PARCERIAS

quarta-feira, 27 de maio de 2009

SINDROME DE MUNCHHAUSEN




Síndrome de Münchhausen é uma desordem psiquiátrica em que os afetados fingem doença ou trauma psicológico para chamar atenção ou simpatia a eles. Às vezes os sintomas podem ser induzidos ou fingidos
A Síndrome de Münchhausen é uma doença psiquiátrica em que o paciente, de forma compulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças, sem que haja uma vantagem óbvia para tal atitude que não seja a de obter cuidados médicos e de enfermagem. Na Síndrome de Münchhausen, a pessoa afetada exagera ou cria sintomas nela mesma para ganhar atenção, tratamento e simpatia. Em casos extremos, pessoas com esta síndrome têm um alto conhecimento sobre medicina e conseguem produzir sintomas para operações desnecessárias. Por exemplo, podem injetar na veia um material infectado, causando infecção e prolongando sua estada no hospital. É diferente de Hipocondria, o paciente com Munchausen sabe que está exagerando, enquanto o hipocondríaco acredita que está doente de fato
O nome deriva de Barão de Münchhausen (Karl Friedrich Hieronymus Freiherr von Münchhausen, 1720-1797), a quem é atribuída uma série de contos fantásticos. Em 1950, o Dr. Richard Asher (o pai de Jane Asher e Peter Asher) foi o primeiro em descrever um padrão de auto-dano onde os indivíduos fabricavam histórias, sinais, e sintomas de doença. Lembrando o Barão de Münchhausen, Asher nomeou esta condição como Síndrome de Münchhausen. Originalmente, este termo era usado para desordens fictícias. Porém, agora é considerada que é um grupo extenso de desordens fictícias, e a diagnose de Síndrome de Münchhausen é reservada para a forma mais severa onde a simulação de doença é a atividade central da vida da pessoa afetada
A Síndrome de Münchhausen "by proxy" (por procuração) ocorre quando um parente, quase sempre a mãe (85 a 95%), de forma persistentemente ou intermitentemente produz (fabrica, simula, inventa), de forma intencional, sintomas em seu filho, fazendo que este seja considerado doente, ou provocando ativamente a doença, colocando-a em risco e numa situação que requeira investigação e tratamento. Às vezes existe por parte da mãe o objetivo de obter alguma vantagem para ela, por exemplo, conseguir atenção do marido para ela e a criança ou se afastar de uma casa conturbada pela violência. Nas formas clássicas, entretanto, a atitude de simular/produzir a doença não tem nenhum objetivo lógico, parecendo ser uma necessidade intrínseca ou compulsiva de assumir o papel de doente (no by self) ou da pessoa que cuida de um doente (by proxy). O comportamento é considerado como compulsivos, no sentido de que a pessoa é incapaz de abster-se desse comportamento mesmo quando conhecedora ou advertida de seus riscos. Apesar de compulsivos os atos são voluntários, conscientes, intencionais e premeditados. O comportamento que é voluntário seria utilizado para se conseguir um objetivo que é involuntário e compulsivo. A doença é considerada uma grave perturbação da personalidade, de tratamento difícil e prognóstico reservado. Estes atos são descritos nos tratados de psiquiatria como distúrbios factícios. A Síndrome de Münchhausen por procuração é uma forma de abuso infantil. Além da forma clássica em que uma ou mais doenças são simuladas, existem duas outras formas de Munchausen: as formas toxicológicas e as por asfixia em que o filho é repetidamente intoxicado com alguma substância (medicamentos, plantas etc) ou asfixiado até quase a morte. Frequentemente, quando o caso é diagnosticado ou suspeitado, descobre-se que havia uma história com anos de evolução e os eventos, apesar de grosseiros, não foram considerados quanto a possibilidade de abuso infantil. Quando existem outros filhos, em 42% dos casos um outro filho também já sofreu o abuso (McCLURE et al, 1996). É importante não confundir simulação (como a doença simulada para se obter afastamento do trabalho, aposentar-se por invalidez, receber um seguro ou não se engajar no serviço militar). Alguns adolescentes apresentam quadro de Munchausen by self muito similares aos apresentados por adultos. A doença pode ser considerada uma forma de abuso infantil e pode haver superposição com outras formas de abuso infantil. À medida que a criança se torna maior há uma tendência de que ela passe a participar da fraude e a partir da adolescência se tornarem portadores da Síndrome de Münchhausen clássica típica em que os sintomas são inventados, simulados ou produzidos nela mesma. Ao contrário do abuso e violência clássica contra crianças as mães portadoras da síndrome de Münchausen by proxy não são violentas nem negligentes com os filhos. O problema, descrito a primeira vez por Meadow em 1977, é pouco conhecido pelos médicos e sua abordagem é complexa e deve envolver o médico e enfermagem, especialistas na doença simulada, psiquiatras/psicólogos, assistentes sociais e, mais tarde, advogado e diretor clínico do hospital e profissionais de proteção da criança agredida (Conselhos Tutelares e juízes da infância).O que ajuda para que a hipótese Münchausen seja investigada precoce e agressivamente 1. O conhecimento da doença e de suas características. Recomenda-se a distribuição de artigos e textos sobre a doença entre médicos e enfermeiras que lidam com o caso. 2. Entender que, surgida a suspeita, o atraso em comprovar a S. Münchausen coloca a criança em risco, as vezes em risco de vida, e que protelar a investigação poderá vir a ser considerada má prática. 3. A revisão de toda a história clínica e outras histórias contadas pela mãe sobre seu passado, passado da criança etc, com outros parentes, visitas, vizinhos, médicos e hospitais anteriores para detectar as contradições e mentiras que normalmente aparecem. 4. Quando for fácil: afastar a mãe por algum tempo e observar se os sintomas desaparecem. As tentativas de substituir a mãe por um parente sofre forte oposição da mãe. Uma alternativa é levar a criança para um CTI, sobre um pretexto plausível, por alguns dias. 5. O medo de ser injusto com uma mãe inocente pode ser compensado pelo certeza de que uma mãe inocente e normal compreenderá tal desconfiança, ao saber da existência da doença, de suas características, do risco que isso representa para as crianças vitimadas e que é obrigação do médico investigar tal hipótese. Existe tanto a possibilidade de ter que lidar com perguntas do tipo "como o Sr. teve a coragem de me acusar de uma coisa dessas sem ter uma prova?" como perguntas do "mas se os senhores suspeitavam que isso pudesse estar acontecendo, como não fizeram nada ou como demoraram tanto a tomar providências..."

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