CRIOGLOBULINEMIA – SINTOMA, CAUSAS E CARACTERISTICAS DO DIAGNOSTICO
Refere-se a qualquer globulina que se precipite em temperaturas mais baixas que a corporal.
Pode haver associação de qualquer elevação das globulinas.
Gamopatias monoclonais, hipergamaglobulinemia reativa e imunocomplexos crioprecipitaveis estão associados a sintomas nas
extremidades decorrentes do frio, em virtude dos altos títulos de crioproteínas.
Crioglobulinemia mista essencial ocorre em pacientes com teste sorológico positivo para hepatite C.
Os sinais e sintomas dependem do tipo; púrpura palpável, artralgias e nefrite são mais comuns.
Baixa velocidade de hemossedimentação. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
. Mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenstrom
. Doenças inflamatórias crônicas, como endocardite, sarcoidose, artrite reumatóide, síndrome de Sjogren CRIOGLOBULINEMIA TRATAMENTODepende totalmente da causa Dica
Em paciente com dor no dorso, cujo sangue “coagula” no laboratório, a despeito da heparinização da amostra, o diagnóstico é de mieloma com pico M crioprecipitável.
Referência Crioglobulinas são proteínas que se precipitam quando resfriadas (abaixo de 370C), e dissolvem-se quando são aquecidas. São denominadas idiopáticas ou essenciais quando não estão associadas a qualquer doença reconhecível. As crioglobulinas são classificadas em 3 tipos: tipo I (monoclonal), tipo II (mista) e tipo III (policlonal).
A crioglobulinemia do tipo I (monoclonal) é, mais amiúde, da classe IgG ou IgM, mas já foram descritas crioglobulinas IgA e de Bence Jones. A maioria dos pacientes, mesmo com concentrações elevadas de crioglobulina do tipo I, não apresenta quaisquer sintomas que possam ser atribuídos a esse achado. Outros com crioglobulinas monoclonais na faixa de 1 a 2 g/dL podem apresentar dor, púrpura, fenômeno de Raynaud, cianose e mesmo ulcerações e necrose da pele e do tecido subcutâneo, quando expostos ao frio, porque suas crioglobulinas precipitam-se a temperaturas relativamente altas. As crioglobulinas do tipo I estão associadas a macroglobulinemia, mieloma múltiplo ou GMII. A crioglobulinemia do tipo III (policlonal) não está associada a um componente monoclonal. As crioglobulinas do tipo III são encontradas em muitos pacientes com infecções ou doenças inflamatórias e não têm qualquer importância clínica. A crioglobulinemia do tipo II (mista) consiste, de maneira típica, em uma proteína IgM monoclonal e em IgG policlonal, embora IgG monoclonal ou IgA monoclonal também possam ser observadas em associação com a IgM policlonal. a eletroforese das proteínas séricas geralmente mostra um padrão normal ou de hipergamaglobulinemia policlonal difusa. Usualmente, a concentração de crioglobulina mista é inferior a 0,2 g/dL. Sintomas clínicos: Pele: púrpura, úlceras, urticária, livedo reticular, nódulos, bolhas e pústulas;
Sistema nervoso: parestesias, paresias, vertigens;
Rins: hipertensão, glomerulonefrite ou sd. nefrótica;
Fígado: hepatomegalia, aumento de transaminases, hepatite crônica e cirrose.
A variante mais freqüentemente diagnosticada é a crioglobulinemia essencial mista, geralmente caracterizada por imunocomplexos compostos de IgM monoclonais específicos para IgG policlonais. Esses imunocomplexos circulantes podem promover processo de vasculite que envolve o intestino em 20% dos pacientes. Clinicamente apresenta-se como uma tríade: púrpura, fraqueza e artralgias. Outros sintomas incluem fenômeno de Raynaud, parestesias e dor abdominal. HEPATITE C A infecção por vírus da hepatite C (HCV) tem demonstrado associação com a crioglobulinemia essencial mista. De 36 a 54% dos pacientes com infecção crônica pelo HCV têm crioglobulinas detectáveis no soro, mas de 60 a 80% dos pacientes com CEM são positivos para HCV. HCV RNA e antígenos HCV estão 100 a 1.000 vezes aumentados e a CEM é curada com o tratamento efetivo da infecção pelo HCV. O mecanismo exato pelo qual a infecção crônica pelo HCV leve a MEC é desconhecida. As hipóteses incluem: O HCV leva a estimulação imunológica e, ocasionalmente, do fator reumatóide policlonal e monoclonal; Há uma reação cruzada entre algum antígeno do HCV e o FR. O segundo é mais provável uma vez que o FR é freqüentemente monoclonal e idêntico na maioria dos pacientes. As manifestações clínicas do CEM em 257 pacientes com HCV:
Manifestação Clínica | Incidência |
Púrpura | 88 – 100% |
Artralgia | 51 – 70% |
Fraqueza | 61 – 100% |
Neuropatia periférica | 25 – 69% |
Envolvimento renal | 8 – 54% |
Fenômeno de Raynaud | 10 – 35% |
Achados laboratoriais: Elevação mais significativa das crioglobulinas;
Hipocomplementemia, principalmente C1 e C4;
Fator reumatóide positivo, monoclonal tipo II e policlonal tipo III;
Não associado a qualquer subtipo específico do HCV, grau de comprometimento hepático ou tipo HLA.
MEC, HCV E LINFOMA NÃO-HODGKIN Vários estudos sugerem uma associação entre a infecção pelo HCV e o linfoma não-Hodgkin, especialmente de baixo grau. A vasta maioria desses pacientes apresentaram CEM primeiro e a hipótese é a de que com a estimulação crônica das células B, uma linhagem eventualmente sofre mutação e ativa oncogenes. TRATAMENTO A resposta ao interferon é similar àquela observada em pacientes sem CEM. Algum cuidado deve ser tomado em relação à possível exacerbação da CEM durante o tratamento. Alguns estudos descrevem o efeito benéfico da ribavirina. |