PARCERIAS

quarta-feira, 29 de maio de 2013

CÂNCER NO CÉREBRO

O que é Tumor cerebral?

Tumor cerebral é o crescimento anormal de células dentro do crânio que leva à compressão e lesão de células normais do cérebro. Podem ser "benignos" ou malignos, sendo que apenas os tumores malignos são denominados de câncer.
Geralmente esses tumores podem ser divididos em duas categorias:
  • Tumor cerebral primário: quando o tumor tem origem dentro do próprio crânio
  • Tumor metastático, metástase ou tumor cerebral secundário: quando o tumor tem origem em outro órgão e se espalha pelo corpo.

Causas

As causas são variadas e muitas vezes desconhecidas. Quando a pessoa tem um tumor no pulmão, por exemplo, algumas células dessa lesão podem cair na corrente sanguínea e se instalar em qualquer parte do organismo, inclusive no cérebro.
Getty ImagesIlustração do cérebro humano
O cérebro é composto, resumidamente, pelos hemisférios cerebrais, o cerebelo (em azul, na figura), e tronco cerebral (que sustenta todo o cérebro); o revestimento do cérebro e da medula espinhal é feito pelas meninges, que são duas membranas, uma grudada ao cérebro, a outra ao crânio (por dentro) entre as quais corre um líquido, denominado de líquor.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, 4% das mortes por câncer no Brasil estão relacionadas com os tumores cerebrais. Nos Estados Unidos, 1 em cada 5 mil pessoas desenvolve um tumor cerebral ao longo da vida. Além dos tumores próprios do cérebro, 25% dos tumores de origem em outras regiões do corpo dão metástases (se espalham) no cérebro.

Tipos

Existem quase 100 tipos de tumores cerebrais, que geralmente recebem o nome do tipo da célula da qual se desenvolve. A maioria dos tumores no cérebro origina-se nas células gliais, que sustentam as células nervosas do órgão. Um tumor de células gliais é denominado glioma.
Os tumores cerebrais são classificados em grupos e de acordo com a rapidez com que se desenvolvem. Como regra geral, o tumor de menor grau é considerado menos agressivo, enquanto o de maior grau é o mais agressivo.

O tumor menos agressivo, geralmente é:

  • De crescimento relativamente lento
  • Improvável que retorne, em caso de remoção completa
  • Improvável que tenha se espalhado para outras regiões
  • Pode apenas necessitar de cirurgia.

Já para um tumor agressivo, geralmente:

  • Cresce relativamente rápido
  • É provável que retorne após a cirurgia, mesmo que completamente removido
  • Pode apresentar metástase em outras regiões
  • Não podem ser tratados apenas cirurgicamente, são necessários os tratamentos radioterápicos e quimioterápicos para evitar a recidiva.
Getty ImagesIlustração de um tumor no cérebro

Meningiomas

Os meningiomas representam 25 % dos tumores cerebrais, sendo mais comuns em pessoas mais velhas e em mulheres, normalmente provenientes das meninges do cérebro e medula espinhal e frequentemente encontrados na parte frontal ou posterior do cérebro
Alguns meningiomas são atípicos, isto é, seu comportamento é mais agressivo que o esperado para meningiomas. Eles podem crescer em torno do tecido cerebral e retornar após a sua remoção. Os sintomas dos meningiomas variam muito, dependendo de onde no cérebro estão crescendo. Mais comum em adultos de meia idade, especialmente mulheres.

Gliomas

Mais da metade dos tumores cerebrais em adultos são gliomas, que estão divididos em três tipos:

1. Astrocitoma

É o tipo mais comum de glioma a se desenvolver a partir de células denominadas astrócitos. Os astrocitomas podem ser de crescimento lento ou rápido. Alguns são bem localizados (focal), o que significa dizer que é fácil identificar o limite entre o tumor e o tecido cerebral normal num exame de imagem ou mesmo durante uma cirurgia.
Outros tipos de Astrocitomas são chamados difusos. Esses não têm um limite claro entre o tumor e o tecido normal do cérebro. No interior do tumor pode-se desenvolver um astrocitoma com maior malignidade. Os tipos de tumores cerebrais mais comuns em adultos são o Astrocitoma Anaplásico e o Glioblastoma Multiforme. A remoção completa por cirurgia é possível se o tumor estiver no início do seu desenvolvimento.

2.Ependinoma

Aproximadamente 6% dos tumores cerebrais são Ependinomas, que se desenvolvem a partir das células ependimais e do quarto ventrículo. Estas células forram as áreas preenchidas pelo fluído do cérebro (os ventrículos) e espinha dorsal. Lesões primárias também podem se desenvolver na medula espinhal. A maioria dos ependinomas são diagnosticados em crianças ou adolescentes. Ocasionalmente os ependinomas podem apresentar metástase dentro do sistema nervoso central, pelo contato com o líquor.

3. Oligodendroglioma

Cerca de 5% dos tumores cerebrais são oligodendrogliomas, que se desenvolvem a partir das células da oligodendroglia, células de sustentação do tecido cerebral. Os oligodendrogliomas são mais frequentemente encontrados na parte frontal do cérebro, no lóbulo temporal ou frontal, podendo ser de crescimento rápido. São mais frequentes em adultos, mas não é incomum em crianças.

Meduloblastoma

Meduloblastoma é o tipo mais comum de PNET (Tumor neuroectodermal) que cresce no cerebelo, corresponde de 15% a 20% de todos os tumores cerebrais em crianças, mais frequente entre os 5 a 9 anos. Afeta mais meninos do que meninas, 30% ocorrem em jovens adultos. São tumores que podem se desenvolver rapidamente, espalhando-se para outras partes do Sistema Nervoso pelo líquido cefalorraquidiano (LCR).

Tumores da Hipófise

A hipófise, localizada na base do crânio, controla grande parte do sistema endócrino do corpo. Usualmente, os tumores da hipófise são benignos e secretam quantidades excessivas de hormônios: o aumento do hormônio do crescimento acarreta uma estatura extrema (gigantismo) ou um crescimento desproporcional da cabeça, rosto, mãos, pés e tórax (acromegalia), o aumento de corticotropina resulta na Síndrome de Cushing, o aumento do hormônio estimulante da tireoide acarreta o hipertireoidismo, o aumento de prolactina interrompe os períodos menstruais (amenorreia), causa produção de leite na mama de mulheres que não estão amamentando (galactorreia) e causa crescimento das mamas em homens (ginecomastia).
Os tumores da hipófise também podem destruir tecidos secretores de hormônios, o que finalmente traz consigo níveis insuficientes de hormônios no organismo. Outros sintomas podem incluir dor de cabeça e perda dos campos visuais externos de ambos os olhos.

Craniofaringioma

Os craniofaringiomas são tumores que crescem na base do cérebro, logo acima da hipófise e são frequentemente diagnosticados em crianças, adolescentes e adultos jovens. Eles não costumam se espalhar, mas estão perto de estruturas importantes no cérebro e podem causar problemas à medida que se desenvolvem. Os craniofaringiomas podem causar alterações na visão e desequilíbrio hormonal. Crianças com craniofaringioma podem ser obesas e apresentarem problemas de crescimento.

Hemangioblastoma

Cerca de 2% dos tumores cerebrais são Hemangioblastomas. Estes tumores crescem a partir de células dos vasos sanguíneos, mas podem se desenvolver no tronco cerebral.

Neuroma Acústico

Este tumor cresce no nervo auditivo que controla a audição e o equilíbrio localizado entre o cerebelo e a ponte. Geralmente é de crescimento lento, não se espalha e é encontrado com mais frequência em pessoas de meia idade, duas vezes mais em mulheres do que em homens. A perda de audição em um dos ouvidos pode ser um sinal de neuroma acústico.

Tumores da Região Pineal

A glândula pineal ou epífise está no meio do cérebro, logo atrás da parte superior do tronco cerebral, e produz a melatonina. Estes tumores são raros, apenas 1% dos tumores cerebrais diagnosticados são tumores da glândula pineal. Vários tipos diferentes de tumores podem crescer na região pineal, incluindo gliomas. Os tipos mais comuns são chamados de tumores de células germinativas.

Tumores da Medula Espinhal

São tumores raros do sistema nervoso central e estão localizados na medula, são capazes de comprometer varias funções dependendo da localização podendo causar dor, dormência, formigamento e fraqueza, espasmos, fraqueza, má coordenação e diminuição ou alterações da sensibilidade. O tumor também pode causar dificuldade miccional, incontinência urinária ou constipação intestinal. Muitos tumores podem ser removidos cirurgicamente.

Linfomas

Ocasionalmente, os linfomas se iniciam no cérebro, e são chamados de linfoma cerebral. Podem ser múltiplos. Os sintomas iniciais podem ser alterações na personalidade e convulsões ou alterações neurológicas. Os fatores de risco são a AIDS ou a imunossupressão como a que ocorre no câncer, transplante de órgãos ou tratamento de desordens autoimunes. A incidência é de 3 pessoas em cada 1 milhão.

Fatores de risco

O câncer do sistema nervoso central (que inclui o cérebro e a medula espinhal), assim como os cânceres de outros órgãos, é causado por anormalidades (mutações) dos genes nesse tecido. Embora a grande maioria dos casos ocorra ao acaso, há alguns fatores relacionados a um risco aumentado para estas mutações, e consequentemente para o câncer do SNC.
  • Gênero: o câncer do SNC é mais comum em homens do que em mulheres
  • Idade: embora possa desenvolver-se em qualquer idade, é mais comum nos idosos (acima de 65 anos)
  • Radiação: ocorre com maior frequência em pessoas que fizeram tratamento de radioterapia na cabeça anteriormente
  • É mais frequente em pessoas que tenham passado por tratamento de leucemia durante a infância
  • Exposição ao cloreto de vinil (utilizado na produção de plástico)
  • Pacientes com baixa imunidade
  • Pacientes com infecções pelo HIV.
  • Sintomas de Tumor cerebral
Tumores do cérebro afetam diferentes funções e podem causar diferentes sintomas:
  • Dor de cabeça, náuseas e vômitos persistentes
  • Alterações visuais e auditivas
  • Convulsão
  • Agitação motora
  • Fraqueza ou rigidez muscular
  • Perda de sensibilidade em qualquer parte do corpo
  • Falta de coordenação
  • Dificuldade para falar ou entender o que é dito
  • Esquecimento das palavras
  • Problemas com leitura e escrita de modo inexplicável
  • Movimentos involuntários

Diagnóstico de Tumor cerebral

O diagnóstico começa na própria consulta na qual o médico faz um levantamento do histórico do paciente e dos dados necessários para determinar se há probabilidade de ser ou não um tumor. A seguir, deverá realizar um exame neurológico, que permite a avaliação das funções nervosas e suas alterações.
O médico suspeita de um tumor cerebral quando o paciente apresenta um conjunto de sintomas característicos. Nesse caso ele deverá pedir exames complementares, tais como: eletroencefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética, entre outros. Radiografias simples do crânio e do cérebro não ajudam muito no diagnóstico da grande maioria de tumores cerebrais.
O tumor cerebral pode ser identificado em uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Esses dois exames podem dimensionar o tumor e indicar a sua exata localização, entretanto outros devem ser realizados para que maiores detalhes sobre o tumor possam ser avaliados.

Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética

A Tomografia Computadorizada utiliza raios X e um computador de varredura que reproduz imagens realçadas do cérebro. A Ressonância Magnética combina um forte magnetismo e ondas de rádio para reproduzir imagens realçadas do cérebro.

Biópsia Estereotáxica

Durante a biópsia, uma amostra do tumor é retirada e examinada em laboratório para determinar se é benigno ou maligno. A biópsia estereostática é normalmente utilizada quando o tumor está em uma parte do cérebro difícil de ser alcançada. Geralmente utiliza-se uma estrutura especial para ajudar a segurar a cabeça do paciente. Depois de aplicada uma anestesia local, o cirurgião irá inserir uma agulha estreita através do crânio até chegar ao tumor e remover células tumorais para exame em laboratório.
Tratamento de Tumor cerebral
Nem todos os tumores cerebrais são câncer, mas como o crânio é uma "caixa fechada", mesmo os tumores benignos do SNC podem ser muito graves, pois comprimem estruturas vitais do cérebro.
O tratamento do tumor cerebral é feito de modo multidisciplinar, com a decisão conjunta entre um neurocirurgião, um radioterapêuta, um oncologista, e frequentemente um neurologista.
A combinação individualizada das diversas modalidades de tratamento (cirurgia, radioterapia, tratamento sistêmico) oferece as melhores possibilidades terapêuticas aos pacientes.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico de um tumor cerebral depende, essencialmente, de sua localização e tipo; muitos tumores cerebrais podem ser removidos sem causar lesão no tecido cerebral normal, contudo, alguns se desenvolvem em uma área que torna a remoção difícil, pois estruturas essenciais podem ser comprometidas.
A ressecção de um tumor é necessária se o seu crescimento afetar estruturas cerebrais importantes; mesmo em casos em que a cirurgia não seja curativa, o procedimento poderá ser útil para reduzir o tamanho do tumor, aliviar os sintomas e permitir ao médico determinar de que tipo de tumor se trata e se outro tipo de tratamento poderia ser adequado.

Tratamento sistêmico (inclui o quimioterápico)

O tratamento pode ser feito apenas com medicamentos ou em combinação com outros tipos de tratamentos, como a cirurgia ou radioterapia.
A quimioterapia ataca as células tumorais, mas também as células normais. Por isso, é frequente aparecerem efeitos colaterais. Pode ser administrada por via intravenosa, por via oral ou ainda por um implante no cérebro.
Recentemente vem-se usando medicações que inibem o crescimento dos vasos que nutrem o tumor. São os chamados anti-angiogênicos.
Getty ImagesTratamento de radioterapia para tumor no cérebro

Tratamento radioterápico

A radioterapia pode ser usada isoladamente ou em combinação com cirurgia, quimioterapia ou ambos. Quimioterápicos podem ser utilizados como drogas radiosensibilizantes, que tornam as células tumorais mais sensíveis à radiação.
É estritamente essencial um equipamento moderno de radioterapia, para tratar de maneira adequada o tecido tumoral, poupando ao máximo o tecido cerebral em volta.

Tratamento das metástases

O tratamento das metástases cerebrais depende em grande medida da região onde se originou o tumor. Muitas vezes, ser realiza radioterapia para tratar metástases cerebrais.
O tratamento cirúrgico pode ser útil em caso de existirem apenas uma ou duas metástase, desde que a doença esteja controlada no restante do corpo. Outros tratamentos podem ser realizados e incluem quimioterapia, colocação de implantes radioativos dentro do tumor e radiocirurgia.