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segunda-feira, 15 de março de 2010

MATÉRIA OPOVO ONLINE

O que há de genético no adoecer? O Ciência & Saúde fala da relação da carga genética com as doenças. Algumas são muito raras e requerem política específica do Governo para facilitar o acesso aos medicamentos Larissa Lima larissalima@opovo.com.br 13 Mar 2010 - 18h07min Genética não é tudo. Mas a Ciência segue, a cada dia, assumindo mais informações carregadas nos genes como determinantes na vida das pessoas. Características físicas, humor e até o número de parceiros sexuais seriam influenciados pelas combinações das bases dos nucleotídeos formadores do DNA. As pesquisas científicas também permitem identificar que algumas pessoas nascem com cargas genéticas mais pesadas que outras. Se as alterações nos genes podem contribuir para doenças bem comuns, como diabetes e hipertensão, também podem ocasionar síndromes raras, de tratamento desconhecido. O Ciência & Saúde dessa semana traz algumas linhas sobre o que há de genético no adoecer e mostra o que há de difícil e solidário no tratamento de quem nasce programado com uma doença rara. Também conta o caso do município cearense onde um raro defeito no metabolismo é dez vezes mais comum do que a média mundial. Para os especialistas, ainda há muito que estudar sobre como uma ou mais mutações podem mexer no organismo humano. Depois disso, precisam descobrir como tratar os efeitos negativos dessas variações. No Brasil, faz falta saber até mesmo qual a incidência das doenças genéticas. O último 28 de fevereiro marcou o Dia Mundial das Doenças Raras, sem comemorações por aqui. Legislação O tom das entidades brasileiras e dos profissionais que trabalham com a área é, na verdade, de cobrança pela efetivação de leis que poderiam garantir melhor atendimento especializado em genética no Sistema Único de Saúde (SUS) e agilizar os diagnósticos. Estima-se que 80% das doenças consideradas raras têm origem nos genes. Em alguns casos, a enfermidade é tão rara que não há interesse comercial da indústria farmacêutica em produzir medicamento específico. Em outros, o tratamento existe, mas não pode ser classificado como acessível. Consegui-lo pela rede pública ainda significa para a maioria desses pacientes enveredar por caminhos judiciais, numa busca por uma vida sem sequelas, ou pelo menos, mais digna.

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