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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Hanseníase
1. INTRODUÇÃO
A Hanseníase é uma doença milenar, mencionada na Bíblia como Lepra (Bíblia Sagrada Sagrada, 1992). E, surpreendentemente, ainda hoje, ocorre como um problema de saúde pública em alguns países do mundo e dentre eles, o Brasil. É uma doença infecto-contagiosa atingindo principalmente a faixa etária economicamente ativa da população , causada por um bacilo (tipo de germe ou microorganismo) denominado de Mycobacterium Leprae, antigamente denominada Lepra, teve o seu nome mudado para Hanseníase em homenagem ao médico norueguês “Gerhard Armauer Henrik Hansen”, nascido em Bergen que, em 1873, descobriu, não somente, o bacilo da Lepra, mas, também que Lepra era um dos mais antigos males da humanidade.
O Mycobacterium Leprae é um parasita intracelular que apresenta afinidade por células da pele e por células do nervos periféricos, ou seja infecta principalmente estes tecidos.
Transmissão
A via principal de transmissão é a respiratória.
Os pacientes sem tratamento eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior, sejam pelas secreções nasais, gotículas de saliva que saem com a fala, tosse ou
espirro. Este bacilo, que fica suspenso no ar por alguns segundos, pode contaminar uma pessoa próxima e desenvolver a doença.
Vale à pena ressaltar que o paciente em tratamento regular com medicação ou que já recebeu alta não transmite a doença.
Muitas pessoas que entram em contato com estes bacilos não adquirem a doença. Somente 5% delas irão desenvolver a hanseníase com o passar do tempo.
Fatores ligados à genética humana e ao sistema imunológico (defesa do organismo) irão determinar se um indivíduo irá ou não contrair a doença após o contato com o bacilo de hansen.
O período de incubação da hanseníase é bastante longo, variando de três a cinco anos. Período de incubação é o tempo necessário para o desenvolvimento dos primeiros sinais e sintomas da doença após o contágio ou contaminação pelo bacilo.
Tipos
Existem diferentes formas clínicas de Hanseníase, umas mais graves que outras, que se desenvolvem de acordo com a resposta do sistema imunológico de cada pessoa. Você não precisa decorar os nomes, mas é importante que conheça a aparência das lesões.
Hanseníase indeterminada: forma mais benigna. Geralmente, encontra-se apenas uma mancha, de cor mais clara que a pele normal, com diminuição da sensibilidade. Mais comum em crianças.
neste caso o bacilo se multiplica muito, levando a um quadro mais grave. Há atrofia muscular, inchaço das pernas e surgimento de nódulos na pele. Os órgãos internos também são acometidos pela doença.
Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas da hanseníase estão localizados principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, nas costas, nas nádegas e nas pernas. Abaixo segue uma lista dos sinais e sintomas mais comuns da hanseníase:
Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo.
Área de pele seca e com falta de suor.
Área da pele com queda de pêlos, mais especialmente nas sobrancelhas.
Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (dormências, diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou dor). Neste caso, pode ocorrer de uma pessoa se queimar no fogão e nem perceber, indo verificar a lesão avermelhada da queimadura na pele mais tarde.
Parestesias (sensação de formigamento na pele, principalmente das mãos e dos pés).
Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas.
Edema ou inchaço de mãos e pés.
Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.
Úlceras de pernas e pés.
Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Alguns casos apresentam doença sistêmica (que afeta todo o organismo). Eles são mais avançados e muitas vezes o diagnóstico não é lembrado. Por isso é importante observar os sinais e sintomas descritos a seguir e, na hipótese diagnóstica de hanseníase, fazer um bom exame neurológico.
Os sinais e sintomas mais comuns nas formas mais graves da hanseníase são:
Febre, edemas e dor nas juntas.
Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz e olhos.
Mal estar geral, emagrecimento.
A doença se desenvolve lentamente, mas pode causar reações agudas (febre, caroços no corpo, inchaços) e neurites (dor e formigamento nos nervos, dormência, diminuição da força muscular das mãos e dos pés, acarretando prejuízo de movimentos finos, a exemplo do movimento de pinça com os dedos) e incapacidades físicas que evoluem para deformidades.
Diagnóstico
O diagnóstico da hanseníase é basicamente clínico, baseado nas queixas, sinais e sintomas detectados no exame de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores.
Em raros casos será necessário solicitar exames complementares em Unidades de Referência para confirmação diagnóstica. Dentre os exames mais solicitados para confirmação diagnóstica está a pesquisa do Bacilo de Hansen na linfa. Trata-se de um exame onde se extrai um líquido (linfa) das orelhas, cotovelos ou joelhos após pressioná-los com uma pinça especial. A linfa então é mandada para o laboratório para análise e pesquisa do Bacilo de Hansen.
Existem outros métodos de diagnóstico em casos mais difíceis, como a biópsia de um nervo periférico (acometido pela doença) que é submetido para análise microscópica.
Tratamento
A Hanseníase tem cura. O tratamento é feito nas unidades de saúde do SUS e é gratuito. A cura é mais fácil e rápida quanto mais precoce for o diagnóstico. O tratamento é por via oral, constituído pela associação de dois ou três medicamentos, configurando uma poliquimioterapia.
Os medicamentos mais utilizados para tratamento da hanseníase são:
Rifampicina
Dapsona
Clofazimina
O tratamento geralmente ocorre ao nível ambulatorial e não necessita de internação, devendo ser prescrito somente por médicos.
Prevenção É importante que se divulgue junto à população os sinais e sintomas da doença e a existência de tratamento e cura, através de todos os meios de comunicação. A partir do diagnóstico de um caso de hanseníase deve ser feito de imediato a investigação epidemiológica de todo caso novo objetivando romper a cadeia epidemiológica de transmissão da doença. Deve-se procurar identificar a fonte de contágio do doente, descobrir novos casos de hanseníase entre os conviventes no mesmo domicílio e realizar exame dos contatos intradomiciliares (toda e qualquer pessoa que resida ou tenha residido com o doente nos últimos cinco anos). Esta ação é justificada pelo fato de que elas apresentam um maior risco de adoecerem do que a população em geral. As pessoas que tiveram contato com os portadores da hanseníase devem receber informações sobre a doença e serem informados da necessidade de ficarem atentos ao aparecimento de sinais e sintomas, visando fazer um diagnóstico precoce. Além disso, outra forma de prevenção baseia-se na aplicação da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o mesmo domicílio com o portador da doença.
2.OBJETIVO Sensibilizar e informar a comunidade e os profissionais da área da saúde sobre a doença Hanseníase.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
http://portalprefeitura.sp.gov.br
www.bancodesaude.com.br