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quarta-feira, 12 de março de 2014

Doença de Dent Tipo 1 - Nefrolitíase Tipo 1

Doença de Dent Tipo 1 - Nefrolitíase Tipo 1

A Doença de Dent Tipo 1 é um tipo de patologia com manifestações predominantemente renais. A sua manifestação genética é apenas encontrada em homens, que podem ter manifestações da doença desde a infância. Contudo as mulheres podem ser portadoras, podendo mesmo apresentar as características mais suaves com proteinúria LMW e hipercalciúria e mais raramente desenvolvem litíase renal e insuficiência renal.

Tem uma prevalência até ao momento desconhecida, na literatura médica estão relatadas menos de 250 famílias. Tem uma hereditariedade autossómica recessiva ligada ao cromossoma X. A idade de início é a infância. É também conhecida por Nefrolitíase Tipo 1.

Causas

Esta patologia é causada por mutações no gene CLCN5, que está localizado no cromossoma Xp11.22. Contudo estão relatadas mais de 140 mutações. Aproximadamente 40% dos pacientes não apresentam mutações no gene CLCN5.

Sinais e Sintomas

  • Disfunção tubular proximal (rim):
    • Aminoaciduria
    • Fosfatúria
    • Glicosúria
    • Uricosúria
    • Caliurese
    • Acidificação urinária prejudicada
    • Raquitismo
    • Osteomalácia.
  • Proteinúria (99% dos casos)
  • Hipercalciúria (95% dos casos)
  • Nefrolitíase (50% dos casos)
  • Nefrocalcinose (75% dos casos)
  • Falência renal progressiva
  • Cegueira noturna
  • Cálculos renais
  • Dor abdominal
  • Hematúria.

Diagnóstico

O diagnóstico estabelece-se por vezes como resultado da descoberta fortuita de manifestações biológicas de disfunção tubular proximal, incluindo a proteinúria de LMW, que é caracterizada pela excreção de proteínas: tal como alfa-1 e beta-2-microglobulina, a proteína de retinol, proteína celular Clara, proteína e vitamina D. A perda urinária de RBP episódica pode causar cegueira noturna em alguns pacientes. Existe uma variabilidade inter e intra-familiar considerável na ocorrência de nefrolitíase.

O diagnóstico é baseado na presença de LMW proteinúria, hipercalciúria e pelo menos um dos seguintes: nefrocalcinose, cálculos renais, hematúria, hipofosfatemia ou insuficiência renal. A genética molecular confirma o diagnóstico.

O diagnóstico diferencial inclui outras causas de disfunção tubular proximal generalizado. O diagnóstico pré-natal e testes genéticos não são aconselháveis porque não há nenhuma evidência de uma correlação genótipo-fenótipo e por causa do geral bom prognóstico vital.

Tratamento

O tratamento é normalmente favorável, com foco no tratamento de hipercalciúria e na prevenção da nefrolitíase. Os diuréticos tiazidas podem ser usadas para tratar a hipercalciúria, embora os efeitos adversos significativos, incluindo a hipovolémia e hipocaliémia relacionada com a tubulopatia primária, terem sido relatados.

O tratamento do raquitismo deve ser efetuado com a vitamina D, contudo deve ser administrada cuidadosamente, uma vez que pode aumentar e ampliar hipercalciúria. O controlo a longo prazo da hipercalciúria por uma dieta rica em citrato pode atrasar a progressão da doença renal, mesmo na ausência de formação de cálculos.

Prognóstico

A Progressão para insuficiência renal em estágio final ocorre em média entre a 3ª e a 5ª década de vida com 30 a 80% de indivíduos do género masculino afetados.

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