A síndrome de Nelson (SN) é uma complicação potencialmente grave da adrenalectomia bilateral realizada para o tratamento da doença de Cushing e seu manejo permanece difícil. De todas as manifestações da SN, aquela que causa maior preocupação é o desenvolvimento de um tumor hipofisário localmente agressivo, que pode (pouco usualmente para a doença hipofisária) ocasionalmente causar a morte pelo próprio tumor. Este achado é especialmente pertinente, dado o uso cada vez mais freqüente na doença de Cushing, da adrenalectomia bilateral por via laparoscópica, uma modalidade terapêutica altamente efetiva para o controle do excesso de cortisol. Apesar de numerosos estudos e publicações, não existe um consenso formal sobre a definição da SN. Assim, alguns irão definir a SN de acordo com a descrição clássica, como uma massa hipofisária que evolui após a adrenalectomia bilateral, enquanto outros irão se basear nos níveis crescentes dos níveis de ACTH plasmático, mesmo na ausência de uma lesão ou massa hipofisária nitidamente visível à RM. Esses fatores precisam ser relembrados quando se avaliam as publicações sobre SN, na medida em que existe grande heterogeneidade, e é provável que no geral a "SN moderna" represente uma entidade patológica diferente daquela do século passado. Neste artigo, revisaremos achados clínicos e epidemiológicos da SN e também suas modalidades terapêuticas.
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