto teor calórico, restrita em proteínas, suplementação de arginina e administração de benzoato de sódio e fenilacetato de sódio. A diálise pode ser necessária.
• ARGININEMIA
Duas formas de arginase, A-I e A-II, são especificadas por genes distintos, ARG1 E ARG2. A isoenzima A-I contribui com 98% da atividade de arginase hepática e está ausente na argininemia. A doença se caracteriza por graus variados de hiperamonemia, paraplegia espástica com início aos 2 - 3 anos de idade, convulsões epilépticas e retardo mental de início mais tardio. Os níveis de arginina estão elevados no sangue e no líquido cefalorraquiano dos pacientes e intermediários nos heterozigotos. A atividade de arginase é muito baixa nos eritrócitos dos pacientes e intermediária nos heterozigotos. Pode haver um efeito colateral com o tratamento com valproato de sódio, um anticonvulsivante. A doença pode permanecer sem diagnóstico em casos de paralisia cerebral, devido aos seus sintomas relativamente mais leves do que nos outros distúrbios do ciclo da uréia, nos quais a hiperamonemia é muito mais severa. O tratamento é feito pela administração de benzoato e restrição de arginina.
• CITRULINEMIA
A citrulinemia origina-se de uma deficiência de arginino-succinato sintetase. A epidemiologia, os sintomas, e o tratamento são os mesmos da acidúria arginino-succínica.
• SÍNDROME DE HIPERORNITINEMIA-HIPERAMONEMIA-HOMOCITRU…
Os sintomas clínicos estão relacionados à hiperamonemia e se assemelham àqueles dos outros distúrbios do ciclo da uréia. A fisiopatologia da doença envolve uma diminuição do transporte de ornitina para as mitocôndrias, resultando num acúmulo de ornitina citoplasmática e numa redução da capacidade de processar sobrecargas de amônia. A ornitina-delta-aminotransferase, está normal. Não ocorrem problemas visuais ou alterações do fundo de olho como na ornitinemia com atrofia circular corio-retínica. Numa dieta restrita de proteína as concentrações plasmáticas de ornitina são geralmente mais baixas que na atrofia circular. Postula-se que a homocitrulina origine-se da transcarbamoilação da lisina. A herança é autossômica recessiva.
DISTÚRBIOS DOS ÁCIDOS ORGÂNICOS
São um grupo de condições autossômicas recessivas de incidência baixa.
• DEFICIÊNCIA DE 3-HIDROXI-3-METILGLUTARIL-CoA-LIASE
Se esta doença não for tratada, é possível resultar em morte durante a infância. Os sintomas podem incluir acidose metabólica, hipoglicemia, sensibilidade à leucina da dieta, deficiência de carnitina, hepatomegalia, febre, sonolência e coma. O tratamento envolve restrição de leucina, glicose suplementar para prevenir hipoglicemia, e suplementação de carnitina.
• DEFICIÊNCIA DE 3-METILCROTONIL-CoA-CARBOXILASE
Os sintomas podem incluir hipotonia, atrofia muscular, convulsões e alterações dermatológicas. Restrições dietéticas são o tratamento primário; suplementação com biotina e/ou carnitina pode ser útil em alguns casos.
• ACIDEMIA GLUTÁRICA TIPO I
Esta deficiência enzimática é caracterizada por hipoglicemia, distonia e discinesia. Depois de um período de desenvolvimento aparentemente normal, a doença pode aparecer repentinamente, apresentando-se como vômitos, acidose metabólica, hipotonia e degeneração do sistema nervoso central. Fluidos endovenosos e bicarbonato são usados para tratar a acidose, mas a diálise pode ser necessária. Restrições dietéticas tiveram resultados inconsistentes. A suplementação de carnitina pode ser necessária.
• ACIDEMIA ISOVALÉRICA (IVA)
Com início entre o nascimento e 1 ano de vida, IVA ocorre tanto em formas agudas quanto crônicas. Os sintomas de IVA aguda são crises de vômitos, falta de apetite , apatia, letargia, irritabilidade neuromuscular e hipotermia. Os episódios podem ser desencadeados por infecções respiratórias superiores ou por consumo excessivo de alimentos de alto teor protéico. O tratamento envolve uma dieta restrita em proteínas e suplementação de carnitina. Administração oral de glicina pode contribuir para o controle das crises e permitir um crescimento e desenvolvimento normais.
• ACIDEMIAS METILMALÔNICAS (DEFEITOS DE SÍNTESE DE ADENOSILCOBALAMINA (Cb1A e Cb1B) E DEFICIÊNCIAS DE METIL-MALONIL-CoA-MUTASE (mut - e mut +))
Um defeito enzimático na oxidação de aminoácidos é a causa destas condições, com uma incidência de 1 em 50.000 a 1 em 100.000 nascidos vivos. Os sintomas normalmente começam nos primeiros meses de vida, e incluem letargia, déficit ponderal, vômitos, desidratação, angústia respiratória, hipotonia e hepatomegalia. Os episódios agudos podem incluir sonolência, coma e convulsões, com retardo subseqüente do desenvolvimento. O tratamento inclui uma dieta cuidadosamente controlada, constituída por uma baixa ingesta de proteína e/ou restrição de isoleucina, valina e treonina. Outros suplementos alimentares, como a carnitina, podem ser necessários.
• ACIDEMIA PROPIÔNICA
Este distúrbio metabólico que normalmente resulta em uma doença de início catastrófico no período neonatal. A incidência é 1 em 100.000 nascidos vivos. Os sintomas primários incluem intolerância à proteína, vômitos, déficit ponderal, letargia e acidose metabólica profunda. Isto resulta em lesão cerebral, que se expressa por coma e convulsões generalizadas, levando à morte se não tratada. O tratamento inclui restrição de proteínas e a reposição de líquidos e eletrólitos pode ser necessária. A acidose é controlada por bicarbonato de sódio, ou por diálise. É possível ocorrer deficiência secundária de carnitina, requerendo suplementação.
DISTÚRBIOS DA OXIDAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS
São condições autossômicas recessivas raras em que o organismo não pode oxidar ácidos graxos porque uma enzima está ausente ou não funciona corretamente. Muitos dos efeitos são atribuídos a esgotamento secundário de carnitina.
• DEFICIÊNCIA DE CARNITINA PALMITOIL TRANSFERASE TIPO II (CPT II)
A CPT II afeta mais o sexo masculino que o feminino e é mais aparente nas pessoas com diabetes ou deficiência nutricional. O jejum pode desencadear os sintomas. Normalmente torna-se aparente em adultos, mas uma forma mais severa afeta crianças. Sintomas importantes são mialgia, fadiga e urina marrom-avermelhada. O tratamento inclui uma dieta restrita em proteínas e gorduras e rica em carboidratos, hidratação adequada, evitar jejum e manter a criança aquecida. A suplementação de carnitina pode ser eficaz.
• DEFICIÊNCIA DE MÚLTIPLAS ACIL-CoA DESIDROGENASE
Esta doença manifesta-se sob três formas, sendo a forma neonatal bastante severa e freqüentemente fatal dentro de algumas semanas. Os sintomas de GA II neonatal em crianças com anomalias congênitas podem incluir hipoglicemia severa, acidose metabólica, hipotonia, hepatomegalia e freqüentemente um odor de "pés suados". Quando as anomalias congênitas estão ausentes, os sintomas podem ser mais leves e crianças não tratadas podem sobreviver durante um período mais longo. O tratamento inclui uma dieta rica em carboidratos, restrita de proteínas e gorduras, com refeições freqüentes. A suplementação com riboflavina e carnitina pode ser útil.
• DEFICIÊNCIA DE DESIDROGENASE DE ACIL-CoA DE CADEIA LONGA (LCAD)
LCAD em crianças é caracterizada por déficit ponderal, fígado aumentado, cardiomegalia, encefalopatia metabólica e hipotonia. A menos que seja tratada imediatamente é geralmente fatal. O tratamento consiste em uma dieta rica em carboidratos e pobre em gorduras, além da administração de triglicérides de cadeia média (MCT) e suplementação com carnitina e riboflavina. Deve-se evitar o jejum.
• LCHAD - DEFICIÊNCIA DE DESIDROGENASE DE 3-HIDROXI-ACIL-CoA DE CADEIA LONGA
Sintomas típicos de LCHAD são hipoglicemia, letargia, déficit ponderal e retardo de desenvolvimento, freqüentemente acompanhadas por hipotonia e cardiomiopatia. Alguns episódios de Síndrome de Morte Súbita do Lactente, SMSL, são possivelmente causados por LCHAD. O diagnóstico e tratamento precoces podem prevenir episódios de risco de vida. O jejum deve ser evitado e instituída uma dieta rica em carboidratos.
• DEFICIÊNCIA DE DESIDROGENASE DE ACIL-CoA DE CADEIA MÉDIA (MCAD)
MCAD é caracterizada por episódios recorrentes de acidose metabólica, e por hipoglicemia, letargia e coma. Os sintomas tipicamente começam no lactente ou em crianças jovens. MCAD ocorre principalmente entre brancos descendentes do norte europeu. Os episódios iniciais são freqüentemente desencadeados por jejum e podem levar à morte em 20 a 25 por cento dos casos. Aproximadamente 1 em cada 100 mortes atribuídas à SMSL é provavelmente resultante de MCAD. Evitar o jejum é imperativo. A administração de glicose IV é necessária quando houver intolerância alimentar. Ingesta elevada de ácidos graxos de cadeia média e longa deve ser evitada. Suplementos de carnitina são recomendados para estas crianças.
Deficiência de Biotinidase; Hiperplasia Adrenal Congênita; Hipotireoidismo Congênito; Toxoplasmose Congênita; Fibrose Cística; Galactosemia; Doença da Urina de Xarope de Bordo (MSUD); Fenilcetonúria (PKU) ; Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias; Tirosinemia Tipos I & II
Doenças detectadas pela Espectrometria de Massas em Tandem
(metodologia exclusiva do Teste do Pezinho Expandido DLE)
As doenças que são exclusivamente detectadas por métodos convencionais também estão incluídas no Teste do Pezinho Expandido DLE.
Aminoacidopatias Homocistinúria; Hipermetioninemia; Doença da Urina de Xarope de Bordo (MSUD); Hiperglicinemia não-cetótica; Fenilcetonúria (PKU); Tirosinemia Tipos I & II
Distúrbios do Ciclo da Uréia Deficiência de Arginase (Argininemia); Citrulinemia; Acidúria arginino-succínica; Síndrome de Hiperamonemia, Hiperornitinemia e Homocitrulinúria
Distúbios dos Ácidos Orgânicos
(Distúrbios das Acilcartinitas) Deficiência de 2-Metilbutiril-CoA Desidrogenase; Deficiência de 3-Cetotiolase; Deficiência de 3-Metilcrotonil-CoA Carboxilase; Deficiência de 3-Metilglutaril-CoA Hidratase - 5-Oxoprolinúria; Defeitos da Síntese de Adenosilcobalamina; Acidemia Glutárica Tipo I; Deficiência de Isobutiril-CoA Desidrogenase; Acidemia Isovalérica; Acidúria Malônica; Acidemia Metilmalônica; Deficiência de Metilmalonil-CoA Mutase; Deficiência de Acetoacetil-CoA Tiolase Mitocondrial; Deficiência de Múltiplas CoA Carboxilase; Acidemia Propiônica
Distúrbios da Oxidação dos Ácidos Graxos
(Distúrbios das Acilcarnitinas) Deficiência de 2,4-Dienoil-CoA Redutase; Deficiência de 3-Hidroxi-3-Metilglutaril-CoA Liase (HMG); Deficiência de Carnitina Palmitoil Transferase Tipo II (CPT-II); Deficiência de Carnitina/Acilcarnitina Translocase; Deficiência de 3-Hidroxi-Acil-CoA Desidrogenase de Cadeia Longa (LCHAD); Deficiência de Acil-CoA Desidrogenase de Cadeia Média (MCAD); Deficiência de Múltiplas Acil-CoA Desidrogenase (MADD)(= Acidemia Glutárica Tipo II); Deficiência de Acil-CoA Desidrogenase de Cadeia Curta (SCAD); Deficiência da Acil-CoA Desidrogenase de Cadeia Longa (LCAD); Deficiência da Proteína Trifuncional
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FENILCETONÚRIA
É uma doença genética de caráter autossômico recessivo decorrente da deficiência da enzima fenilalanina-hidroxilase. Em conseqüência, a fenilalanina acumula-se no sangue dos recém-nascidos, causando efeitos tóxicos ao sistema nervoso central, podendo causar até a deficiência mental severa. A incidência é de 1:12.000 nascidos vivos.
Se não tratada poderá levar ao retardo mental. O tratamento instituído a tempo com uma dieta restrita em fenilalanina permite um desenvolvimento normal.
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO
É uma doença causada pela deficiência total ou parcial de hormônios produzidos pela tireóide. A insuficiência da atividade hormonal da tireóide leva a uma diminuição do metabolismo energético dos tecidos, causando diferentes graus de deficiência física e mental.
A incidência é de 1:3.000 nascidos vivos. Se não tratado, o Hipotireoidismo Congênito pode levar ao retardo mental severo.
O tratamento é simples, constituído na administração oral do hormônio T4 e quando instituído a tempo, permite que crianças afetadas tenham um desenvolvimento normal.
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
A maioria dos recém-nascidos infectados é assintomática, podendo entretanto, apresentar sintomas neurológicos e oftalmológicos graves, anos mais tarde.
O diagnóstico precoce através de anticorpos da classe IgM e o tratamento da infecção, podem evitar ou minimizar complicações futuras.
A incidência é de 1:3.000 nascidos vivos levando-se em conta as diferenças entre áreas endêmicas e não endêmicas.
DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE
Doença genética, de caráter autossômico recessivo. A deficiência desta enzima, resulta na incapacidade de liberar biotina dos alimentos, com conseqüente deficiência secundária da atividade de várias enzimas mitocondriais. Indivíduos com deficiência severa podem apresentar convulsões, ataxia, hipotonia, dermatite, queda de cabelos e atraso no desenvolvimento.
O diagnóstico precoce e a suplementação diária de altas doses de biotina previne o desenvolvimento das manifestações clínicas.
A incidência é de 1:90.000 nascidos vivos.
HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA
Os níveis elevados de 17 OH-Progesterona no sangue do recém-nascido levam a suspeitar desta patologia. Seu diagnóstico precoce é importante para evitar a virilização progressiva, aceleração da idade óssea e, em alguns casos, severa crise de perda de sal que pode levar à morte nas primeiras semanas de vida.
A incidência é de 1:10.000. O tratamento consiste na administração oral de produtos que passem por cima do bloqueio metabólico e permitam ao organismo produzir quantidades adequadas de cortisol, normalizando os níveis de ACTH e a função da adrenal.
FIBROSE CÍSTICA
A Fibrose Cística é uma doença genética na qual ocorre um distúrbio no transporte dos cloretos pelas membranas epiteliais causando aumento de cloreto de sódio no suor, deficiência pancreática exócrina e doença pulmonar obstrutiva crônica. Nos recém-nascidos com Fibrose Cística, o nível de Tripsina Imunoreativa (IRT) eleva-se, e com o passar do tempo vai caindo, devido a disfunção pancreática na produção da tripsina. A sintomatologia decorre principalmente da excessiva viscosidade das secreções.
Atenção: Um teste positivo não faz o diagnóstico, mas indica que há grande possibilidade de Fibrose Cística.
A incidência é de 1:2.000 a 1:2.500 nascidos vivos em caucasianos. O tratamento até o momento consiste na ingestão de enzimas que facilitam a digestão e dieta rica em calorias, vitaminas e sais minerais. Também está indicado fisioterapia respiratória.
GALACTOSEMIA
É uma doença genética, autossômica recessiva, que se caracteriza por icterícia, convulsão, catarata, cirrose hepática, deficiência mental, podendo ocasionar a morte.
O defeito genético fundamenta-se na deficiência da enzima galactose-1-fosfato uridil transferase que torna o recém-nascido incapaz de metabolizar a galactose, um açúcar presente no leite e derivados.
A incidência é de aproximadamente 1:20.000 nascidos vivos. O tratamento consiste na eliminação da galactose através de dietas que não contenham lactose ou galactose.
HEMOGLOBINOPATIAS
As hemoglobinopatias são doenças relacionadas a uma alteração genética afetando a estrutura da molécula de hemoglobina (hemoglobinopatia estrutural) ou a sua produção (talassemia).
A anemia falciforme é a mais comum das hemoglobinopatias, causando um distúrbio hemolítico intenso caracterizado pela forma de foice que as hemácias adquirem em condições de baixa pressão e oxigênio.
No Brasil ela se encontra em quantidade elevada e não está presente somente na raça negra, devido a alta taxa de miscigenação.
Os pacientes afetados geralmente apresentam anemia já na infância, atraso de crescimento, esplenomegalia e infecções de repetição.
A incidência é de 1:400 a 1:1.000 nascidos vivos.
AMINOACIDOPATIAS E DISTÚRBIOS DO CICLO DA URÉIA
• DOENÇA DA URINA DE XAROPE DE BORDO (MSUD)
MSUD é causada por metabolismo anormal de três aminoácidos de cadeia ramificada. A incidência é de 1 em 200.000 nascidos vivos. Os sintomas incluem um odor de xarope de bordo na urina, recusa alimentar, letargia, coma e retardo mental. A morte comumente ocorre nos três primeiros meses de vida. O tratamento requer restrição dietética de aminoácidos de cadeia ramificada, necessitando de uma fórmula complexa e acompanhamento médico rigoroso da criança.
• HIPERGLICINEMIA NÃO-CETÓTICA (NKH)
É uma doença metabólica autossômica recessiva que se apresenta no período neonatal como um quadro neurológico grave, quase sempre fatal. Os sobreviventes apresentam déficit neurológico grave, retardo psicomotor e convulsões de difícil controle. A lesão metabólica da NKH deve-se à incapacidade do sistema de clivagem da glicina (GCS), em proceder a descarboxilação oxidativa da glicina, levando a um acúmulo deste aminoácido neurotransmissor, que resulta numa estimulação excessiva dos receptores N-metil-D-aspartato (NMDA) cerebrais. O tratamento inclui redução da sobrecarga de glicina e o uso de antagonistas dos efeitos neurotransmissores da glicina (antagonistas NMDA).
• HIPERMETIONINEMIA
Níveis sangüíneos elevados de metionina são encontrados na hipermetioninemia, na homocistinúria, e na tirosinemia tipo I. Na hipermetioninemia não é observado o aumento de tirosina encontrada na tirosinemia tipo I e nem o aumento de homocisteína observado na homocistinúria. A maior parte dos casos de hipermetioninemia é devida a uma deficiência de metionina-adenosiltransferase (MAT) I/III causada por mutações no gene MAT1A. Os efeitos clínicos e metabólicos destas mutações são muito variáveis. A maioria dos indivíduos são heterozigotos para uma mutação dominante, apresentando níveis plasmáticos moderadamente elevados de metionina e um quadro clínico benigno e assintomático. No entanto um pequeno grupo de indivíduos são homozigotos para mutações recessivas, apresentando uma redução significativa da atividade da MAT, níveis muito elevados de metionina plasmática e sintomas neurológicos, incluindo alterações da substância cinzenta e desmielinização cerebral.
• HOMOCISTINÚRIA
A causa mais comum de homocistinúria é uma deficiência da enzima cistationina sintetase. A incidência é de 1em 200.000 nascidos vivos. Entre os sintomas se encontram tromboembolismo, deslocamento do cristalino (que pode ocorrer mesmo com tratamento regular), escoliose, osteoporose, retardo mental, convulsões e distúrbios psiquiátricos. Aproximadamente 50 por cento dos indivíduos não tratados morrem antes de 25 anos de idade. O tratamento pode incluir uma dieta restrita de metionina, suplementada de cistina, assim como altas doses de Vitamina B6.
• TIROSINEMIA
É uma doença metabólica que causa elevação dos níveis sangüíneos de tirosina, um aminoácido presente na maioria das proteínas. A incidência é 1:100.000 nascidos vivos, com ambos os sexos igualmente afetados. Os sintomas incluem déficit ponderal, vômitos, diarréia, e um odor como de repolho. Outros sintomas incluem fígado aumentado, edema e risco de doença hemorrágica. Se não tratada, a tirosinemia é fatal dentro do primeiro ano de vida. O tratamento inclui restrições dietéticas.
• ACIDÚRIA ARGININO-SUCCÍNICA
Esta doença é extremamente rara. Os sintomas são hiperamonemia acompanhada por falta de apetite, vômitos, apatia, convulsões e coma. O início dos sintomas se dá normalmente no nascimento, mas podem não ser notados durante dias ou semanas. Sem tratamento, ocorrerá lesão cerebral, coma e morte. O tratamento inclui uma dieta de alto teor calórico, restrita em proteínas, suplementação de arginina e administração de benzoato de sódio e fenilacetato de sódio. A diálise pode ser necessária.
• ARGININEMIA
Duas formas de arginase, A-I e A-II, são especificadas por genes distintos, ARG1 E ARG2. A isoenzima A-I contribui com 98% da atividade de arginase hepática e está ausente na argininemia. A doença se caracteriza por graus variados de hiperamonemia, paraplegia espástica com início aos 2 - 3 anos de idade, convulsões epilépticas e retardo mental de início mais tardio. Os níveis de arginina estão elevados no sangue e no líquido cefalorraquiano dos pacientes e intermediários nos heterozigotos. A atividade de arginase é muito baixa nos eritrócitos dos pacientes e intermediária nos heterozigotos. Pode haver um efeito colateral com o tratamento com valproato de sódio, um anticonvulsivante. A doença pode permanecer sem diagnóstico em casos de paralisia cerebral, devido aos seus sintomas relativamente mais leves do que nos outros distúrbios do ciclo da uréia, nos quais a hiperamonemia é muito mais severa. O tratamento é feito pela administração de benzoato e restrição de arginina.
• CITRULINEMIA
A citrulinemia origina-se de uma deficiência de arginino-succinato sintetase. A epidemiologia, os sintomas, e o tratamento são os mesmos da acidúria arginino-succínica.
• SÍNDROME DE HIPERORNITINEMIA-HIPERAMONEMIA-HOMOCITRU…
Os sintomas clínicos estão relacionados à hiperamonemia e se assemelham àqueles dos outros distúrbios do ciclo da uréia. A fisiopatologia da doença envolve uma diminuição do transporte de ornitina para as mitocôndrias, resultando num acúmulo de ornitina citoplasmática e numa redução da capacidade de processar sobrecargas de amônia. A ornitina-delta-aminotransferase, está normal. Não ocorrem problemas visuais ou alterações do fundo de olho como na ornitinemia com atrofia circular corio-retínica. Numa dieta restrita de proteína as concentrações plasmáticas de ornitina são geralmente mais baixas que na atrofia circular. Postula-se que a homocitrulina origine-se da transcarbamoilação da lisina. A herança é autossômica recessiva.
DISTÚRBIOS DOS ÁCIDOS ORGÂNICOS
São um grupo de condições autossômicas recessivas de incidência baixa.
• DEFICIÊNCIA DE 3-HIDROXI-3-METILGLUTARIL-CoA-LIASE
Se esta doença não for tratada, é possível resultar em morte durante a infância. Os sintomas podem incluir acidose metabólica, hipoglicemia, sensibilidade à leucina da dieta, deficiência de carnitina, hepatomegalia, febre, sonolência e coma. O tratamento envolve restrição de leucina, glicose suplementar para prevenir hipoglicemia, e suplementação de carnitina.
• DEFICIÊNCIA DE 3-METILCROTONIL-CoA-CARBOXILASE
Os sintomas podem incluir hipotonia, atrofia muscular, convulsões e alterações dermatológicas. Restrições dietéticas são o tratamento primário; suplementação com biotina e/ou carnitina pode ser útil em alguns casos.
• ACIDEMIA GLUTÁRICA TIPO I
Esta deficiência enzimática é caracterizada por hipoglicemia, distonia e discinesia. Depois de um período de desenvolvimento aparentemente normal, a doença pode aparecer repentinamente, apresentando-se como vômitos, acidose metabólica, hipotonia e degeneração do sistema nervoso central. Fluidos endovenosos e bicarbonato são usados para tratar a acidose, mas a diálise pode ser necessária. Restrições dietéticas tiveram resultados inconsistentes. A suplementação de carnitina pode ser necessária.
• ACIDEMIA ISOVALÉRICA (IVA)
Com início entre o nascimento e 1 ano de vida, IVA ocorre tanto em formas agudas quanto crônicas. Os sintomas de IVA aguda são crises de vômitos, falta de apetite , apatia, letargia, irritabilidade neuromuscular e hipotermia. Os episódios podem ser desencadeados por infecções respiratórias superiores ou por consumo excessivo de alimentos de alto teor protéico. O tratamento envolve uma dieta restrita em proteínas e suplementação de carnitina. Administração oral de glicina pode contribuir para o controle das crises e permitir um crescimento e desenvolvimento normais.
• ACIDEMIAS METILMALÔNICAS (DEFEITOS DE SÍNTESE DE ADENOSILCOBALAMINA (Cb1A e Cb1B) E DEFICIÊNCIAS DE METIL-MALONIL-CoA-MUTASE (mut - e mut +))
Um defeito enzimático na oxidação de aminoácidos é a causa destas condições, com uma incidência de 1 em 50.000 a 1 em 100.000 nascidos vivos. Os sintomas normalmente começam nos primeiros meses de vida, e incluem letargia, déficit ponderal, vômitos, desidratação, angústia respiratória, hipotonia e hepatomegalia. Os episódios agudos podem incluir sonolência, coma e convulsões, com retardo subseqüente do desenvolvimento. O tratamento inclui uma dieta cuidadosamente controlada, constituída por uma baixa ingesta de proteína e/ou restrição de isoleucina, valina e treonina. Outros suplementos alimentares, como a carnitina, podem ser necessários.
• ACIDEMIA PROPIÔNICA
Este distúrbio metabólico que normalmente resulta em uma doença de início catastrófico no período neonatal. A incidência é 1 em 100.000 nascidos vivos. Os sintomas primários incluem intolerância à proteína, vômitos, déficit ponderal, letargia e acidose metabólica profunda. Isto resulta em lesão cerebral, que se expressa por coma e convulsões generalizadas, levando à morte se não tratada. O tratamento inclui restrição de proteínas e a reposição de líquidos e eletrólitos pode ser necessária. A acidose é controlada por bicarbonato de sódio, ou por diálise. É possível ocorrer deficiência secundária de carnitina, requerendo suplementação.
DISTÚRBIOS DA OXIDAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS
São condições autossômicas recessivas raras em que o organismo não pode oxidar ácidos graxos porque uma enzima está ausente ou não funciona corretamente. Muitos dos efeitos são atribuídos a esgotamento secundário de carnitina.
• DEFICIÊNCIA DE CARNITINA PALMITOIL TRANSFERASE TIPO II (CPT II)
A CPT II afeta mais o sexo masculino que o feminino e é mais aparente nas pessoas com diabetes ou deficiência nutricional. O jejum pode desencadear os sintomas. Normalmente torna-se aparente em adultos, mas uma forma mais severa afeta crianças. Sintomas importantes são mialgia, fadiga e urina marrom-avermelhada. O tratamento inclui uma dieta restrita em proteínas e gorduras e rica em carboidratos, hidratação adequada, evitar jejum e manter a criança aquecida. A suplementação de carnitina pode ser eficaz.
• DEFICIÊNCIA DE MÚLTIPLAS ACIL-CoA DESIDROGENASE
Esta doença manifesta-se sob três formas, sendo a forma neonatal bastante severa e freqüentemente fatal dentro de algumas semanas. Os sintomas de GA II neonatal em crianças com anomalias congênitas podem incluir hipoglicemia severa, acidose metabólica, hipotonia, hepatomegalia e freqüentemente um odor de "pés suados". Quando as anomalias congênitas estão ausentes, os sintomas podem ser mais leves e crianças não tratadas podem sobreviver durante um período mais longo. O tratamento inclui uma dieta rica em carboidratos, restrita de proteínas e gorduras, com refeições freqüentes. A suplementação com riboflavina e carnitina pode ser útil.
• DEFICIÊNCIA DE DESIDROGENASE DE ACIL-CoA DE CADEIA LONGA (LCAD)
LCAD em crianças é caracterizada por déficit ponderal, fígado aumentado, cardiomegalia, encefalopatia metabólica e hipotonia. A menos que seja tratada imediatamente é geralmente fatal. O tratamento consiste em uma dieta rica em carboidratos e pobre em gorduras, além da administração de triglicérides de cadeia média (MCT) e suplementação com carnitina e riboflavina. Deve-se evitar o jejum.
• LCHAD - DEFICIÊNCIA DE DESIDROGENASE DE 3-HIDROXI-ACIL-CoA DE CADEIA LONGA
Sintomas típicos de LCHAD são hipoglicemia, letargia, déficit ponderal e retardo de desenvolvimento, freqüentemente acompanhadas por hipotonia e cardiomiopatia. Alguns episódios de Síndrome de Morte Súbita do Lactente, SMSL, são possivelmente causados por LCHAD. O diagnóstico e tratamento precoces podem prevenir episódios de risco de vida. O jejum deve ser evitado e instituída uma dieta rica em carboidratos.
• DEFICIÊNCIA DE DESIDROGENASE DE ACIL-CoA DE CADEIA MÉDIA (MCAD)
MCAD é caracterizada por episódios recorrentes de acidose metabólica, e por hipoglicemia, letargia e coma. Os sintomas tipicamente começam no lactente ou em crianças jovens. MCAD ocorre principalmente entre brancos descendentes do norte europeu. Os episódios iniciais são freqüentemente desencadeados por jejum e podem levar à morte em 20 a 25 por cento dos casos. Aproximadamente 1 em cada 100 mortes atribuídas à SMSL é provavelmente resultante de MCAD. Evitar o jejum é imperativo. A administração de glicose IV é necessária quando houver intolerância alimentar. Ingesta elevada de ácidos graxos de cadeia média e longa deve ser evitada. Suplementos de carnitina são recomendados para estas crianças.
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